O turismo de Portugal sofreu um forte golpe na pandemia, deixando vários hotéis e restaurantes vazios durante meses. Muitos negócios turísticos viram-se forçados a fechar e isso refletiu-se no aumento de hotéis à venda no país. Mas agora, com o regresso à normalidade e as reservas para o verão, o turismo está a renascer. E a oferta de hotéis no mercado português caiu 14%: segundo os dados do idealista, no primeiro trimestre de 2021 estavam 218 unidades à venda no país, número que desceu para 187 hotéis no mercado entre janeiro e março de 2022.
Olhando para os 18 distritos e duas ilhas portuguesas, verifica-se que a oferta de hotéis à venda desceu em 10 localidades entre o primeiro trimestre de 2021 e igual período de 2022. E é Santarém que está a liderar as quedas. Neste distrito da região Centro, contabilizaram-se apenas três unidades hoteleiras no mercado entre janeiro e março de 2022, número que contrasta com as 11 registadas em igual período do ano passado. Contas feitas, a queda na oferta de alojamento turísticos foi de 73% entre estes dois momentos.
Este não foi o único distrito ou ilha a registar reduções substanciais na oferta hoteleira. Também a Guarda viu o número de hotéis cair de cinco no primeiro trimestre de 2021 para apenas dois no mesmo período de 2022(-60%). Em Coimbra, a oferta passou de 13 unidades para sete entre estes dois trimestres (-46%) e em Leiria caiu de 14 hotéis à venda para apenas oito (-43%).
Estes quatro distritos da região Centro foram os que registaram as quedas mais acentuadas na oferta de hotéis à venda em Portugal entre o primeiro trimestre de 2021 e igual período de 2022. Mas há mais:
- ilha da Madeira: o número de hotéis caiu de 13 unidades para 8;
- Viana do Castelo: stock hoteleiro desceu de 3 para 2;
- ilha de São Miguel, nos Açores: oferta caiu de 3 para 2;
- Évora, no Alentejo: hotéis à venda baixou de 4 para 3;
- Porto: unidades reduziu de 37 para 30;
- Faro: hotéis no mercado diminuiu de 41 para 35.
De notar ainda que em quatro distritos a oferta de hotéis no mercado manteve-se inalterada no período em análise. São eles: Beja, Castelo Branco, Setúbal e Vila Real. E houve também seis distritos do país onde, pelo contrário, o stock de alojamentos turísticos subiu, como é o caso de Bragança, Portalegre, Braga, Lisboa, Aveiro e Viseu.
Onde há mais e menos hotéis à venda?
Analisando os dados do idealista por regiões, verifica-se que é na região Centro onde há mais hotéis no mercado no primeiro trimestre de 2022 – em concreto 49 – embora se tenha registado uma descida homóloga na oferta na ordem dos 28%. Logo a seguir está a região Norte com 47 unidades turísticas, seguido da Área Metropolitana de Lisboa (40) e do Algarve (35). É no Açores onde há menos hotéis à venda – apenas dois entre janeiro e março -, seguido do Alentejo (6) e Madeira (8).
De todas as regiões analisadas, o stock de unidades hoteleiras caiu em todas entre os primeiros três meses de 2021 e igual período de 2022, exceto em Lisboa, onde subiu 21%, de 33 unidades para 40, mostram os dados.
Por distritos e ilhas, verifica-se que é em Faro onde se concreta mais oferta de hotéis à venda no início do ano (35), seguido do Porto (30), Lisboa (28), Viseu (18), Setúbal (12) e Aveiro (10). Em Braga, na ilha da Madeira e em Leiria contam-se oito unidades no mercado em cada e em Coimbra sete. Todos os outros distritos e ilhas registaram menos de cinco unidades no mercado no primeiro trimestre de 2022. E o distrito de Beja não tinha um único hotel à venda.
Comparando os hotéis à venda no dia em que foram extraídos os dados do idealista (meados de junho) e os que estiveram no mercado no primeiro trimestre do ano, verifica-se uma descida da oferta em 11 distritos, sendo as mais intensas foram no Porto (-10 unidades), Lisboa (-9), Viseu (-8) e Faro (-7). Só em Coimbra é que a oferta de unidades turísticas no mercado subiu: entre janeiro e março estiveram sete hotéis à venda e agora estão 10.