INE: Atividade turística não recupera em setembro com menos 53,4% de dormidas do que o ano passado

O Instituto Nacional de Estatística (INE) partilha hoje os seus dados referentes à atividade turística durante o mês de setembro de 2020. O setor do alojamento turístico registou 1,4 milhões de hóspedes e 3,6 milhões de dormidas em setembro de 2020, correspondendo a variações de -52,7% e -53,4%, respetivamente (-43,6% e -47,1% em agosto, pela mesma ordem). As dormidas de residentes diminuíram 8,5% (-1,5% em agosto) e as de não residentes recuaram 71,9% (-72,4% no mês anterior).

Os proveitos totais registaram uma variação de -59,2% (-48,7% em agosto), fixando-se em 204,8 milhões de euros. Os proveitos de aposento atingiram 155 milhões de euros, diminuindo 59,5% (-49% no mês anterior). Em setembro, 24% dos estabelecimentos de alojamento turístico estiveram encerrados ou não registaram movimento de hóspedes (22,8% em agosto).

No 3.º trimestre de 2020, as dormidas totais diminuíram 55,7% (-12% nos residentes e -76,3% nos não residentes), depois de no 2.º trimestre terem recuado 92,5% (-78% nos residentes e -98,1% nos não residentes) e no 1.º trimestre terem registado um decréscimo de 18,3% (-12,2% nos residentes e -21% nos não residentes).

Este destaque inclui uma caixa com a análise do impacto da abertura do corredor aéreo entre o Reino Unido e Portugal em agosto e setembro. A abertura do corredor aéreo com Portugal terá contribuído para a melhoria que se verificou em agosto e setembro, meses em que se registaram diminuições de 79,9% e 70,7%, respetivamente, das dormidas de residentes no Reino Unido, depois de quatro meses com reduções superiores a 90%.

Hóspedes e dormidas com diminuições superiores a 50%

Em setembro de 2020, o setor do alojamento turístico registou 1,4 milhões de hóspedes e 3,6 milhões de dormidas, refletindo-se em variações de -52,7% e -53,4%, respetivamente (-43,6% e -47,1% em agosto, pela mesma ordem). Em setembro, 24% dos estabelecimentos de alojamento turístico estiveram encerrados ou não registaram movimento de hóspedes (22,8% em agosto de 2020).

As dormidas na hotelaria (79,8% do total) diminuíram 54,9%. As dormidas nos estabelecimentos de alojamento local (peso de 14,9% do total) decresceram 52,5% e as de turismo no espaço rural e de habitação (quota de 5,4%) recuaram 16,2%. As dormidas em hostels registaram uma diminuição de 62% em setembro, representando 17,8% das dormidas em alojamento local e 2,6% do total de dormidas nos estabelecimentos de alojamento turístico.

Dormidas de residentes com decréscimo mais acentuado que no mês anterior

Em setembro, o mercado interno (peso de 57,2%) contribuiu com 2 milhões de dormidas, o que representou um decréscimo de 8,5% (-1,5% em agosto). As dormidas dos mercados externos diminuíram 71,9% (-72,4% no mês anterior) e atingiram 1,5 milhões. No conjunto dos primeiros nove meses do ano, verificou-se uma diminuição de 61,3% das dormidas totais, resultante de variações de -33,3% nos residentes e de -73,4% nos não residentes.

No 3.º trimestre de 2020, as dormidas totais diminuíram 55,7% (-12% nos residentes e -76,3% nos não residentes), depois de no 2.º trimestre terem recuado 92,5% (-78,0% nos residentes e -98,1% nos não residentes) e no 1.º trimestre terem registado um decréscimo de 18,3% (-12,2% nos residentes e -21% nos não residentes).

Principais mercados com diminuições expressivas

A totalidade dos dezasseis principais mercados emissores manteve decréscimos expressivos em setembro, tendo representado 93% das dormidas de não residentes nos estabelecimentos de alojamento turístico neste mês. As maiores reduções registaram-se nos mercados norte americano (-95,6%), chinês (-94,9%), canadiano (-94,8%) e irlandês (-91,7%), enquanto os mercados belga (-49,6%), dos Países Baixos (-51,1%), espanhol (-51,8%) e suíço (-55,2%) foram, entre os principais, os que registaram menores decréscimos.

Desde o início do ano, todos os principais mercados registaram decréscimos expressivos, superiores a 60%, com maior enfoque nos mercados irlandês (-89,5%), norte americano (-85,4%), polaco e chinês (-78,5% em ambos).

Algarve e Alentejo mantiveram crescimento das dormidas de residentes

Em setembro, todas as regiões registaram decréscimos das dormidas, registando-se as menores diminuições no Alentejo (-20,9%), Centro (-40,5%) e Algarve (-44,8%). As maiores reduções verificaram-se na AM Lisboa (-71,8%), RA Açores (-66,3%) e RA Madeira (-66,2%). O Algarve concentrou 40,0% das dormidas, seguindo-se o Norte (15,9%) a AM Lisboa (14,4%) e o Centro (13%). No conjunto dos primeiros nove meses do ano, as regiões que apresentaram menores diminuições no número de dormidas foram o Alentejo (-36,4%), Centro (-50,4%) e Norte (-56,5%).

Em setembro, registaram-se crescimentos do número de dormidas de residentes no Algarve (+10,1%) e Alentejo (+3,9%). Neste mês, em termos de dormidas de não residentes, o Alentejo e o Algarve registaram as menores diminuições (-62,9% e -63,6%), enquanto as restantes regiões apresentaram decréscimos superiores a 70%.

Estada média reduziu-se

Em setembro, a estada média nos estabelecimentos de alojamento turístico (2,59 noites) reduziu-se 1,6% (-6,3% em agosto). A estada média dos residentes aumentou 8,2% e a dos não residentes cresceu 7,4%.

Taxa líquida de ocupação não recuperou

A taxa líquida de ocupação-cama nos estabelecimentos de alojamento turístico (30,5%) recuou 27,0 p.p. em setembro (-26,1 p.p. em agosto). As taxas de ocupação mais elevadas registaram-se no Algarve (39,9%) e Alentejo (34,7%).

Proveitos mantiveram decréscimos expressivos

Em setembro, os proveitos registados nos estabelecimentos de alojamento turístico atingiram 204,8 milhões de euros no total e 155,0 milhões de euros relativamente a aposento, correspondendo a variações de -59,2% e -59,5%, respetivamente (-48,7% e -49% em agosto, pela mesma ordem).

Todas as regiões registaram decréscimos expressivos nos proveitos totais e de aposento em setembro, com maior enfoque na AM Lisboa (-80,1% e -81,1%, respetivamente), RA Açores (-69,6% e -70,5%, pela mesma ordem) e RA Madeira (68,1% e 68,6%, respetivamente).

Em setembro, a evolução dos proveitos foi negativa nos três segmentos de alojamento. Na hotelaria, os proveitos totais e de aposento diminuíram 60,8% e 61,3%, respetivamente (peso de 84,5% e 82,7% no total do alojamento turístico, pela mesma ordem).

Considerando as mesmas variáveis, os estabelecimentos de alojamento local (quotas de 9,3% e 10,7%) apresentaram evoluções de -57,6% e -59%, enquanto no turismo no espaço rural e de habitação (representatividade de 6,2% e 6,6%) se observaram evoluções de -13,7% e -12,5%.

No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) situou-se em 30,2 euros em setembro, o que correspondeu a um decréscimo de 54,4% (-41,2% em agosto). A variação do RevPAR em setembro situou-se em -56,5% na hotelaria, -52% no alojamento local e -6,7% no turismo no espaço rural e de habitação.

No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 83,4 euros em setembro, o que se traduziu num decréscimo de 14,2% (-7,6% em agosto).