INE: decréscimo no transporte de passageiros no 1º trimestre

Segundo os dados divulgados hoje pelo INE, no primeiro trimestre de 2020, o movimento de passageiros nos aeroportos nacionais totalizou 9,5 milhões, representando um decréscimo de 15,4%1 (+6,3% no 4ºT 2019). O impacto da pandemia Covid-19 e das medidas restritivas adotadas ao nível do espaço aéreo foi significativo no mês de março, tendo-se registado acentuadas reduções no movimento de passageiros nos principais aeroportos nacionais, que se situaram entre -55,8% no aeroporto do Porto e -49,1% no aeroporto do Funchal. Esse impacto foi mais visível a partir do início da segunda quinzena do mês de março, com reduções acima de 90% nos últimos dias.

O transporte por metropolitano diminuiu 5,6% (+13,8% no 4ºT 2019) com 58,8 milhões de passageiros transportados, em resultado da forte redução no número de passageiros no mês de março (-45,0%), reflexo da quase paralisação do transporte de passageiros em transportes públicos desde meados do mês de março devido à pandemia Covid-19.

O transporte fluvial de passageiros decresceu 12,1%, após +6,2% no 4ºT 2019, atingindo 4,3 milhões de passageiros transportados.

O transporte aéreo de mercadorias foi o único modo a manter a tendência de crescimento, apesar da desaceleração (+4,2%, +16,2% no 4ºT 2019). Os transportes marítimo, ferroviário e rodoviário de mercadorias, registaram decréscimos: -2,7% nos portos marítimos nacionais (-2,9% no 4ºT 2019), -7,3% por ferrovia (-12,3% no trimestre anterior) e -2,8% por rodovia (+0,6% no 4ºT 2019).

Acentuado decréscimo do movimento de passageiros nos aeroportos nacionais
No 1º trimestre de 2020, aterraram nos aeroportos nacionais 40,3 mil aeronaves em voos comerciais o que representa um decréscimo de 12,7% (-0,3% no 4ºT de 2019).

O volume de passageiros movimentados (embarques, desembarques e trânsitos diretos) nos aeroportos nacionais totalizou 9,5 milhões, representando um decréscimo de 15,4% (+6,3% no 4ºT 2019).

O impacto da pandemia Covid-19 nos transportes aéreos foi significativo no mês de março, com decréscimos transversais: -38,6% (aeronaves aterradas), -53,5% (movimento de passageiros), -16,6% (movimento de carga e correio).

No 1º trimestre de 2020, o aeroporto de Lisboa foi responsável por mais de metade do movimento total de passageiros (57,2%, 5,4 milhões), tendo registado o menor decréscimo (-13,5%, +8,4% no 4ºT 2019). No aeroporto do Porto registou-se o segundo maior volume de passageiros movimentados do país (23,2%, 2,2 milhões) e um decréscimo de 15,6% (+7,4% no 4ºT 2019). No aeroporto de Faro registou-se um movimento de 762,3 mil passageiros (8,1% do total), que correspondeu a uma redução de 24,8% (+0,1% no trimestre anterior).

Nos aeroportos de Ponta Delgada e do Funchal registaram-se decréscimos de -15,7% e -16,1%, respetivamente (+3,8% e -0,6% no 4ºT 2019, pela mesma ordem).

De salientar que, no mês de março, se registaram acentuadas reduções no movimento de passageiros nos principais aeroportos nacionais que se situaram entre -55,8% no aeroporto do Porto e -49,1% no aeroporto do Funchal.

No 1º trimestre de 2020, o tráfego internacional movimentou 7,8 milhões de passageiros (-13,8%, +8,1% no 4ºT 2019), tendo concentrado 82,4% do tráfego total. O peso do movimento internacional ascendeu a 89,6% em Faro, 89,4% em Lisboa e 86,0% no Porto.

Analisando o número de aeronaves aterradas e o número de passageiros desembarcados diariamente no primeiro trimestre de 2020, e comparando com o período homólogo, é visível o impacto da pandemia Covid-19 e das medidas adotadas ao nível do espaço aéreo a partir do início da segunda quinzena do mês de março, com reduções acima de 90% nos últimos dias.

Principais países de origem e de destino
Analisando os países de origem e destino, no 1º trimestre de 2020, verifica-se que os principais países de origem coincidem com os principais países de destino, tendo como base o número total de passageiros embarcados e desembarcados, respetivamente, no trimestre em análise. Face ao trimestre homólogo, a única diferença é verificada na 5ª posição (origem e destino), que no 1ºT de 2019 era ocupada pela Itália e no 1ºT de 2020 passou a ser ocupada pelo Brasil. Os maiores decréscimos foram verificados para a origem e destino Alemanha (-27,8% e -21,8%, respetivamente). O Brasil subiu para 5º principal país de origem e destino (no trimestre homólogo ocupava a 7ª e 6ª posição, respetivamente), em resultado de um decréscimo de 1,9% nos passageiros desembarcados e de um crescimento de 7,2% nos passageiros embarcados.

Transporte de passageiros por vias navegáveis diminui
No 1º trimestre de 2020, o transporte de passageiros por via fluvial diminuiu 12,1% (+6,2% no 4ºT 2019), atingindo 4,3 milhões de passageiros.

O transporte de passageiros no rio Tejo diminuiu 12,2%, registando 4,1 milhões de passageiros, após aumentos de 7,0% e 12,1% no 4º e 3ºT de 2019, respetivamente. Este decréscimo resulta da redução de passageiros no mês de março, derivada do impacto da pandemia Covid-19 e da declaração do estado de emergência.

Transporte ferroviário de passageiros em desaceleração
No 1º trimestre de 2020 foram transportados por ferrovia 39,5 milhões de passageiros, registando-se um aumento de 6,4% (+32,4% no trimestre anterior). Em tráfego suburbano movimentaram-se 36,3 milhões de passageiros, com um aumento de 8,8% (+34,9% no 4ºT 2019). Em tráfego interurbano e em tráfego internacional o número de passageiros transportados (3,2 milhões e 30 mil passageiros, respetivamente) apresentou decréscimos respetivos de 14,9% e de 29,5%, após aumentos de +10,3% e de +4,8% no trimestre anterior.