IMEX 2023: Presença da Team Quatro é já uma “tradição”

Há 35 anos a operar em Portugal, a Team Quatro tem o mercado alemão como eleição, marcando presença na IMEX Frankfurt desde a primeira edição: “É já uma tradição. Fomos dos primeiros a registar a presença nesta feira”, começa por dizer João Soares da Silva, Managing Director da Team Quatro, que, em declarações à Ambitur.pt, lamenta o facto do evento não ter evoluído da mesmo forma como o modelo de negócio.

O responsável recuou a 2003, ano em que se realizou a primeira edição da IMEX Frankfurt, lembrando que os “negócios faziam-se verdadeiramente: era algo real”. Já hoje em dia, com a evolução das formas de comunicação e plataformas, aquilo que se verifica são “conversas” entre as pessoas. Portanto, a presença da Team Quatro é “obrigatória”, porque é um trabalho focado no mercado alemão: “Estamos com os nossos clientes e vamos jantar”, conta o responsável, reforçando que “não saímos com negócio real”, até porque o “cliente que quer fazer uma consulta não vem a Frankfurt, liga-me!”. Ainda assim, João Soares da Silva considera que a IMEX é uma oportunidade para quem não está instalado no mercado: “É uma forma de conhecer pessoas e marcar appointments. [E] para os hoteleiros também, porque raramente têm essa oportunidade”.

Conhecedor do mercado alemão há já 35 anos, o responsável da Team Quatro refere que Portugal é muito bem visto na Alemanha: “Adoram o nosso país, a gastronomia e a simpatia das pessoas (…) e nós trabalhamos para isso”.

“É muito difícil perspetivar seja o que for”

Com uma operação muito focada em eventos criativos e design de incentivos, incluindo serviços logísticos globais, a Team Quatro faz já parte do topo das grandes agências de eventos e incentivos em Portugal. O conhecimento que detém sobre a área e do mercado alemão permite, assim, que João Soares Silva faça uma crítica positiva a quem procura o país para a realização de eventos corporate: “Todas as cidades, exceto o Algarve e os Açores, devido às ligações aéreas, estão preparadas para este mercado. O Algarve acaba por compensar pela hotelaria de grande dimensão que tem fora da época alta”.

Quanto a projeções para o ano corrente e o próximo, o responsável considera ser “muito difícil” perspetivar o que quer que seja: “Pensávamos que 2021 ia ser catastrófico e não foi tanto assim”. Em relação a 2023, João Soares da Silva reconhece que “começa a ser normal, mas não estamos aos níveis de 2019: temos muito que fazer e notamos que está tudo muito concentrado”. Da sua experiência, ficam “três crises: duas financeiras e uma guerra”, com Portugal a levar “sempre pancada” das mesmas: “Tudo caiu porque ninguém vinha”. Ainda assim, “há sempre crises nos nossos mercados concorrentes” e Portugal ganha vantagens: “Há países emergentes que, se não houvesse a guerra na Ucrânia, teríamos de concorrer”. Aliás, “há países no Leste que construíram hotéis de bandeira e que, quando acabar a zona de conflito, o corporate vai optar por fazer eventos nesses lugares”, como, por exemplo, “Montenegro ou Croácia, que são lindíssimos”. Por isso, “é muito difícil perspectivar”, lamentando que a construção de hotéis de grande dimensão em Portugal nos últimos anos foi pouca, com a exceção do Porto e Madeira.

A IMEX Frankfurt, que é já uma das maiores feiras de turismo de negócios do mundo. Na edição que se realizou entre 23 e 25 de maio, estiveram expostas cerca de três mil empresas de mais de 100 países, inclusive o nosso país, que esteve representando pelo Turismo de Portugal.

Cristiana Macedo, na IMEX Frankfurt, em Frankfurt (Alemanha)