INE: Máximo histórico de dormidas e preços dos serviços levam proveitos ao valor mensal mais alto de sempre

Em agosto de 2023, o setor do alojamento turístico registou 3,5 milhões de hóspedes (+4,8%) e 10,1 milhões de dormidas (+1,4%), gerando 878,3 milhões de euros de proveitos totais (+10,4%) e 709,8 milhões de euros de proveitos de aposento (+11,1%), segundo os dados do INE. Comparando com agosto de 2019, registaram-se aumentos mais expressivos, 37,6% nos proveitos totais e 39,6% nos relativos a aposento, refletindo também os aumentos dos preços dos serviços prestados.

O rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) situou-se em 108,8 euros (+6,8%) e o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 147,8 euros (+8,7%), ambos registando novos máximos históricos em todas as regiões. Em relação a agosto de 2019, registaram-se aumentos de 28,9% e 27,2%, pela mesma ordem. O ADR atingiu o valor mais elevado no Algarve (194,2 euros), seguindo-se a AM Lisboa (157,4 euros) e o Alentejo (151,8 euros). Face a agosto de 2019, e entre os 3 municípios com maior representatividade no total de dormidas, Lisboa (quota de 14,9%) teve um acréscimo de 4,3%, Albufeira (quota de 11,9%) continuou aquém dos níveis registados em 2019 (-12,3%) e o Porto (quota de 6,5%) registou um crescimento de 29,1%.

No período acumulado de janeiro a agosto de 2023, as dormidas cresceram 12,0% (+2,4% nos residentes e +16,9% nos não residentes), a que corresponderam aumentos de 22,3% nos proveitos totais e 23,5% nos relativos a aposento (+38,5% e +41,3%, respetivamente, comparando com o mesmo período de 2019).

Considerando a generalidade dos meios de alojamento (estabelecimentos de alojamento turístico, campismo e colónias de férias e pousadas da juventude), registaram-se 22,2 milhões de hóspedes e 59,1 milhões de dormidas no período acumulado de janeiro a agosto de 2023, correspondendo a crescimentos de 14,4% e 11,6%, respetivamente. Comparando com o mesmo período de 2019, as dormidas aumentaram 8,4% (+7,0% nos residentes e +9,2% nos não residentes).

Proveitos totais atingem máximo histórico e registam ligeira inversão da trajetória de abrandamento

Os proveitos registaram novos máximos históricos mensais, tendo os proveitos totais registado um aumento de 10,4% (+10,0%, em julho), atingindo 878,3 milhões de euros, e os relativos a aposento cresceram 11,1% (+11,3%, em julho), ascendendo a 709,8 milhões de euros. Comparando com agosto de 2019, registaram-se aumentos de 37,6% nos proveitos totais e 39,6% nos relativos a aposento.

No período acumulado de janeiro a agosto de 2023, os proveitos totais cresceram 22,3% e os relativos a aposento aumentaram 23,5%. Neste período, os proveitos atingiram 4,1 mil milhões de euros no total e os relativos a aposento ascenderam a 3,2 mil milhões de euros. Comparando com igual período de 2019, verificaram-se aumentos mais expressivos, 38,5% e 41,3%, respetivamente, refletindo também o aumento generalizado dos preços.

Em agosto, o Algarve foi a região com maior peso nos proveitos totais e de aposento (36,9% e 36,5%, respetivamente), seguindo-se a AM Lisboa (23,0% e 24,0%), o Norte (14,1% e 14,2%), a RA Madeira (8,6% e 7,8%) e o Centro (8,5% e 8,4%).

Os maiores crescimentos ocorreram na RA Açores (+21,1% nos proveitos totais e +23,4% nos de aposento) e na AM Lisboa (+17,5% e +18,5%, pela mesma ordem). Face a agosto de 2019, destacam-se as evoluções na RA Açores (+62,7% nos proveitos totais e +66,7% nos de aposento), na RA Madeira (+61,8% e +75,8%, respetivamente) e no Norte (+50,8% e + 53,6%).

No período acumulado de janeiro a agosto de 2023, os maiores crescimentos nos proveitos totais e de aposento ocorreram na AM Lisboa (+31,7% e +33,4%, respetivamente), na RA Açores (+28,1% e +29,3%), no Norte (+26,5% e +27,7%) e na RA Madeira (+26,0% e +29,6%). Comparando com igual período de 2019, os maiores aumentos nos proveitos totais e de aposento verificaram-se na RA Açores (+57,1% e +58,6%, respetivamente), na RA Madeira (+56,0% e +68,2%) e no Alentejo (+48,1% e +53,4%).

Em agosto de 2023, face ao mesmo mês de 2022, registaram-se crescimentos dos proveitos nos três segmentos de alojamento. Na hotelaria, os proveitos totais e de aposento (peso de 85,3% e 83,8% no total do alojamento turístico) aumentaram 9,6% e 10,2%, respetivamente. Face a agosto de 2019, registaram-se crescimentos de 35,1% e 37,0%, pela mesma ordem.

Nos estabelecimentos de alojamento local (quotas de 9,8% e 11,1%, respetivamente), registaram-se aumentos de 17,2% nos proveitos totais e 18,1% nos proveitos de aposento. Comparando com agosto de 2019, observaram-se crescimentos de 42,4% e 45,3%, respetivamente.

No turismo no espaço rural e de habitação (representatividade de 4,9% e 5,1%, respetivamente, nos proveitos totais e nos de aposento), os aumentos foram de 12,0% e 11,1%, pela mesma ordem. Face a agosto de 2019, os proveitos neste segmento cresceram 85,4% e 80,0%, respetivamente.

Rendimentos médios por quarto ocupado e por quarto disponível voltam a registar máximos históricos, mas mantiveram trajetória de abrandamento

No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) atingiu um novo máximo histórico em agosto de 2023, 108,8 euros, registando aumentos de 6,8% face a agosto de 2022 (+6,9% em Julho) e de 28,9% em comparação com agosto de 2019.

Os valores de RevPAR mais elevados foram registados no Algarve (157,8 euros) e na AM Lisboa (121,6 euros).

Os maiores crescimentos ocorreram na RA Açores (+20,7%), na RA Madeira (+14,7%) e na AM Lisboa (+12,5%).

Em agosto, este indicador cresceu 7,4% na hotelaria (+7,7% em julho), 9,1% no alojamento local (+8,5% em julho) e 1,9% no turismo no espaço rural e de habitação (+3,8% em julho).

No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 147,8 euros, +8,7% em relação ao mesmo mês de 2022 (+9,1% em julho), correspondendo a um novo máximo histórico, pelo segundo mês consecutivo. Face a agosto de 2019, o ADR cresceu 27,2%.

O ADR atingiu novos máximos históricos em todas as regiões, destacando-se o Algarve com o valor mais elevado (194,2 euros), seguindo-se a AM Lisboa (157,4 euros) e o Alentejo (151,8 euros).

Os acréscimos mais expressivos ocorreram na RA Açores (+18,8%), na AM Lisboa (+16,7%) e na RA Madeira (+16,2%).

Em agosto, o ADR cresceu 8,7% na hotelaria (+9,8% em julho) e 11,6% no alojamento local (+8,6% em julho), atingindo 154,3 euros e 115,8 euros, respetivamente. No turismo no espaço rural e de habitação, o ADR cresceu 5,8% (+4,2% em julho), atingindo 135,0 euros.

VN de Gaia e Porto continuaram a registar os maiores crescimentos de dormidas acumuladas no ano, face a 2019

Em agosto de 2023, do total de 10,1 milhões de dormidas (+1,4%) nos estabelecimentos de alojamento turístico, 69,4% concentraram-se nos 23 principais municípios.

O município de Lisboa concentrou 14,9% do total de dormidas em agosto (5,7% do total de dormidas de residentes e 19,7% de não residentes), atingindo 1,5 milhões. Comparando com agosto de 2019, as dormidas aumentaram 4,3% (-0,6% nos residentes e +5,1% nos não residentes).

Albufeira (peso de 11,9%; 10,3% do total de dormidas de residentes e 12,8% de não residentes) registou 1,2 milhões de dormidas e continuou abaixo dos níveis registados em 2019 (-12,3% no total; -22,5% nos residentes e -7,2% nos não residentes).

No Porto, registaram-se 658,4 mil dormidas (6,5% do total), representando um acréscimo de 29,1% face a agosto de 2019 (+22,9% nos residentes e +29,9% nos não residentes).

No Funchal, registaram-se 626,8 mil dormidas (quota de 6,2%), tendo aumentado 24,2% (+46,9% nos residentes e +20,7% nos não residentes) face a agosto de 2019.

Face a agosto de 2022, Ourém voltou a destacar-se, registando o maior crescimento de dormidas (+19,3%), principalmente de não residentes (+34,2% e +1,3% nas dormidas de residentes). Em sentido contrário, Vila Real de Santo António registou o maior decréscimo (-20,3%; -25,4% do total de dormidas de residentes e -4,4% nos não residentes).

No acumulado de janeiro a agosto de 2023, face a igual período de 2019 e entre os principais municípios, Vila Nova de Gaia continuou a destacar-se com um crescimento de 33,8% (+23,8% nos residentes e +40,8% nos não residentes), seguindo-se o Porto (+28,3%; +19,8% nos residentes e +30,1% nos não residentes). Em sentido contrário, os maiores decréscimos registaram-se em municípios do Algarve, Vila Real de Santo António (-16,0%; -15,2% nos residentes e -16,6% nos não residentes) e Albufeira (-10,0%; -18,6% nos residentes e -7,5% nos não residentes).