IATA alerta que a curto prazo haverá menos players, companhias mais pequenas e menor conectividade

Em entrevista ao jornal espanhol “El Mundo, Alexandre de Juniac, diretor geral e CEO da IATA (Associação Internacional do Transporte Aéreo), afirma que “não tem números aproximados mas, infelizmente, serão muitas as companhias aéreas que, apesar das ajudas que receberam por parte dos seus governos, irão desaparecer”.

O responsável explica que “todas as companhias estão expostas, quer as históricas, grandes grupos, pequenas ou low cost” mas que, em alguns casos, por exemplo, a intervenção por parte dos governos foi muito diminuta, como se verificou na América Latina ou na África.

No que diz respeito ao mercado europeu, Alexandre de Juniac indica que “as low cost estão a sobreviver melhor porque tinham uma situação financeira mais sólida, e tinham estruturas de custos mais leves”. Acrescenta ainda, ao jornal espanhol, que “na Europa muitas companhias foram ajudadas, e as low cost sobrevivem porque partiam de um equilíbrio financeiro mais sólido”.

Num futuro próximo, o dirigente associativo acredita que “haverá menos players a curto prazo, embora este seja um setor que está em permanente mutação”. Mas antevê “companhias mais pequenas e menor conectividade”. Sem dúvidas, alerta, de que são “claramente más notícias para os passageiros”.

Questionado sobre as suas previsões quanto à recuperação da indústria da aviação, Alexandre de Juniac mostra-se otimista apesar de admitir que partimos de “uma situação económica catastrófica”. E diz: “Na China, por exemplo, houve uma recuperação e o tráfego está já quase a níveis de 2019”.