Os resultados preliminares de 2024 divulgados hoje pelo INE indicam que, em dezembro de 2024, o setor do alojamento turístico registou 1,9 milhões de hóspedes e 4,2 milhões de dormidas, correspondendo a crescimentos de 3,6% e 2,9%, respetivamente (+14,0% e +9,6% em novembro, pela mesma ordem).
As dormidas de residentes totalizaram 1,6 milhões, tendo registado um ligeiro crescimento de 0,6% (+22,2% em novembro). Os mercados externos cresceram 4,4% (o mesmo crescimento que em novembro), alcançando 2,6 milhões de dormidas.
Os resultados preliminares de 2024 revelam que os hóspedes atingiram 31,6 milhões e as dormidas 80,3 milhões, refletindo crescimentos anuais de 5,2% e 4,0%, respetivamente (+13,2% e +10,7% em 2023, pela mesma ordem).
No conjunto do ano de 2024, as dormidas de residentes aumentaram 2,4% (+1,9% em 2023) e as de não residentes 4,8% (15,1% em 2023). As dormidas de não residentes predominaram (70,3% do total) e atingiram 56,4 milhões, enquanto as realizadas por residentes (29,7% do total) totalizaram 23,9 milhões. Face a 2023, acentuou-se a dependência dos mercados externos (69,8% em 2023), atingindo-se o peso mais elevado desde 2018, quando estes mercados representaram 70,4% do total.
No 4º trimestre de 2024, as dormidas aumentaram 4,7% (+3,0% no 3º trimestre). As dormidas de residentes cresceram 6,8% (+1,0% no 3º trimestre) e as de não residentes aumentaram 3,7% (+4,0% no trimestre anterior).
Crescimento do Canadá e dos Estados Unidos voltou a destacar-se em 2024
Os 10 principais mercados emissores, em dezembro, representaram 72,3% do total de dormidas de não residentes neste mês, com o mercado britânico a manter-se com o maior peso (13,7% do total das dormidas de não residentes em dezembro) e a registar um ligeiro decréscimo de 0,2% face ao mês homólogo.
As dormidas do mercado espanhol, o segundo principal mercado emissor em dezembro (13,2% do total), diminuíram 10,0%. Seguiu-se o mercado alemão, na 3ª posição (quota de 11,3%), com um crescimento de 9,2%.
No grupo dos 10 principais mercados emissores em dezembro, o mercado polaco foi o que registou o maior crescimento (+13,9%), seguindo-se os Países Baixos (+10,4%) e o Canadá (9,9%).
No conjunto do ano de 2024, o mercado britânico manteve-se como o principal (18,1% do total de dormidas de não residentes) e cresceu 2,7%. Seguiram-se os mercados alemão (11,3% do total), espanhol (9,7% do total), norte americano (9,2% do total) e francês (+8,0% do total). Ainda entre os principais mercados, o canadiano (+17,1%), o norte-americano (+12,1%) e dos Países Baixos (+8,7%) destacaram-se pelos crescimentos expressivos.
Dormidas cresceram em todas as regiões em 2024
Em dezembro, os maiores aumentos nas dormidas ocorreram na RA Madeira (+8,8%) e na RA Açores (+4,4%), tendo os únicos decréscimos sido registados no Oeste e Vale do Tejo (-3,0%) e no Centro (-0,3%).
As dormidas de residentes registaram decréscimos na maioria das regiões, tendo sido mais expressivos na RA Açores (-11,1%). Em sentido contrário, destacaram-se os crescimentos registados na RA Madeira (+28,7%) e na Península de Setúbal (9,1%).
As dormidas de não residentes registaram crescimentos em todas as regiões, com exceção da Península de Setúbal (-5,6%) e do Oeste e Vale do Tejo (-4,5%). Os aumentos mais expressivos foram observados na RA Açores (+28,2%) e no Alentejo (+11,2%).
No conjunto do ano de 2024, todas as regiões registaram crescimento nas dormidas, com os maiores aumentos a ocorrerem na RA Açores (+9,3%), no Norte (+6,4%) e na Península de Setúbal (+6,1%).
O Algarve concentrou 25,8% do total das dormidas em 2024, seguindo-se a Grande Lisboa (24,2% do total) e o Norte (17,6%). O principal destino em termos de dormidas dos residentes foi o Norte (21,8% do total das dormidas de residentes), seguido do Algarve (19,6% do total), da Grande Lisboa (14,6% do total) e do Centro (14,5% do total). As dormidas de não residentes concentraram-se, essencialmente, no Algarve (28,5% do total de dormidas de não residentes) e na Grande Lisboa (28,3% do total).
No Centro e no Alentejo, em 2024, predominaram as dormidas de residentes (67,1% e 66,5%, respetivamente), enquanto nas restantes regiões as dormidas de não residentes foram dominantes. A RA Madeira e Grande Lisboa foram as regiões mais dependentes dos mercados externos (85,3% e 82,0% do total de dormidas em 2024, pela mesma ordem).
Estada média decresceu em dezembro
Em dezembro, a estada média nos estabelecimentos de alojamento turístico (2,24 noites) continuou a diminuir (-0,7%, após -3,8% em novembro). Os valores mais elevados deste indicador continuaram a observar-se na RA Madeira (4,72 noites) e no Algarve (3,35 noites), tendo as estadias mais curtas ocorrido no Oeste e Vale do Tejo (1,61 noites) e no Centro (1,62 noites).
Na globalidade de 2024, a estada média recuou 1,1%, para 2,54 noites, tendo registado aumentos apenas nas Regiões Autónomas dos Açores (+1,5%) e da Madeira (+1,0%). A Península de Setúbal e o Centro foram as regiões onde a estada média mais decresceu (-1,7% e -1,4%, respetivamente).
Em dezembro, a estada média dos residentes (1,71 noites) diminuiu 0,2% e a dos não residentes (2,76 noites) decresceu 2,0%.
A estada média dos não residentes foi mais longa que a dos residentes em todas as regiões. A RA Madeira registou as estadas médias mais prolongadas, quer dos não residentes (5,23 noites) quer dos residentes (3,26 noites).
Taxas líquidas de ocupação com ligeiro decréscimo em dezembro
A taxa líquida de ocupação-cama nos estabelecimentos de alojamento turístico (32,2%) diminuiu em dezembro (-0,1 p.p., após +1,5 p.p. em novembro). A taxa líquida de ocupação-quarto (39,2%) registou um decréscimo de 0,2 p.p. (+2,0 p.p. em novembro).
Em dezembro, o crescimento de maior magnitude foi registado na RA Madeira (+3,5 p.p.). O Oeste e Vale do Tejo e o Centro foram as regiões que apresentaram maiores decréscimos neste indicador (-1,5 p.p. e -1,4 p.p., respetivamente). As taxas de ocupação-cama mais elevadas registaram-se na RA Madeira (54,0%), seguida da Grande Lisboa (42,0%), enquanto as mais baixas ocorreram na RA Açores (19,7%) e no Alentejo (20,7%).
Na globalidade do ano de 2024, a taxa líquida de ocupação-quarto registou um ligeiro acréscimo de 0,3 p.p. e a taxa líquida de ocupação-cama foi idêntica à do ano anterior.