INE: Viagens ao exterior com valores mais altos desde o início da pandemia, mas ainda abaixo de 2019

No 2º trimestre de 2022, os residentes em Portugal realizaram 5,5 milhões de viagens, o que correspondeu a um acréscimo de 52,2% (-1,7% face ao 2ºT 2019), segundo revelou o INE. As viagens em território nacional corresponderam a 85,9% das deslocações (4,7 milhões) e aumentaram 34,9% (-0,9% quando comparado com o 2ºT 2019). As viagens com destino ao estrangeiro cresceram 592,8%, mas ainda 6,5% abaixo dos níveis de 2019, totalizando 774,2
mil viagens.

O “lazer, recreio ou férias” foi a principal motivação para viajar no 2º trimestre de 2022 (2,6 milhões de viagens, +49,9%; -3,7% face ao 2ºT 2019), apesar da redução de representatividade (47,6% do total, -0,7 p.p.2 face ao 2ºT 2021). Seguiu-se o motivo “visita a familiares ou amigos” que correspondeu a 2,1 milhões de viagens (38,0% do total, -2,0 p.p.) e cresceu 44,4% (-1,0% em relação ao 2ºT 2019).

Os “hotéis e similares” concentraram 31,7% das dormidas resultantes das viagens turísticas no 2º trimestre de 2022, reforçando a sua representatividade (+15,2 p.p.) e voltaram aos níveis pré-pandémicos (+0,2 p.p. face ao 2ºT de 2019). O “alojamento particular gratuito” manteve-se como a principal opção de alojamento (62,1% das dormidas, -14,8 p.p.).

Na organização das deslocações, a internet foi utilizada em 26,9% dos casos (+12,7 p.p.), tendo este meio sido opção em 71,9% das viagens para o estrangeiro (+18,4 p.p.) e em 19,5% das viagens em território nacional (+6,6 p.p.).

Aumento significativo do número de viagens, mas ligeiramente abaixo dos níveis de 2019

No 2º trimestre de 2022, os residentes em Portugal realizaram 5,5 milhões de viagens, o que correspondeu a um acréscimo de 52,2% face a igual período de 2021 (+195,6% no 1ºT 2022). Os valores ficaram ligeiramente abaixo dos níveis do 2ºT 2019 (-1,7%; 5,6 milhões de viagens), em resultado da variação observada tanto nas viagens nacionais (-0,9%) como nas viagens ao estrangeiro (-6,5%).

O número de viagens aumentou em todos os meses do trimestre: +102,8% em abril, +35,9% em maio e +31,1% em junho. Face aos mesmos meses de 2019, apenas em maio se registou um acréscimo (+0,5%), dado que em abril e junho se observaram reduções de 2,9% e 2,3%, respetivamente. A variação significativa em abril resulta de um efeito de base, dado que em abril de 2021 estava ainda em vigor o estado de emergência, com diversas restrições à mobilidade.

No 2º trimestre de 2022, foram realizadas 4,7 milhões de viagens em território nacional, que corresponderam a 85,9% das deslocações efetuadas (90,5% no 1ºT 2022; 85,2% no 2ºT 2019), tendo sido observado um crescimento de 34,9% face ao mesmo período de 2021 (-0,9% comparado com o 2ºT 2019; +175,8% no 1ºT 2022). Numa análise mensal, registaram-se variações de +72,8% em abril, +22,1% em maio e +18,9% em junho. As 774,2 mil viagens turísticas com destino ao estrangeiro, valor mais elevado desde o início da pandemia, representaram um crescimento de 592,8% (-6,5% face ao 2ºT 2019; +846,9% no 1ºT 2022) e
corresponderam a 14,1% do total (9,5% no 1ºT 2022; 14,8% no 2ºT 2019).

O “lazer, recreio ou férias” foi a principal motivação para viajar no 2º trimestre de 2022, originando 2,6 milhões de viagens (+49,9%; -3,7% face ao 2ºT 2019), representando 47,6% do total (-0,7 p.p. face ao 2ºT 2021; 48,6% do total no 2º trimestre de 2019). O motivo “visita a familiares ou amigos” correspondeu a 2,1 milhões de viagens (38,0% do total, -2,0 p.p. face ao 2ºT 2021; 37,7% do total no 2ºT 2019), correspondendo a um acréscimo de 44,4% (-1,0% comparando com o 2ºT 2019; +187,7% no 1ºT 2022). As viagens por motivos “profissionais ou de negócios” (495,8 mil) aumentaram 118,0% (-4,9% face ao 2ºT 2019; +90,0% no 1ºT 2022)
e foram as únicas cuja representatividade aumentou (9,0% do total, +2,7 p.p. face ao 2ºT 2021; 9,3% no 2ºT de 2019).

“Lazer, recreio ou férias” foi o principal motivo das viagens nacionais e ao estrangeiro

No 2º trimestre de 2022, o “lazer, recreio ou férias” foi o principal motivo tanto das viagens nacionais (peso de 44,4%, 2,1 milhões de viagens) como das viagens ao estrangeiro (peso relativo de 67,4%, o mais elevado desde o início da pandemia, correspondente a 521,7 mil viagens). A “visita a familiares ou amigos” foi o segundo motivo de viagens em território nacional (2,0 milhões de viagens) atingindo 42,0% do total. Nas deslocações ao estrangeiro, os motivos “profissionais ou de negócios”, apesar da perda de representatividade, foram o segundo principal motivo para viajar, totalizando 133,6 mil viagens (17,3% do total, -0,9 p.p.).

Recurso à internet na organização de viagens com ganho de expressão em ambos os destinos

No 2º trimestre de 2022, a marcação prévia de serviços foi utilizada em 37,5% das viagens (+15,2 p.p.), proporção que atingiu 95,3% (+24,9 p.p.) no caso de deslocações com destino ao estrangeiro. Nas viagens em território nacional, a reserva antecipada de serviços esteve associada a 28,0% das viagens (+7,2 p.p.).

A internet foi utilizada em 26,9% das deslocações (+12,7 p.p.), tendo este meio sido opção em 71,9% (+18,4 p.p.) das viagens para o estrangeiro e em 19,5% (+6,6 p.p.) das viagens em território nacional.

“Hotéis e similares” reforçaram representatividade no trimestre e registaram um ligeiro aumento face a 2019

Os “hotéis e similares” concentraram 31,7% das dormidas resultantes das viagens turísticas no 2º trimestre de 2022 (6,0 milhões de dormidas, +181,1%; -1,5% face ao 2ºT 2019), aumentando a sua representatividade (+15,2 p.p.; +0,2 p.p. face ao 2ºT de 2019). O “alojamento particular gratuito” manteve-se como a principal opção de alojamento, 62,1% do total, correspondendo a 11,7 milhões de dormidas (+18,0%; +5,6% face a 2019), embora tenha diminuído o seu peso no total (-14,8 p.p.; 57,5% no 2ºT 2019).

Redução na duração média das viagens no trimestre

No 2º trimestre de 2022, cada viagem teve uma duração média de 3,42 noites (3,57 no 2ºT 2021; 3,44 no 2ºT 2019). A duração média mais baixa foi registada no mês de maio (2, 81 noites) enquanto a mais elevada foi registada em junho (4,07 noites).

Proporção de turistas residentes aumentou no trimestre, mas ainda abaixo dos níveis de 2019

Entre os residentes, 24,4% realizaram pelo menos uma deslocação turística no 2º trimestre de 2022, um acréscimo de 8,2 p.p. face ao mesmo período do ano anterior, mas abaixo da proporção observada no 2ºT 2019 (28,7%). A percentagem de residentes que viajou registou acréscimos em todos os meses face aos mesmos meses de 2021 (+7,7 p.p., +3,3 p.p. e +3,5 p.p., de abril a junho, pela mesma ordem). Em comparação com os mesmos meses de 2019, as variações observadas foram de -5,2 p.p., -1,4 p.p. e -0,3 p.p., respetivamente.