A empresa açoriana de animação turística, que tem a sua génese em 2002 com o foco em passeios de observação de cetáceos em mar e o canyoning em terra, comemora o 20º aniversário no seu melhor ano de sempre, com mais de 30 mil clientes e uma faturação superior a 1,5 milhões de euros. Tendo como acionista o grupo Newtour, a Picos de Aventura fez um balanço do investimento feito na última década, ao mesmo tempo que prepara um novo ciclo de investimentos para a que se segue.
Em conversa com a imprensa turística nacional, durante a comemoração dos 20 anos da empresa, em Ponta Delgada, na base de operações da empresa, o administrador da Picos de Aventura, João Rodrigues, dá conta da génese da empresa e do seu desenvolvimento: “a empresa inicia a sua atividade em 2002 e funde-se com a Sea Watch, com entrada do capital por parte da Newtour, em 2010”. Recorda o responsável que este contexto foi marcado por uma crise económica, em que era difícil manter a atividade, com uma baixa de procura de turistas, mas o negócio foi possível devido a uma entrada de capital por parte da Newtour que estabilizou a situação da empresa. Indica ainda o responsável que, apesar das dificuldades, foi possível, com apoio da banca e a comparticipação de programas de apoio disponíveis nos Açores, avançar com um plano estratégico de desenvolvimento e investimento a 10 anos. Acrescenta João Rodrigues que “seguiram-se anos de investimento, em que procurámos manter os profissionais especializados que tínhamos, com determinadas características de operação, fundamentais a esta atividade”, ao qual se segue o período de 2014/2015 com a abertura do espaço aéreo dos Açores a companhias estrangeiras que permite um aumento da procura turística na região, o que impulsiona a empresa. Em números, a Picos de Aventura, passou de uma faturação de 250 mil euros, em 2010, para 1,5 milhões de euros, em 2019.
Para o administrador da empresa, “somos um médio operador do setor, não somos o maior, mas queremos ser os melhores. Essa foi sempre a nossa missão e visão”. Indica ainda o responsável que o aumento do volume de negócios da empresa tem permitido acelerar o desenvolvimento da mesma, “pois temos reinvestindo todas as mais-valias que a empresa gera. O nosso foco passa sempre por melhorar a capacidade da empresa em todos os vetores, quer no mar, quer em terra”. Nesta fase da empresa, os investimentos incidiram em promoção, aquisição de embarcações e equipamentos, “isso trouxe-nos o que neste setor faz a diferença, a qualidade ao nível do serviço; além disso efetuámos a certificação da empresa, pela ISO9001 no Programa de Qualidade”.
Relativamente aos anos mais recentes, João Rodrigues acrescenta que “a pandemia afetou-nos, mas tínhamos em mente que seria uma situação temporária”.
Carlos Baptista, também administrador da Picos de Aventura desde que a Newtour esta assumiu os 100% da Pempresa, destaca que a entrada da Newtour permitiu fazer face a uma série de preocupações que existiam por parte da empresa, assim como iniciar e implementar um projeto de investimento “que levou a, hoje, podermos olhar para a empresa e dizer que esta é sustentável na sua plenitude”, complementa.
O responsável recorda que “iniciámos um processo de investimento muito forte com 1,5 milhões de euros, a partir de 2012. Foi uma estratégia que iniciámos e implementámos claramente com uma visão de médio e longo prazo, numa estratégia a 10 anos”. De acordo com o empresário, “o processo de execução atrasou devido à Covid, estaríamos a contar finalizá-lo em 2020, mas infelizmente não conseguimos colocar toda a nossa capacidade produtiva em execução devido à pandemia”. Discriminando, Carlos Baptista dá conta em que se baseou o projeto de investimento: “basicamente renovação de equipamentos, aumento da nossa capacidade produtiva, com novos equipamentos, e modernização da Picos de Aventura quer em imagem, quer seja ao nível de infraestruturas (melhoria de serviço), no espaço em que estamos à data de hoje”.
Para o responsável, “este projeto teve um papel muito importante naquilo que é a sustentabilidade financeira da Picos de Aventura. Numa altura que falamos muito de sustentabilidade, não é possível falar de outros vetores de sustentabilidade se não tivermos o fator base, a sustentabilidade económica, assegurado. Este projeto foi nesse sentido, de crescimento, com uma visão futura da administração e do acionista daquilo que é o crescimento de fluxos turísticos para os Açores e num aumento dessa capacidade produtiva”.
Para Carlos Baptista, esta estratégia foi conseguida: “atingimo-la, é um processo que executámos com êxito, está a ser finalizado neste momento, e ao comemorar estes 20 anos, inicia-se outra discussão, que é o que queremos desenvolver para a Picos de Aventura nos próximos 10 anos. É o trabalho atual que estamos a fazer tendo a consciência que os fluxos turísticos e aquilo que move o visitante está a mudar. Temos de acompanhar essa mudança”.
Este artigo está enquadrado numa série de textos sobre a atividade da empresa Picos Aventura, efetuado no âmbito das comemorações do 20º aniversário da empresa.
Pedro Chenrim, nos Açores, a convite da Picos de Aventura.