INE: Dormidas de não residentes voltam a recuar e só o mercado alemão sai reforçado

Em setembro de 2025, o setor do alojamento turístico registou 3,3 milhões de hóspedes e 8,5 milhões de dormidas, correspondendo a aumentos de 1,1% e 0,7%, respetivamente (+1,2% e +1,3% em agosto, pela mesma ordem). As dormidas de residentes totalizaram 2,5 milhões, traduzindo um crescimento de 5,6% (+4,5% em agosto).

Com 6 milhões de dormidas em setembro, os mercados externos mantiveram a trajetória do mês anterior, registando uma diminuição de 1,2% (-0,4% em agosto).

Os 10 principais mercados emissores, em setembro, representaram 75,9% do total de dormidas de não residentes, com o mercado britânico a manter a liderança (18,9% do total), apesar do decréscimo de 6,1% face ao mês homólogo (-2,0% em agosto).

O mercado alemão, segundo principal mercado emissor em setembro (12,5% do total), foi o único entre os 10 principais a registar um acréscimo das dormidas neste mês (+3,1%, após +1,9% em agosto). Seguiu-se o mercado norte-americano, na 3.ª posição (quota de 10,9%), com um decréscimo de 0,4% (+8,6% em agosto), recuando pela segunda vez desde março de 2021.

Entre os 10 principais mercados emissores em setembro, destacaram-se ainda os decréscimos dos mercados irlandês (-7,3%) e francês (-7,2%).

Alentejo em destaque

Em setembro, os maiores aumentos das dormidas registaram-se no Alentejo (+8%) e na Península de Setúbal (+3,6%). As regiões do Centro, do Algarve e dos Açores apresentaram decréscimos (-2,4%, -2,2% e -1,5%, respetivamente). As regiões com maior número de dormidas em setembro foram o Algarve (27,9% do total) e a Grande Lisboa (22,1%).

As dormidas de residentes aumentaram em todas as regiões, exceto nos Açores (-2,5%) e no Centro (-2,4%). O crescimento mais expressivo foi registado na Madeira (+36,3%), destacando-se ainda as regiões do Oeste e Vale do Tejo e do Alentejo (+9,7% em ambas).

No que respeita às dormidas de não residentes, observaram-se variações maioritariamente negativas, registando-se aumentos apenas no Alentejo (+5,2%), no Norte (+2,9%) e na Península de Setúbal (+1,9%). As maiores diminuições ocorreram nas regiões Oeste e Vale do Tejo (-3,5%) e da Madeira (-3,4%).

Em setembro, a estada média nos estabelecimentos de alojamento turístico (2,58 noites) diminuiu 0,4% (+0,1% em agosto). Os valores mais elevados deste indicador continuaram a observar-se na Madeira (4,59 noites) e no Algarve (3,98 noites). Nestas duas regiões e nos Açores (3,14 noites), as estadas médias ficaram acima da média nacional. As estadias mais curtas ocorreram no Centro (1,77 noites) e no Oeste e Vale do Tejo (1,80 noites).

Em setembro, a estada média dos residentes (2,11 noites) aumentou 1,2%, enquanto a dos não residentes (2,84 noites) recuou 0,6%. A Madeira registou as estadas médias mais prolongadas: 4,85 noites para os não residentes e 3,75 noites para os residentes. O Alentejo foi a única região em que a estada média dos residentes (2,02 noites) foi superior à dos não residentes (1,92 noites).

Taxas líquidas de ocupação-cama e quarto mantiveram trajetório decrescente em setembro

A taxa líquida de ocupação-cama nos estabelecimentos de alojamento turístico (56,4%) diminuiu 1,4 p.p. em setembro (após -0,7 p.p. em agosto) e a taxa líquida de ocupação-quarto (69,3%) decresceu 0,8 p.p. (-0,7 p.p. em agosto).

A Madeira foi a única região a registar um acréscimo na taxa líquida de ocupação-cama em setembro (+0,4 p.p.), enquanto o Oeste e Vale do Tejo e o Alentejo mantiveram os valores do período homólogo. Os maiores decréscimos observaram-se nos Açores (-3,6 p.p.) e na Península de Setúbal (-2,5 p.p.). A RA Madeira e a Grande Lisboa apresentaram as taxas de ocupação-cama mais elevadas (74,7% e 64,3%, respetivamente), enquanto os valores mais baixos foram registados no Centro (37,4%) e no Alentejo (43,2%).

Proveitos continuam a abrandar

Os proveitos totais atingiram 840,1 milhões de euros e os de aposento ascenderam a 659,1 milhões de euros em setembro, refletindo crescimentos de 5,6% e 5,8%, respetivamente (+6,7% e +5,8% em agosto, pela mesma ordem).

A Grande Lisboa foi a região que mais contribuiu para a globalidade dos proveitos (28,6% dos proveitos totais e 29,8% dos proveitos de aposento), seguida do Algarve (27,7% e 27,0%, respetivamente) e do Norte (16% e 16,4%,
pela mesma ordem). Os acréscimos mais expressivos de proveitos ocorreram na Madeira (+16,7% nos proveitos totais e +19,0% nos de aposento) e no Alentejo (+13,2% e +16,7%, pela mesma ordem). A Grande Lisboa apresentou os crescimentos mais modestos (+3% nos proveitos totais e +2,3% nos relativos a aposento).

No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) atingiu 99,2 euros em setembro, refletindo um aumento de 2,8% (+3,3% em agosto). O rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 143,1 euros (+3,9%, após +4,2% em agosto)

O valor de RevPAR mais elevado foi observado na Grande Lisboa (148,7 euros), seguindo-se a Madeira (118,6 euros), onde se registou o maior crescimento (+16,4%). No Alentejo, ocorreu o segundo maior crescimento deste indicador (+10,9%), enquanto o Norte e a Grande Lisboa foram as únicas regiões com decréscimos (-1,6% e -1,5%, respetivamente).

Os valores mais elevados de ADR registaram-se na Grande Lisboa (183,1 euros) e no Algarve (151,9 euros), tendo a Madeira apresentado também neste indicador o maior crescimento (+15,6%).

O município de Lisboa concentrou 17,7% do total de dormidas em setembro, atingindo 1,5 milhões (+1,2%). As dormidas de residentes aumentaram 10,4% e as de não residentes registaram uma variação nula. Este município concentrou 21,7% do total de dormidas de não residentes em setembro.

Albufeira foi o segundo município com maior número de dormidas (873,2 mil dormidas, peso de 10,3%), embora com um decréscimo de 5,5%. As dormidas de residentes registaram um decréscimo de 11,2% e as de não residentes diminuíram 3,9%. Este município concentrou 11,4% do total de dormidas de não residentes em setembro.

No Porto, as dormidas totalizaram 676,9 mil (8,0% do total), refletindo um aumento de 5,8%, em resultado dos crescimentos das dormidas de residentes (+15,1%) e de não residentes (+4,5%).

Entre os 10 principais municípios, assinala-se ainda a evolução do Funchal (6,6% do total) e de Portimão (3,9% do total), com decréscimos de, respetivamente, 1,4% e 0,6% na globalidade das dormidas. No entanto, importa referir que as dormidas dos residentes nestes dois municípios registaram crescimentos expressivos(+54,8% e +24,2%, pela mesma ordem), amortecendo o efeito do decréscimo das dormidas de não residentes (-8,4% e -9,6%, respetivamente). De referir também a trajetória de crescimento do município de Lagos (2,6% do total), +9,9% (+2,6% nos residentes e +10,6% nos não residentes).