INE: maio foi o terceiro mês com mais dormidas de britânicos desde o início da pandemia

O setor do alojamento turístico registou um milhão de hóspedes e 2,1 milhões de dormidas em maio de 2021, o que compara com 126,6 mil hóspedes e 261,6 mil dormidas em maio de 2020, quando a atividade turística esteve praticamente parada. Os dados, revelados, esta quinta-feira, pelo INE (Instituto Nacional de Estatística), dão nota que os níveis atingidos em maio de 2021 foram, no entanto, inferiores aos observados em maio de 2019, tendo o número de hóspedes e de dormidas diminuído 62,3% e 68,6%, respetivamente. Comparando ainda com maio de 2019, “observaram-se decréscimos de 22,3% nas dormidas de residentes e 83,8% nas dormidas de não residentes”, lê-se no boletim partilhado no portal do INE.

De acordo com os mesmos dados, os proveitos registados nos estabelecimentos de alojamento turístico atingiram 126,8 milhões de euros no total e 91,7 milhões de euros relativamente a aposento. Comparando com maio de 2019, os proveitos totais diminuíram 68,9% e os relativos a aposento decresceram 69,7%.

No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) situou-se em 20,7 euros em maio (10,8 euros em abril). O rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 77,6 euros em maio (60,6 euros em abril). Em maio de 2019, o RevPAR e o ADR foram 52,3 euros e 87,8 euros, respetivamente.

Nos primeiros cinco meses do ano, segundo o INE, verificou-se uma diminuição de 48,8% das dormidas totais, resultante de variações de -3,6% nos residentes e -72,7% nos não residentes. A destacar que estas variações são influenciadas pelo facto de nos dois primeiros meses de 2020 não se ter ainda feito sentir o impacto da pandemia. Comparando com o mesmo período de 2019, as dormidas registaram uma diminuição de 79,7% (-53,3% nos residentes e -90,1% nos não residentes). Neste período, os proveitos registaram diminuições de 47,8% no total e 46,3% relativos a aposento.

Entre janeiro e maio de 2021, considerando a generalidade dos meios de alojamento (estabelecimentos de alojamento turístico, campismo e colónias de férias e pousadas da juventude), registaram-se 2,4 milhões de hóspedes e 5,6 milhões de dormidas, correspondendo a variações de -40,8% e -45,7%, respetivamente, face ao mesmo período de 2020.

Este destaque inclui uma caixa com a análise do impacto da inclusão (temporária) de Portugal pelo Reino Unido na lista países em que os visitantes não teriam de sujeitar a quarentena obrigatória no regresso. Desde o início da pandemia, maio de 2021 foi o terceiro mês com maior número de dormidas de britânicos (200,0 mil dormidas), apenas ultrapassado pelos meses de agosto (217,7 mil dormidas) e setembro (343,0 mil dormidas) de 2020, quando houve a abertura do corredor aéreo entre o Reino Unido e Portugal.

Dormidas de residentes aumentaram na RA Madeira, Alentejo, RA Açores e Algarve

Os dados do INE revelam que o Algarve concentrou 24,7% das dormidas em maio, seguindo-se a AM Lisboa (20,1%), o Norte (19,7%) e o Centro (15,0%).

No conjunto dos primeiros cinco meses do ano, as regiões que apresentaram menores diminuições no número de dormidas foram o Alentejo (-0,4%), RA Açores (-16,4%), Centro (-26,8%) e Norte (-39,3%), enquanto as restantes regiões registaram decréscimos superiores a 50%.

No conjunto dos primeiros cinco meses do ano, em termos de dormidas de residentes, registaram-se aumentos na RA Madeira (+23,6%), Alentejo (+16,9%), RA Açores (+13,9%) e Algarve (+8,9%).

Neste período, todas as regiões apresentaram decréscimos expressivos no número de dormidas de não residentes, com as menores reduções a registarem-se no Alentejo (-42,2%), enquanto as restantes regiões apresentaram diminuições superiores a 60%.

Município de Lisboa com diminuição superior a 70% no conjunto dos primeiros cinco meses do ano

No conjunto dos primeiros cinco meses de 2021, Lisboa registou 619,2 mil dormidas (12,9% do total), que se traduziram numa diminuição de 71,5%, indicam os dados. Neste período, as dormidas de residentes recuaram 29,5% e as de não residentes (peso de 50,4%) diminuíram 82,0%. Lisboa concentrou 18,7% do total das dormidas de não residentes nos primeiros cinco meses do ano.

As dormidas no município do Funchal (6,3% do total) diminuíram 69,8% entre janeiro e maio (+17,2% nos residentes e -79,1% nos não residentes).

Em Albufeira (5,2% do total) as dormidas diminuíram 66,8% no conjunto dos primeiros cinco meses do ano (-4,8% nos residentes e -79,3% nos não residentes).

Taxa líquida de ocupação aumentou

A taxa líquida de ocupação-cama nos estabelecimentos de alojamento turístico (20,9%) aumentou 12,5 p.p. em maio (+6,5 p.p. em abril). Em maio de 2019, a taxa líquida de ocupação-cama tinha sido 50,1%.

Em maio, as taxas de ocupação mais elevadas registaram-se no Alentejo (25,5%), RA Madeira (23,8%) e RA Açores (22,8%). Os maiores crescimentos neste indicador registaram-se na RA Açores (+20,2 p.p.), Alentejo (+14,2 p.p.), Algarve (+13,5 p.p.) e Centro (+13,1 p.p.).

Proveitos com decréscimos superiores a 70% entre janeiro e maio

Em maio, de acordo com o INE, os proveitos registados nos estabelecimentos de alojamento turístico atingiram 126,8 milhões de euros no total e 91,7 milhões de euros relativamente a aposento. Comparando com maio de 2019, os proveitos totais diminuíram 68,9% e os relativos a aposento decresceram 69,7%.

O Algarve concentrou 27,5% dos proveitos totais e 27,1% dos relativos a aposento em maio, seguindo-se a AM Lisboa (20,3% e 20,8%, pela mesma ordem) e o Norte (19,8% e 20,0%, respetivamente).

No conjunto dos primeiros cinco meses do ano, os proveitos registaram diminuições de 47,8% no total e de 46,3% relativos a aposento.

Entre janeiro e maio de 2021, a evolução dos proveitos foi positiva nos estabelecimentos de turismo no espaço rural e de habitação.

Na hotelaria, os proveitos totais e de aposento diminuíram 51,7% e 50,7%, respetivamente (peso de 82,7% e 80,3% no total do alojamento turístico, pela mesma ordem).

Considerando as mesmas variáveis, os estabelecimentos de alojamento local (quotas de 10,3% e 12,3%) apresentaram evoluções de -33,7% e -32,5%, enquanto no turismo no espaço rural e de habitação (representatividade de 7,2% e 7,4%) se observaram crescimentos de 43,5% e 45,4%.

No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) situou-se em 20,7 euros em maio. Em maio de 2019, o RevPAR tinha sido 52,3 euros.

Os valores de RevPAR mais elevados foram registados no Alentejo (27,2 euros), Algarve (23,4 euros), AM Lisboa (20,9 euros) e Norte (20,7 euros).

Nos primeiros cinco meses de 2021, a variação do RevPAR situou-se em -44,0%. Neste período, este indicador registou evoluções de -46,5% na hotelaria, -37,1% no alojamento local e +21,2% no turismo no espaço rural e de habitação.

No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 77,6 euros em maio. Em maio de 2019, o ADR tinha sido 87,8 euros.

Impacto da abertura do corredor aéreo entre o Reino Unido e Portugal

De forma a minimizar os impactos da pandemia Covid-19 no seu território, o Reino Unido classificou os países ou territórios numa escala de cores, vermelho, âmbar ou verde, consoante o nível de risco. O governo britânico anunciou, a 17 de maio, que Portugal passava a integrar a lista verde de países, o que significava que quem entrasse em Inglaterra vindo de Portugal não teria de ficar em quarentena obrigatória.

A inclusão de Portugal na lista verde de países terá contribuído para a evolução que este mercado apresentou em maio, associado também à realização de importantes eventos desportivos neste mês em Portugal, segundo os dados.

Em maio de 2021, registaram-se 200 mil dormidas de residentes no Reino Unido. Desde o início da pandemia, maio de 2021 foi o terceiro mês com maior número de dormidas de britânicos, apenas ultrapassado por agosto (217,7 mil dormidas) e setembro (343,0 mil dormidas) de 2020, meses em que houve a abertura do corredor aéreo entre o Reino Unido e Portugal.

Comparando com abril de 2021, o mercado britânico foi o que registou maior crescimento absoluto do número de dormidas (incremento de 179,8 mil dormidas), que representaram 34,1% do acréscimo de dormidas de não residentes verificado entre abril e maio.

Este comportamento do mercado britânico teve reflexo na evolução da representatividade deste mercado. Em abril, as dormidas de residentes no Reino Unido representaram 7,4% do total das dormidas de não residentes, o mesmo peso relativo que o mercado francês e menos do que os mercados espanhol (quota de 13,2%) e alemão (13,0% do total). Em maio, o mercado britânico representou 25,0% do total das dormidas de não residentes, seguindo-se o mercado espanhol (quota de 14,3%), alemão (10,8%) e francês (9,0%).