A Ambitur.pt tem estado ao lado do setor da Hotelaria em Portugal, seguindo tendências, anunciando novidades, acompanhando mudanças. Hoje trazemos-lhe mais uma rubrica, desta feita procurando a visão das mulheres que escolheram o mundo dos hotéis para o seu percurso profissional. Como é ser mulher nesta indústria? É o que procuramos saber com “Hotelaria no Feminino”. E hoje estamos à conversa com Eugénia Teixeira, diretora do Vila Galé Porto Ribeira. A profissional, que está há 25 anos no grupo Vila Galé, admite ter havido uma evolução no sentido de cada vez mais mulheres assumirem hoje papéis estratégicos no setor.
É difícil ser mulher na hotelaria em Portugal nos dias de hoje? Observa alguma evolução desde o seu primeiro emprego no setor?
Ser mulher na hotelaria em Portugal hoje já não apresenta os desafios que existiam há algumas décadas, mas ainda há barreiras a serem superadas. Quando comecei, havia menos oportunidades para mulheres em cargos de direção e liderança. Hoje, observo uma evolução significativa, com mais mulheres a assumirem papéis estratégicos e a terem uma presença equilibrada em várias áreas.
Quando começou a trabalhar no setor hoteleiro e onde?
Iniciei a minha carreira há 25 anos, na Vila Galé, onde continuo até hoje. Foi o meu primeiro emprego no setor e uma experiência marcante que moldou a minha paixão pela hotelaria.
O que a motivou a trabalhar na hotelaria?
Sempre fui fascinada pela ideia de proporcionar experiências memoráveis às pessoas. A interação com clientes de diferentes culturas e a oportunidade de criar momentos especiais foi o que me motivou a entrar na hotelaria.
Qual a sua função/cargo no hotel/grupo hoteleiro em que trabalha? Desde quando ocupa esse cargo? E como é o seu dia a dia?
Atualmente, ocupo o cargo de diretora na Vila Galé. Este cargo exige uma rotina dinâmica, que envolve desde a gestão de equipas até ao acompanhamento da experiência do cliente. O dia a dia é intenso, mas recompensador, com uma grande dose de contacto humano e tomada de decisões estratégicas.
Alguma vez sentiu, ao longo da sua carreira, mais dificuldade em aceder a determinado cargo/função por ser mulher? Considera que ser mulher é um fator que dificulta o crescimento profissional?
Ao longo da minha carreira, houve momentos em que percebi que o meu género poderia ser um fator de questionamento, mas nunca permiti que isso me limitasse. Felizmente, na Vila Galé, a equidade de género sempre foi valorizada, e tive oportunidades de crescer com base no meu mérito e competências.
Na sua opinião, há um equilíbrio ou desequilíbrio no número de mulheres versus homens que trabalham no setor? De que forma isso se verifica – nos cargos exercidos, nos salários oferecidos? E porque razão considera que é assim?
Embora o número de mulheres no setor seja elevado, ainda existe um desequilíbrio nos cargos de liderança e nas diferenças salariais. Isso reflete desafios históricos que estamos gradualmente a superar. No entanto, a situação tem vindo a melhorar, com mais empresas, como a Vila Galé, a promoverem uma política de oportunidades equitativas.
No seu hotel/grupo hoteleiro quem está em maioria – mulheres ou homens? E na equipa onde trabalha?
No grupo Vila Galé, há um equilíbrio entre homens e mulheres, especialmente nos cargos de direção, o que reflete o compromisso com a igualdade de género. Na minha equipa, a diversidade é igualmente uma realidade, o que enriquece o ambiente de trabalho.
No seu caso pessoal, gosta mais de trabalhar com equipas de mulheres, só de homens ou mistas?
Prefiro trabalhar com equipas mistas, pois acredito que a diversidade de género traz diferentes perspetivas e formas de abordar desafios, enriquecendo o desempenho coletivo.
É fácil conjugar a sua vida pessoal/familiar com a vida profissional? Sente uma maior pressão em atingir este equilíbrio pelo facto de ser mulher?
Conciliar a vida pessoal e profissional na hotelaria pode ser desafiante, mas com organização é possível alcançar um equilíbrio. Como mulher, sinto, por vezes, uma maior pressão para manter esse equilíbrio, especialmente quando se trata de cumprir expectativas familiares e profissionais.
O que pensa que a visão feminina pode trazer de diferenciador e de positivo ao setor hoteleiro?
A visão feminina traz uma sensibilidade única, empatia e uma abordagem detalhista, que são fundamentais no setor hoteleiro. As mulheres têm uma capacidade natural de criar conexões humanas e proporcionar um serviço mais personalizado e acolhedor.
Leia também…
Hotelaria no Feminino com Clara Ferreira, do EPIC SANA Marquês