INE: Atividade turística ultrapassa níveis de 2019 pela primeira vez

O setor do alojamento turístico registou 2,4 milhões de hóspedes e seis milhões de dormidas em abril de 2022, correspondendo a aumentos de 424,6% e 548,4%, respetivamente (+462,6% e +540,6% em março, pela mesma ordem). segundo revelam os dados do INE, divulgados hoje. Face a abril de 2019, registaram-se crescimentos de 1,6% e 1,1%, respetivamente. É a primeira vez, desde o início da pandemia, que se registam crescimentos face ao período homólogo anterior à pandemia.

Os proveitos acumulados de janeiro a abril de 2022 cresceram 607,4% no total e 591,2% nos relativos a aposento (-4,2% e -2,9%, face a igual período de 2019, respetivamente).

No conjunto dos primeiros quatro meses de 2022, considerando a generalidade dos meios de alojamento (estabelecimentos de alojamento turístico, campismo e colónias de férias e pousadas da juventude), registaram-se 6,4 milhões de hóspedes e 16,1 milhões de dormidas, correspondendo a crescimentos de 376,8% e 395,4%, respetivamente.

Hóspedes e dormidas superaram valores de abril de 2019

O setor do alojamento turístico registou 2,4 milhões de hóspedes e seis milhões de dormidas em abril de 2022, refletindo-se em crescimentos de 424,6% e 548,4%, respetivamente (+462,6% e +540,6%, pela mesma ordem, em março). Face a abril de 2019, os hóspedes aumentaram 1,6% e as dormidas cresceram 1,1%. É a primeira vez, desde o início da pandemia, que se registam crescimentos face ao período homólogo anterior à pandemia.

Em abril, o mercado interno contribuiu com 1,9 milhões de dormidas, tendo aumentado 193,6% (+15,0% face a abril de 2019). A recuperação dos mercados externos tem vindo a ser notória, tendo-se atingido 4,1 milhões de dormidas de não residentes em abril (+1 403,2%; peso de 68,0%), o valor mais alto desde o início da pandemia, traduzindo-se, ainda assim, num decréscimo de 4,4% face a abril de 2019.

No conjunto dos primeiros quatro meses do ano, as dormidas aumentaram 449,2% (+181,0% nos residentes e +1 022,1% nos não residentes). Comparando com o mesmo período de 2019, as dormidas diminuíram 11,9%, como consequência da diminuição dos não residentes (-18,4%), dado que os residentes aumentaram 3,4%.

Os seis principais mercados emissores (Reino Unido, Espanha, Alemanha, França, Países Baixos e Estados Unidos da América) foram responsáveis por 64,8% das dormidas de não residentes nos primeiros quatro meses do ano (63,1% em abril), tendo-se observado uma diminuição do número de dormidas neste período, quando comparado com o mesmo período de 2019. O mercado norte americano foi, entre estes, o que registou menor decréscimo do número de dormidas (-2,9%) entre janeiro e abril. Seguiram-se os Países Baixos (-5,4%) e os mercados britânico (-14,7%), espanhol (-15,4%) e alemão (-20,9%).

Aumento expressivo das dormidas em todas as regiões

Em abril, registaram-se aumentos das dormidas em todas as regiões. O Algarve concentrou 27,1% das dormidas, seguindo-se a AM Lisboa (26,5%), o Norte (16,7%) e a RA Madeira (12,1%). Comparando com abril de 2019, registaram-se aumentos das dormidas na RA Madeira (+19,9%), Alentejo (+16,7%), Norte (+10,0%) e Centro (+2,5%), tendo o maior decréscimo sido observado no Algarve (-8,9%).

Relativamente às dormidas de residentes, todas as regiões, com exceção do Algarve (-5,6%), registaram acréscimos. Os maiores aumentos verificaram-se na RA Madeira (+88,8%), Alentejo (+20,7%), Norte (+19,4%) e Centro (+18,4%). As dormidas de não residentes registaram aumentos na RA Madeira (+11,0%), Alentejo (+9,2%) e Norte (+4,0%), tendo as maiores diminuições sido observadas no Centro (-16,8%) e na RA Açores (-16,4%).

Município do Funchal com crescimento expressivo em abril face ao mesmo mês de 2019

Em abril, o município de Lisboa registou 1,2 milhões de dormidas (19,5% do total), concentrando 24,0% do total do país nesse período. Comparando com abril de 2019, as dormidas diminuíram 3,9% (+10,9% nos residentes e -6,3% nos não residentes).

O município de Albufeira concentrou 10,8% do total de dormidas, atingindo 650,3 mil, o que representa uma redução de 17,8% face a abril de 2019 (-19,3% nos residentes e -16,5% nos não residentes).

No Funchal (8,4% do total), registaram-se 510,4 mil dormidas em abril, um acréscimo de 23,9% (+113,2% nos residentes e +13,2% nos não residentes) em comparação com o período homólogo de 2019.

No Porto (7,0% do total), registaram-se 422,4 mil dormidas em abril, que se traduziram num crescimento de 5,7% face ao mesmo mês de 2019 (+22,4% nos residentes e +2,6% nos não residentes).

No período acumulado de janeiro a abril de 2022, as dormidas diminuíram nos principais municípios, face a igual período de 2019: -21,1% em Lisboa (-10,3% nos residentes e -23,4% nos não residentes), -5,7% no Funchal (+65,8% nos residentes e -13,1% nos não residentes) e -29,3% em Albufeira (-24,5% nos residentes e -30,2% nos não residentes).

Taxas líquidas de ocupação aumentaram

A taxa líquida de ocupação-cama nos estabelecimentos de alojamento turístico (47,6%) aumentou 34,8 p.p. em abril (+23,3 p.p. em março), ficando ainda abaixo dos 48,2% observados em abril de 2019.

Em abril, as taxas de ocupação-cama mais elevadas registaram-se na RA Madeira (66,3%) e na AM Lisboa (58,0%), correspondendo também aos maiores acréscimos neste indicador (+48,0 p.p. e +44,3 p.p., respetivamente).

A taxa líquida de ocupação-quarto nos estabelecimentos de alojamento turístico (56,0%) aumentou 38,2 p.p. em abril (+27,6 p.p. em março) e atingiu o mesmo valor que em abril de 2019.

Proveitos aumentaram cerca de 16% face a abril de 2019

Os proveitos totais atingiram 389,2 milhões de euros e cresceram 726,2% e os proveitos de aposento corresponderam a 291,0 milhões de euros (+728,5%). Comparando com abril de 2019, registaram-se aumentos de 16,2% e 16,8%, respetivamente.

No conjunto dos primeiros quatro meses de 2022, os proveitos cresceram 607,4% no total e 591,2% relativos a aposento, em comparação com o mesmo período de 2021. Comparando com o mesmo período de 2019, registaram-se decréscimos de 4,2% e 2,9%, respetivamente.

A AM Lisboa concentrou 33,1% dos proveitos totais e 35,1% dos relativos a aposento em abril, seguindo-se o Algarve (24,2% e 22,6%, respetivamente) e o Norte (16,1% e 16,7%, pela mesma ordem).

Entre janeiro e abril, a evolução dos proveitos foi positiva nos três segmentos de alojamento.
Na hotelaria, os proveitos totais e de aposento aumentaram 665,3% e 655,6%, respetivamente (pesos de 87,4% e 85,4% no total do alojamento turístico, pela mesma ordem). Nos estabelecimentos de alojamento local (quotas de 8,9% e 10,7%), registaram-se subidas de 411,2% e 403,1%, e no turismo no espaço rural e de habitação (representatividade de 3,8% e 3,9%) os aumentos atingiram 281,4% e 273,4%, respetivamente.

No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) atingiu 51,6 euros em abril, tendo aumentado 378,9% face a abril de 2021 (+322,6% em março) e 13,3% em comparação com o mesmo mês de 2019.

Os valores de RevPAR mais elevados foram registados na AM Lisboa (81,9 euros) e RA Madeira (61,9 euros).

Este indicador aumentou 299,6% desde o início do ano, com crescimentos de 322,5% na hotelaria, 243,8% no alojamento local e 109,5% no turismo no espaço rural e de habitação.

No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 92,2 euros em abril, tendo crescido 52,1% em relação a abril de 2021 (+45,1% em março). Face a abril de 2019, o ADR aumentou 13,3%.