Hoti Hotéis: “Tradicionalmente, por sermos uma grande empresa, temos sido discriminados negativamente”

No âmbito da abertura do Hotel Meliá São João da Madeira, o grupo Hoti Hotéis agendou uma conferência de imprensa que contou com as intervenções de Miguel Caldeira Proença, CEO do grupo Hoti Hotéis, do Presidente da Câmara Municipal de São João da Madeira, Jorge Vultos Sequeira, e de Ricardo Gonçalves, administrador da Hoti Hotéis. Neste contexto, o administrador alertou para a discriminação negativa ao nível do financiamento de projetos hoteleiros que existe no país, relativamente às grandes empresas, que limita e condiciona os investimentos tanto em zonas turísticas, como no interior do país. Refere o responsável que “nós tradicionalmente, por sermos uma grande empresa, temos sido discriminados negativamente em todos os concursos, em todas as linhas de financiamento e em todas as linhas de incentivos”. Para o responsável, a única linha que existe disponível sem “descriminação negativa” é a IFRRU 2020 – Instrumento Financeiro para a Reabilitação e Revitalização Urbanas, pois “qualquer projeto de uma PME em Portugal tem incentivos a fundo perdido, mas para nós, como grande empresa, não há qualquer outro incentivo”. Segundo Ricardo Gonçalves, “a linha IFRRU agora não existe, provavelmente no futuro haverá outra linha do Banco Europeu de Investimento, mas até à data todos os projetos que fazemos são financiados ou com capitais próprios ou alheios, mas numa estrutura em que não há incentivos externos”.

Este é uma reivindicação que não tem sido atendida pelos grandes grupos hoteleiros nacionais nos últimos anos, que ao crescerem e saírem do estatuto de PME perdem condições mais favoráveis de financiamento. Para os empresários, isso condicionará um desenvolvimento turístico mais uniforme ao longo do país, assim como a promoção de novos destinos. De acordo com informação dada a ambitur.pt, em Espanha as empresas de maior dimensão têm sido apoiadas, demonstrando a dinâmica do seu setor hoteleiro.