INE: Atividade turística cresce mais na época baixa

A atividade turística do mês de outubro confirma que os meses de época baixa são os que maiores crescimentos estão a registar. A hotelaria registou dois milhões de hóspedes e 5,4 milhões de dormidas em outubro de 2017, correspondendo a variações de 8,7% e 6,4% respetivamente (8% e 5,3% em setembro, respetivamente), segundo os dados divulgados hoje pelo INE.

As dormidas do mercado interno aceleraram para um crescimento de 5,9% (1,0% em setembro), enquanto as dos mercados externos registaram um aumento de 6,5%, ligeiramente aquém do mês anterior (6,9%). A estada média (2,71 noites) reduziu-se 2,2%. A taxa de ocupação-cama (53,8%) aumentou 1,4 p.p. Os proveitos totais cresceram 18,6% (17,8% em setembro) e atingiram 323,5 milhões de euros. Os proveitos de aposento aceleraram para um crescimento de 22,5% (18,9% em setembro) alcançando 234,8 milhões de euros.

Para Ana Mendes Godinho, secretária de Estado do Turismo, os números hoje divulgados são importantes na “medida em que confirmam que o alargamento da atividade turística a todo o ano é uma realidade”. Ana Mendes Godinho destaca, numa nota enviada pelo gabinete da secretária de Estado, a recuperação do mercado interno e o crescimento das regiões Centro e Alentejo. “O crescimento de 5,9% do mercado interno ajuda-nos a perceber que os portugueses são um aliado para o combate à sazonalidade. Já assim tinha sido em maio, com uma subida de 7%. Igualmente importante são os resultados da região Centro e do Alentejo onde os aumentos verificados são de dois dígitos”.

Hóspedes e dormidas superam crescimento do mês anterior
Em outubro de 2017, a hotelaria alojou 2,0 milhões de hóspedes que proporcionaram 5,4 milhões de dormidas (+8,7% e +6,4%, respetivamente), acelerando face a setembro (+8,0% e +5,3%, respetivamente). Entre janeiro e outubro os hóspedes aumentaram 8,6% e as dormidas 7,1%.

As dormidas em hotéis (69,7% do total) apresentaram um crescimento de 7,6% e os apartamentos turísticos (8,1% do total de dormidas) evidenciaram um aumento de 8,1%. As restantes tipologias e respetivas categorias registaram evoluções maioritariamente positivas, destacando-se, entre as mais relevantes, os hotéis de três estrelas (+13,9%; quota de 15,9% no total).

Mercado interno com o crescimento mais expressivo desde maio
O mercado interno acelerou para um crescimento de 5,9% (1,0% em setembro), contribuindo com 1,2 milhões de dormidas. Este nível de aumento não se verificava desde o expressivo crescimento em abril, impulsionado pelo efeito de calendário da Páscoa.

Em outubro, houve um ligeiro abrandamento nos mercados externos, registando um crescimento de 6,5% (6,9% em setembro), atingindo 4,2 milhões de dormidas.

Nos primeiros 10 meses do ano, o mercado interno gerou 14,0 milhões de dormidas (+3,6%) e os mercados externos corresponderam a 37,6 milhões de dormidas (+8,5%).

Mercado britânico com redução
Os 13 principais mercados emissores representaram 83,5% das dormidas de não residentes. O mercado britânico (22,9% do total das dormidas de não residentes) recuou 5,0% em outubro. Estes resultados poderão de alguma forma estar influenciados pelo cancelamento de alguns serviços de transporte aéreo entre o Reino Unido e Faro. Entre janeiro e outubro este mercado cresceu 2,0%.

As dormidas de hóspedes alemães (quota de 15,5%) aumentaram 5,1%. Nos primeiros 10 meses do ano este mercado cresceu 7,5%. O mercado francês (8,8% do total) manteve a tendência decrescente (-0,9%) dos últimos meses, tendo recuado 0,3% desde o início do ano. O mercado espanhol (7,0% do total) registou um ligeiro crescimento em outubro (+0,9%) e aumentou 1,1% nos primeiros 10 meses do ano.

Entre os principais países, sobressaíram os crescimentos apresentados em outubro pelos mercados polaco (59,4%), norte-americano (44,0%) e italiano (20,7%). Nos primeiros 10 meses do ano, destacaram-se as evoluções nos mercados brasileiro (39,9%), norte-americano (33,3%) e polaco (28,7%).

Crescimento na região Centro continuou a destacar-se
Em outubro, observaram-se aumentos das dormidas em todas as regiões, com realce para o Centro (+20,4%) e Alentejo (+16,3%). As dormidas concentraram-se essencialmente no Algarve (peso de 33,5%) e na AM Lisboa (25,5%). Neste mês houve um incremento de 320,0 mil dormidas (face a igual mês do ano anterior), do qual 29,1% foi proveniente do Centro (93,2 mil dormidas adicionais), 25,6% do Algarve (acréscimo de 82,0 mil dormidas) e 21,9% da AM Lisboa (70,2 mil dormidas acrescidas).

No período entre janeiro e outubro todas as regiões registaram acréscimos, salientando-se as evoluções apresentadas pela RA Açores (+16,3%), Centro (+14,3%) e Alentejo (+10,6%). Em outubro, destacaram-se as evoluções das dormidas de residentes ocorridas na RA Açores (+20,5%), Algarve (17,8%) e Alentejo (+13,3%), enquanto na AM Lisboa houve um recuo de 1,4%. Nos primeiros dez meses do ano, as evoluções das dormidas de residentes evidenciaram-se principalmente na RA Açores (+18,3%) e Alentejo (+7,8%).

As dormidas de não residentes apresentaram evoluções positivas nas regiões do Continente em outubro, com realce para o Centro (+36,4%) e Alentejo (+20,4%). Nos primeiros 10 meses do ano destacaram-se as evoluções das dormidas de não residentes registadas no Centro (+28,6%), Alentejo (+15,8%) e RA Açores (+14,9%).

Estada média continuou em redução
A estada média (2,71 noites) reduziu-se 2,2% e apenas no Centro se verificou um aumento neste indicador (+2,5%). A RA Madeira registou a estada média mais elevada (4,88 noites) e a redução mais pronunciada (-5,6%), entre as várias regiões.

Taxa de ocupação aumentou
A taxa líquida de ocupação-cama (53,8%) aumentou 1,4 p.p. (1,7 p.p. em setembro). As taxas de ocupação mais elevadas ocorreram na RA Madeira (68,9%) e AM Lisboa (66,4%). Os maiores aumentos na taxa de ocupação tiveram lugar no Centro (+5,6 p.p.) e Alentejo (+4,9 p.p.).

Proveitos aceleraram
Os proveitos totais atingiram 323,5 milhões de euros e os de aposento 234,8 milhões de euros (+18,6% e +22,5%, respetivamente), continuando em aceleração (+17,8% e +18,9% no mês anterior, respetivamente).

Todas as regiões registaram aumentos nos proveitos, com maior evidência no Centro (+34,9% nos proveitos totais e +38,5% nos de aposento) e AM Lisboa (+26,8% e +31,5%, respetivamente).

O rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) foi 53,6 euros em outubro, que se traduziu num aumento de 20,4% (17,2% no mês anterior). Na AM Lisboa o RevPAR ascendeu a 96,6 euros, assinalando-se ainda a RA Madeira (50,7 euros) e o Norte (47,8 euros). Destacaram-se os aumentos registados no Centro (+36,0%), AM Lisboa (+29,4%) e Alentejo (+24,8%).

A evolução do RevPAR foi globalmente positiva entre as diversas tipologias e respetivas categorias, salientando-se a evolução registada nos apartamentos turísticos (+25,0%), aldeamentos turísticos (+20,7%) e hotéis (+20,6%).