Os proveitos totais atingiram 313,8 milhões de euros e os de aposento ascenderam a 222,5 milhões de euros em dezembro, refletindo crescimentos de 9,2% e 9,3%, respetivamente (+16,7 em novembro, em ambos), segundo os dados divulgados hoje pelo INE.
No 4º trimestre de 2024, as dormidas aumentaram 4,7% (+3,0% no 3º trimestre), dando origem a crescimentos de 11,7% nos proveitos totais e de 12,1% nos de aposento (+8,9% e +9,2% no 3º trimestre). Este aumento deveu-se, principalmente, às dormidas de residentes, que cresceram 6,8%, enquanto as de não residentes registaram um crescimento de 3,7%.
Os resultados preliminares de 2024 apontam para 31,6 milhões de hóspedes (+5,2%) e 80,3 milhões de dormidas (+4,0%; +2,4% nos residentes e +4,8% nos não residentes) nos estabelecimentos de alojamento turístico, que terão permitido gerar 6,7 mil milhões de euros de proveitos totais e 5,1 mil milhões de euros de proveitos de aposento (+10,9% face a 2023, em ambos). Face a 2023 (+20,0% e +21,4%, respetivamente), registou-se um abrandamento do ritmo de crescimento.
Em dezembro, a Grande Lisboa foi a região que mais contribuiu para a globalidade dos proveitos (33,6% dos proveitos totais e 35,9% dos proveitos de aposento), seguida do Norte (18,3% e 18,2%, respetivamente) e da RA Madeira (17,8% e 17,3%, pela mesma ordem).
Todas as regiões registaram crescimentos nos proveitos, com os maiores aumentos a ocorrerem na RA Madeira (+22,6% nos proveitos totais e +25,3% nos de aposento).
No conjunto do ano de 2024, os proveitos aumentaram em todas as regiões, tendo os crescimentos mais expressivos ocorrido nas Regiões Autónomas dos Açores (+20,2% nos proveitos totais e +22,0% nos de aposento) e da Madeira (+15,3% e +16,3%, pela mesma ordem).
O crescimento dos proveitos foi transversal aos três segmentos de alojamento no mês de dezembro. Na hotelaria, os proveitos totais e de aposento (pesos de 87,6% e 85,7% no total do alojamento turístico, respetivamente) aumentaram 9,8% e 10,1%, pela mesma ordem. Nos estabelecimentos de alojamento local, registaram-se aumentos de 4,0% nos proveitos totais e 4,4% nos proveitos de aposento (quotas de 8,5% e 10,5%, respetivamente). No turismo no espaço rural e de habitação (representatividade de 3,9% e 3,8%, pela mesma ordem), os aumentos foram de 9,5% e 6,3%, respetivamente.
RevPAR e ADR registaram crescimentos em todas as regiões, em 2024
No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) atingiu 38,2 euros em dezembro, registando um aumento de 5,9% (+11,6% em novembro).
Em dezembro, o valor de RevPAR mais elevado foi registado na RA Madeira (70,1 euros), seguindo-se a Grande Lisboa (61,8 euros). Os maiores crescimentos deste indicador ocorreram na RA Madeira (+21,3%), no Algarve (+8,0%) e na Península de Setúbal (+7,6%).
Em dezembro, este indicador cresceu 7,2% na hotelaria (+13,1% em novembro) e 2,6% no turismo no espaço rural e de habitação (+11,9% em novembro). No alojamento local, registou-se um decréscimo de 1,0% (+4,2%, em novembro).
No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 97,4 euros (+6,4%, após +7,0% em novembro).
A Grande Lisboa destacou-se com o valor mais elevado de ADR (118,0 euros), seguida da RA Madeira (114,5 euros). Todas as regiões registaram aumentos neste indicador, tendo os crescimentos mais expressivos ocorrido na RA Madeira (+18,6%), no Oeste e Vale do Tejo (+8,8%) e no Centro (+6,1%).
Em dezembro, o ADR cresceu em todos os segmentos: +6,8% na hotelaria (+7,6% em novembro), +3,1% no alojamento local (+3,0% em novembro) e +6,8% no turismo no espaço rural e de habitação (+2,7% em novembro).
No conjunto do ano 2024, o RevPAR atingiu 69,3 euros e o ADR 120,3 euros (+7,0% e + 6,5%, respetivamente).
Os valores anuais de RevPAR mais elevados foram registados na Grande Lisboa (106,7 euros) e na RA Madeira (83,1 euros), enquanto o ADR atingiu valores mais altos na Grande Lisboa (150,4 euros) e no Algarve (126,9 euros). Os maiores crescimentos registaram-se nas Regiões Autónomas da Madeira (+13,3% em ambos os indicadores) e dos Açores (+13,3% no RevPAR e +10,7% no ADR)
Município de Lisboa concentrou cerca de ¼ das dormidas de não residentes em 2024
Do total de 4,2 milhões de dormidas (+2,9%) registadas em dezembro nos estabelecimentos de alojamento turístico, 58,5% concentraram-se nos 10 municípios com maior número de dormidas.
O município de Lisboa concentrou 23,9% do total de dormidas, atingindo 993,9 mil (+2,6%, após +4,4% em novembro). As dormidas de residentes diminuíram 0,9% e as de não residentes cresceram 3,4%, tendo este município concentrado 31,0% do total de dormidas de não residentes em dezembro.
O Funchal foi o segundo município com maior número de dormidas (429,9 mil dormidas, peso de 10,3%) e registou um crescimento de 4,6% (+2,2% em novembro), principalmente, devido ao contributo dos residentes (+22,6%; não residentes: +1,3%) Este município concentrou 13,6% do total de dormidas de não residentes em dezembro.
No Porto, as dormidas totalizaram 369,5 mil (8,9% do total), tendo-se observado um crescimento de 4,9% (+16,6% em novembro). As dormidas de residentes registaram um aumento de 2,5% e as de não residentes aumentaram 5,7%.
Albufeira (190,9 mil dormidas, peso de 4,6%) decresceu pelo 3º mês consecutivo (-8,1%, após -5,2% em novembro e -2,2% em outubro), com penalizações dos residentes (-6,9%) e dos não residentes (-8,4%).
Em todos os 10 municípios com maior número de dormidas em dezembro, as dormidas de não residentes superaram as dos residentes.
Entre os 10 principais municípios, destacaram-se ainda Vila Nova de Gaia (1,7% do total) e Ponta Delgada (1,3% do total), com crescimentos de 13,3% e 12,0%, respetivamente, devido ao contributo dos não residentes (+27,7% e +33,1%, respetivamente).
Em termos de dormidas de residentes, assinala-se também o município de Cascais, que registou o maior decréscimo em dezembro (-14,0%).
Em 2024, os 10 municípios com maior número de dormidas concentraram 60,0% do total das dormidas. Neste conjunto de municípios, concentraram-se 35,0% das dormidas de residentes e 70,6% das dormidas de não residentes.
O município de Lisboa concentrou 19,6% do total de dormidas, atingindo 15,7 milhões (+3,6%). As dormidas de residentes diminuíram 0,8% e as de não residentes cresceram 4,4%. Este município concentrou 23,9% do total de dormidas de não residentes em 2024 (24,0% em 2023).
Albufeira manteve-se como segundo município com maior número de dormidas (7,7 milhões de dormidas, peso de 9,6%), apesar de ter registado um decréscimo de 0,7% e de se ter mantido abaixo dos valores pré-pandemia (-9,5% face a 2019).
Seguiu-se o Funchal (6,3 milhões de dormidas, peso de 7,8%), que registou um crescimento de 2,4% devido ao contributo dos não residentes (+4,1%), dado que os residentes recuaram 7,3%.
No Porto, as dormidas também totalizaram 6,3 milhões de dormidas (peso de 7,8%), tendo-se observado um crescimento de 6,9%.
Entre os 10 principais municípios em 2024, destacaram-se ainda Ponta Delgada (1,9% do total) e Portimão (3,4% do total), com crescimentos de 8,8% e 7,6%, respetivamente.
O município de Cascais registou, entre os 10 municípios com maior número de dormidas em 2024, o valor de ADR mais elevado neste ano (159,0 euros), seguindo-se Loulé (155,6 euros) e Lisboa (154,6 euros). Este indicador atingiu os valores mais baixos em Ponta Delgada (113,7 euros) e no Funchal (115,5 euros), apesar de terem sido estes os dois municípios com maior crescimento anual neste indicador (+12,7% e +13,1%, respetivamente).
Dependência de mercados externos aumentou em 2024
Em 2024 (dados preliminares), os estabelecimentos de alojamento turístico registaram 31,6 milhões de hóspedes e 80,3 milhões de dormidas, refletindo aumentos anuais de 5,2% e 4,0%, respetivamente.
As dormidas de não residentes predominaram (70,3% do total) e atingiram 56,4 milhões, enquanto as realizadas por residentes (29,7% do total) totalizaram 23,9 milhões, refletindo aumentos de 4,8% e 2,4%, respetivamente.
Face a 2023, acentuou-se ligeiramente a dependência dos mercados externos (69,8% em 2023), atingindo-se o peso mais elevado desde 2018 (70,4%).
As dormidas de residentes foram dominantes apenas em 2 regiões, Centro e Alentejo (67,1% e 66,5%, respetivamente). Por sua vez, as regiões onde a dependência dos mercados externos foi mais expressiva no último ano foram a RA Madeira e a Grande Lisboa (85,3% e 82,0% do total de dormidas em 2024, pela mesma ordem).
Os mercados estrangeiros predominaram em todos os meses de 2024, com maior preponderância nos meses de outubro e de maio, em que representaram 75,5% e 75,3% do total das dormidas apuradas em cada mês, respetivamente. Nos meses de dezembro e agosto registaram-se as menores dependências dos mercados externos, tendo as dormidas de residentes representado 37,9% e 34,6% do total de cada mês, respetivamente.
Em 2024, o mercado britânico manteve-se como o principal (18,1% do total de dormidas de não residentes) e cresceu 2,7%. Seguiram-se os mercados alemão (11,3% do total), espanhol (9,7% do total), norte americano (9,2% do total) e francês (+8,0% do total).
Em 2024, o trimestre de verão (julho a setembro) foi aquele em que as dormidas de residentes apresentaram maior quota (31,1% em 2024, após 31,7% em 2023). Em sentido contrário, foi no 2º trimestre que se registou uma maior dependência dos mercados externos (73,2%, 72,2% em 2023).
Em termos trimestrais, o mercado britânico foi sempre o principal mercado nos últimos dois anos, embora com ligeiras perdas nas quotas de mercado dos últimos 3 trimestres (face aos mesmos trimestres em 2023). No 4º trimestre, este mercado representou 17,0% das dormidas de não residentes (-0,5 p.p. face ao 4º trimestre de 2023).
No 4º trimestre, o mercado alemão representou 12,3% do total das dormidas de não residentes (+0,1 p.p. face a 2023). Seguiu-se o mercado norte americano com uma quota de 9,8% do total (+0,4 p.p.).
Em 2024, a Grande Lisboa foi a região NUTS II onde se registou uma menor dependência, quer do principal mercado externo (16,1% do total das dormidas de não residentes) quer do conjunto dos 3 principais mercados externos (32,8%). Seguiram-se a RA Açores (17,4%), o Alentejo (17,7%) e o Norte (17,9%) como regiões de menor dependência do principal mercado externo. Por sua vez, a Península de Setúbal foi a segunda região com menor dependência do conjunto dos três principais mercados externos (37,7%).
Em sentido contrário, o Algarve foi a região mais dependente do principal mercado externo, que representou 36,6% das dormidas de não residentes registadas na região. Seguiram-se o Centro (25,3%), a RA Madeira (24,2%) e o Oeste e Vale do Tejo (24,1%). O Algarve e a RA Madeira foram as regiões mais dependentes do conjunto dos 3 principais mercados externos (58,8% do total das dormidas de não residentes), seguida do Algarve (56,1%).
Espanha foi o principal mercado externo em cinco regiões: Centro (25,3% das dormidas de não residentes), Oeste e Vale do Tejo (24,1%), Península de Setúbal (18,2%), Norte (17,9%) e Alentejo (17,7%).
Os Estados Unidos foram o principal mercado na RA Açores (17,4%) e na Grande Lisboa (16,1%). A Alemanha foi o principal mercado externo na RA Madeira (24,2%) e o Reino Unido foi o principal mercado externo no Algarve (36,6%).
Norte e Grande Lisboa responsáveis por cerca de metade do acréscimo de dormidas registado em 2024
Em 2024, os estabelecimentos de alojamento turístico registaram mais 3,1 milhões de dormidas do que em 2023, com os não residentes a serem responsáveis por 82,1% deste acréscimo de dormidas (+2,6 milhões de dormidas).
Os residentes contribuíram com 557,7 mil dormidas adicionais face a 2023.
O mês de março foi o que mais contribuiu para o acréscimo anual (645,2 mil dormidas adicionais) e o mês de abril foi o único com dormidas abaixo dos níveis de 2023 (-295,7 mil dormidas). Estes resultados foram influenciados pela estrutura móvel do calendário, ou seja, pelo efeito do período de férias associado à Páscoa, que este ano se repartiu entre março e abril, enquanto no ano anterior se concentrou apenas em abril. No seu conjunto, os meses de março e abril contribuíram com 349,6 mil dormidas adicionais.
O mês de maio foi o segundo mês que mais contribuiu para o crescimento anual (acréscimo de 544,9 mil dormidas), seguindo-se o mês de novembro (440,9 mil dormidas adicionais).
Relativamente às dormidas de residentes, o mês de novembro foi o que registou maior crescimento absoluto do número de dormidas face a 2023 (299,5 mil dormidas adicionais), seguindo-se o mês de agosto (+165,0 mil dormidas). Nas dormidas de residentes, registaram-se decréscimos em abril (-250,1 mil dormidas), julho (-62,6 mil dormidas), setembro (-13,1 mil dormidas) e janeiro (-11,6 mil dormidas).
Nos mercados externos, o mês de março também foi aquele em que se registou maior acréscimo absoluto do número de dormidas (+493,9 mil dormidas), seguindo-se o mês de maio (+411,4 mil dormidas). Apenas em abril se registou um decréscimo do número de dormidas de não residentes face a 2023 (-45,6 mil dormidas).
Em termos regionais, o Norte (843,3 dormidas adicionais) registou o maior crescimento absoluto do número de dormidas face a 2023, seguindo-se a Grande Lisboa (+685,9 mil dormidas). Estas duas regiões contribuíram, no seu conjunto, com 49,0% para o acréscimo de dormidas registado em 2024 (Norte: 27,0%, Grande Lisboa: 22,0%).
As dormidas de residentes registaram o maior crescimento absoluto no Centro (+218,9 mil dormidas), seguindose o Norte (+147,8 mil dormidas).
Em termos de dormidas de não residentes, os maiores acréscimos absolutos observaram-se no Norte (+695,5 mil dormidas) e na Grande Lisboa (+631,0 mil dormidas).