Cruzeiros em Lisboa contribuem com 336M€ para PIB nacional

A indústria dos cruzeiros em Lisboa foi responsável por 0,16% do PIB nacional, em 2019, contribuindo com 336 milhões de euros. A conclusão vem na “Avaliação do Impacto Económico da indústria de cruzeiros em Lisboa”, elaborada pela Nova School of Business and Economics (Nova SBE) para a Administração do Porto de Lisboa (APL).

O estudo revela ainda que, os turistas de cruzeiro realizaram, em média, uma despesa de 82€, na capital portuguesa. E que, por cada um euro gasto, os passageiros geraram entre 1,65 € e 3,78 € para a produção total da economia.

Em 2019, o setor dos cruzeiros em Lisboa produziu também 840 milhões de euros para a economia, 133 milhões de euros em impostos e 8.863 empregos.

Nesse ano, o Porto de Lisboa registou 310 escalas de cruzeiros, o que significa que cada uma dessas escalas contribuiu, em média, com 1,08 milhões de euros para o PIB, gerou 29 empregos e 0,43 milhões de euros em receitas fiscais.

Setor vai investir € 23 mil milhões para alcançar o Global Net-Zero

O estudo da Nova SBE conclui que as empresas do setor dos cruzeiros continuaram a investir, nomeadamente em novos navios e em tecnologias verdes, com o objetivo de alcançar o “Global Net-Zero” até 2050, ou seja, zero emissões de gases com efeito de estufa.

Durante os próximos cinco anos, os membros da Associação Internacional de Linhas de Cruzeiro vão investir 23 mil milhões de euros em novos navios, num forte compromisso com a sustentabilidade e a descarbonização.

Por outro lado, até 2026, vários portos vão investir no fornecimento de energia elétrica aos navios de cruzeiro, com vista a contribuir para eliminar todas as emissões de CO2 nos portos até 2030. No Porto de Lisboa, esta transição é esperada em 2026.

Mais escalas de navios de cruzeiro em 2022 do que em 2019

Em 2022, Lisboa superou a quantidade de escalas de 2019. No ano passado, a capital recebeu 327 escalas, face às 310 escalas registadas no ano antes da pandemia. O número de passageiros foi ligeiramente inferior em 2022, contudo, com um total de 462 mil viajantes.

Carlos Correia, presidente da APL, considera que estes dados confirmam “o relevante contributo económico do setor dos cruzeiros no tecido económico nacional e regional, com impacto positivo significativo em atividades como o retalho, o setor imobiliário, o alojamento, a restauração, os transportes, entre outras”.

O estudo solicitado pela APL mostra também que o setor dos cruzeiros contribuiu com 48 milhões de euros para o retalho. Seguem-se os serviços imobiliários, com aproximadamente 40 milhões de euros, o alojamento, com 37 milhões, os restaurantes, com 29,3 milhões, os transportes com 24,2 milhões, e as vendas brutas, com 17,6 milhões.

“Atendendo a estes valores, a APL continuará fortemente empenhada em trabalhar, em conjunto com a cidade, para garantir que o impacto positivo desta atividade seja mais do que apenas económico, executando projetos e iniciativas que contribuam também para a sustentabilidade ambiental e social em Lisboa”, acrescenta o presidente da APL.

Os dados desta “Avaliação do Impacto Económico da indústria de cruzeiros em Lisboa” permitiram ainda concluir que os picos do setor dos cruzeiros estão na primavera e no inverno, em contraciclo do turismo tradicional.