IATA prevê diminuição dos prejuízos na aviação já este ano

A IATA acaba de atualizar as suas previsões sobre o desempenho financeiro da indústria da aviação em 2022. A associação internacional de transporte aéreo estima que os prejuízos do setor diminuam para -9,7 mil milhões de dólares (a previsão de outubro de 2021 apontava para uma perda de 11,6 mil milhões de dólares). Trata-se de uma grande melhoria face aos prejuízos de 137,7 mil milhões de dólares de 2020 e de 42,1 mil milhões de dólares de 2021.

A rentabilidade da indústria em 2023 parece ser possível de atingir com a América do Norte já a dever ter um lucro de 8,8 mil milhões de dólares em 2022.

Os ganhos de eficiência e de produtividade estão a ajudar as companhias aéreas a reduzir os prejuízos mesmo com o aumento dos custos de combustível e de mão-de-obra.

O otimismo e o compromisso para com a redução de emissões são visíveis na expectativa de entrega de mais de 1200 aeronaves em 2022.

Diz a IATA que a forte procura reprimida, o alívio das restrições na maioria dos mercados, um baixo nível de desemprego na maior parte dos países e um nível elevado de poupanças individuais estão a estimular a retoma da procura que levará a que os números de passageiros atinjam 83% dos níveis pré-pandémicos em 2022.

“As companhias aéreas são resilientes. As pessoas estão a voar em cada vez maiores números. E as mercadorias estão a ter um bom desempenho face a um cenário de crescente incerteza económica. Os prejuízos serão reduzidos para 9,7 mil milhões de dólares este ano e a rentabilidade está no horizonte para 2023. É um momento de otimismo, mesmo se ainda existam desafios em termos de custos, sobretudo do combustível, e algumas restrições em determinados mercados chave”, afirma Willie Walsh, diretor geral da IATA.

A nível das receitas da indústria, estas deverão chegar aos 782 mil milhões de dólares (+54,5% face a 2021), a 93,3% dos níveis de 2019. Os voos operados em 2022 deverão atingir os 33,8 milhões, ou seja, 86,9% dos níveis de 2019 (38,9 milhões de voos).

A IATA estima que as receitas de passageiros representem 498 mil milhões de dólares das receitas da indústria, mais do dobro dos 239 mil milhões de dólares gerados em 2021. O número de passageiros deverá chegar aos 3,8 biliões com a procura a subir 97,6% face ao ano passado, atingindo 82,4% do tráfego de 2019. À medida que a procura reprimida se vai libertando com o alívio de restrições, o rendimento deverá aumentar 5,6%.

Na Europa, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia vai continuar a perturbar os padrões de viagem a nível europeu e entre a Europa e a região da Ásia Pacífico, revela a IATA. Contudo, a associação afirma que a guerra não deverá fazer descarrilar a recuperação do turismo, com a região a aproximar-se da rentabilidade em 2022, com a previsão de um prejuízo líquido de 3,9 mil milhões de dólares. A procura poderá atingir 82,7% dos níveis pré-pandemia, e a capacidade 90%.