INE: turismo manteve recuperação em agosto mas com quedas superiores a 40% nos hóspedes e dormidas

Em agosto de 2020, o setor do alojamento turístico registou 1,9 milhões de hóspedes e 5,1 milhões de dormidas, refletindo-se em variações de -43,2% e -47,1%, respetivamente (-63,8% e -67,8% em julho, pela mesma ordem), revelam os dados divulgados hoje pelo INE. 21,2% dos estabelecimentos de alojamento turístico estiveram encerrados ou não registaram movimento de hóspedes (29,7% em julho de 2020).

As dormidas na hotelaria (78,3% do total) diminuíram 48,9%. As dormidas nos estabelecimentos de alojamento local (peso de 14,9% do total) decresceram 46,6% e as de turismo no espaço rural e de habitação (quota de 6,8%) recuaram 13,9%. As dormidas em hostels registaram uma diminuição de 57,4% em agosto, representando 17,6% das dormidas em alojamento local e 2,6% do total de dormidas nos estabelecimentos de alojamento turístico.

Dormidas de residentes com ligeira diminuição
Em agosto, o mercado interno (peso de 66,0%) contribuiu com 3,4 milhões de dormidas, o que representou um decréscimo de 2,1% (-29,4% em julho). As dormidas dos mercados externos diminuíram 72,0% (-84,7% no mês anterior) e atingiram 1,7 milhões. No conjunto dos primeiros oito meses do ano, verificou-se uma diminuição de 62,5% das dormidas totais, resultante de variações de -37,1% nos residentes e de -73,6% nos não residentes.

Principais mercados com reduções superiores a 50%
A totalidade dos 16 principais mercados emissores manteve decréscimos expressivos em agosto, superiores a 50%, tendo representado 93,1% das dormidas de não residentes nos estabelecimentos de alojamento turístico neste mês. As maiores reduções registaram-se nos mercados norte-americano (-93,4%), canadiano, chinês (-92,7% em ambos) e irlandês (-92,3%), enquanto os mercados suíço (-50,6%), espanhol (-57,2%), alemão (-59,2%) e francês (-60,4%) foram, entre os principais, os que registaram menores decréscimos.

Desde o início do ano, todos os principais mercados registaram decréscimos, com maior enfoque nos mercados irlandês (-89,0%), norte americano (-83,4%), polaco (-79,4%) e britânico (-78,8%).

Algarve, Alentejo e Centro com crescimento das dormidas de residentes
Em agosto, todas as regiões registaram decréscimos das dormidas, registando-se as menores diminuições no Alentejo (-15,3%), Centro (-27,7%) e Algarve (-39,1%). As maiores reduções verificaram-se na RA Madeira (-72,2%), na RA Açores (-69,1%) e AM Lisboa (-68,6%). O Algarve concentrou 41,1% das dormidas, seguindo-se o Norte (16,4%) e o Centro (15,3%).

No conjunto dos primeiros oito meses do ano, as regiões que apresentaram menores diminuições no número de dormidas foram o Alentejo (-38,6%), Centro (-52,0%) e Norte (-57,4%).

Em agosto, registaram-se crescimentos do número de dormidas de residentes no Algarve (+9,9%), Alentejo (+3,9%) e Centro (+1,1%), o que não acontecia desde o início da pandemia.

Neste mês, em termos de dormidas de não residentes, o Alentejo registou a menor diminuição (-57,7%), enquanto as restantes regiões apresentaram decréscimos superiores a 65%.

Estada média reduziu-se
Em agosto, a estada média nos estabelecimentos de alojamento turístico (2,69 noites) reduziu-se 6,8% (-11,2% em julho). A estada média dos residentes aumentou 2,6% e a dos não residentes diminuiu 6,6%.

Taxa líquida de ocupação manteve ligeira recuperação
A taxa líquida de ocupação-cama nos estabelecimentos de alojamento turístico (42,3%) recuou 26,4 p.p. em agosto (-35,3 p.p. em julho). As taxas de ocupação mais elevadas registaram-se no Algarve (56,0%) e Alentejo (52,3%).

Proveitos mantiveram decréscimos expressivos
Em agosto, os proveitos registados nos estabelecimentos de alojamento turístico atingiram 326,5 milhões de euros no total e 258,5 milhões de euros relativamente a aposento, correspondendo a variações de -48,9% e 49,2%, respetivamente (-69,8% em ambos em julho).

Todas as regiões registaram decréscimos expressivos nos proveitos em agosto, com maior enfoque na RA Madeira (-74,0% nos proveitos totais e -74,1% nos de aposento), AM Lisboa (-71,8% e -73,5%, respetivamente) e RA Açores (-71,4% e -72,6%, pela mesma ordem).

Em agosto, a evolução dos proveitos foi negativa nos três segmentos de alojamento. Na hotelaria, os proveitos totais e de aposento diminuíram 51,0% e 51,2%, respetivamente (peso de 83,3% e 82,0% no total do alojamento turístico, pela mesma ordem). Considerando as mesmas variáveis, os estabelecimentos de alojamento local (quotas de 9,9% e 10,6%) apresentaram evoluções de -46,5% e -49,2%, enquanto no turismo no espaço rural e de habitação (representatividade de 6,8% e 7,4%) se observaram evoluções de -4,2% e -4,4%.

No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) situou se em 49,2 euros em agosto, o que correspondeu a um decréscimo de 41,7% (-61,9% em julho).

A variação do RevPAR em agosto situou-se em -44,0% na hotelaria, -41,0% no alojamento local e +4,2% no turismo no espaço rural e de habitação.

No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 107,6 euros em agosto, o que se traduziu num decréscimo de 7,4% (-11,2% em julho).

Considerando a generalidade dos meios de alojamento (estabelecimentos de alojamento turístico, campismo e colónias de férias e pousadas da juventude), registaram-se 2,3 milhões de hóspedes e 6,4 milhões de dormidas, correspondendo a variações de -42,7% e -46,1%, respetivamente (-61,5% e -64,6% em julho, pela mesma ordem).

As dormidas de residentes (peso de 69,8%) atingiram 4,5 milhões e decresceram 13,0% (-31,3% em julho). As dormidas dos mercados externos diminuíram 71,2% (-83,6% no mês anterior) e atingiram 1,9 milhões.

Neste conjunto global de estabelecimentos, a estada média (2,82 noites) registou uma diminuição de 5,8% (-2,4% nos residentes e -6,2% nos não residentes).

Dormidas com reduções em todos os meios de alojamento
Em agosto de 2020, os estabelecimentos de alojamento turístico registaram 1,9 milhões de hóspedes, que proporcionaram 5,1 milhões de dormidas, refletindo-se variações de -43,2% e -47,1%, respetivamente (-63,8% e -67,8% em julho, pela mesma ordem). O mercado interno contribuiu com 3,4 milhões de dormidas (-2,1% após -29,4% em julho) e as dormidas dos mercados externos diminuíram 72,0% (-84,7% no mês anterior), atingindo 1,7 milhões. A estada média (2,69 noites) reduziu-se 6,8%.

Os parques de campismo registaram 347,0 mil campistas e 1,2 milhões de dormidas em agosto, o que se traduziu em evoluções de -39,2% e -41,4%, respetivamente (-41,1% e -42,2% em julho, pela mesma ordem). Para a diminuição das dormidas contribuíram quer o mercado interno (-35,2%), quer os mercados externos (-61,2%). As dormidas de residentes predominaram, representando 84,2% do total. A estada média (3,55 noites) diminuiu 3,6%.

As colónias de férias e pousadas da juventude receberam 26,7 mil hóspedes, que proporcionaram 68,1 mil dormidas em agosto, o que correspondeu a variações de -49,8% e -45,7%, respetivamente (-74,4% e -71,6% no mês anterior). As dormidas de residentes (quota de 88,4%) diminuíram 35,5% e as de não residentes 75,3%. A estada média (2,55 noites) aumentou 8,2%.