INE: Viagens de residentes ao estrangeiro duplicam face ao 3º trimestre de 2021, mas ainda abaixo de 2019

No 3º trimestre de 2022, as viagens realizadas pelos residentes em Portugal aumentaram 5,9%, face a igual período de 2021 (+52,2% no 2ºT 2022), totalizando 8,2 milhões de viagens, segundo revelam os dados de hoje do INE. Comparando com o mesmo período de 2019, registou-se um decréscimo de 5,8%, em resultado da variação observada tanto nas viagens nacionais (-5,2%) como nas viagens ao estrangeiro (-10,6%).

O número de viagens aumentou em todos os meses do trimestre: +10,6% em julho, +4,7% em agosto e +1,9% em setembro. Face aos mesmos meses de 2019, apenas em julho se registou um ligeiro acréscimo (+0,7%), dado que em agosto e setembro se observaram reduções de 9,2% e 7,4%, respetivamente.

No 3º trimestre de 2022, registaram-se 7,2 milhões de viagens em território nacional, que corresponderam a 88,4% das deslocações efetuadas (87,7% no 3ºT 2019; 85,9% no 2ºT 2022), verificando-se um ligeiro decréscimo (-0,6%) face ao 3ºT 2021 (-5,2% face ao mesmo período de 2019; +34,9% no 2ºT 2022). Numa análise mensal, verificaram-se variações de +2,6% em julho, -1,9% em agosto e -2,4% em setembro. As viagens turísticas ao estrangeiro registaram o valor mais elevado desde o início da pandemia, correspondendo a 950,6 mil viagens (+109,0% face ao 3ºT 2021 e -10,6% comparando com o 3ºT 2019; +592,8% no 2ºT 2022), representando 11,6% do total (14,1% no 2ºT 2022; 12,3% no 3ºT 2019).

O “lazer, recreio ou férias” manteve-se como a principal motivação para viajar no 3º trimestre de 2022 (5,5 milhões de viagens, +1,5%; -4,9% face ao 3ºT de 2019), tendo a sua representatividade (66,9% do total) sido a única a diminuir face ao 3ºT 2022 (-2,9 p.p.; 66,2% do total no 3ºT 2019). O motivo “visita a familiares ou amigos” correspondeu a 2,2 milhões de viagens (26,4% do total, +1,4 p.p.; 26,6% do total no 3ºT 2019), tendo crescido 11,7% (-6,4% comparando com o 3ºT 2019; +44,4% no 2ºT 2022). As viagens por motivos “profissionais ou de negócios” (337,1 mil) aumentaram 63,4% (-3,2% face a 2019; +118,0% no 2ºT 2022), tendo a sua preponderância aumentado para 4,1% (+1,5 p.p.) do total.

“Lazer, recreio ou férias” foi o principal motivo das viagens nacionais e ao estrangeiro

Por destino, manteve-se a predominância das viagens para “lazer, recreio ou férias”, tanto nas deslocações nacionais (65,5%; -5,0 p.p., 4,7 milhões de viagens) como nas deslocações ao estrangeiro (77,6%; +18,8 p.p., correspondente a 737,7 mil viagens). A “visita a familiares ou amigos” foi o segundo principal motivo das deslocações efetuadas, correspondendo a 28,1% (+3,1 p.p., 2,0 milhões de viagens) em território nacional e a 13,6% (-12,4 p.p., 129,1 mil viagens) ao estrangeiro.

Recurso à internet na organização de viagens com ganho de expressão

No 3º trimestre de 2022, 45,2% das viagens foram efetuadas recorrendo à marcação prévia de serviços (+3,3 p.p.), proporção que atingiu 94,0% (+10,8 p.p.) no caso de deslocações ao estrangeiro e 38,8% nas viagens em território nacional (-0,5 p.p.).

A internet foi utilizada na organização de 29,9% das deslocações (+4,6 p.p.), tendo este meio sido opção em 66,0% (+0,7 p.p.) das viagens ao estrangeiro e em 25,1% (+2,3 p.p.) das viagens em território nacional.

“Hotéis e similares” reforçaram representatividade no 3º trimestre e aumentaram face a 2019

Os “hotéis e similares” concentraram 31,0% das dormidas resultantes das viagens turísticas no 3º trimestre de 2022, aumentando a sua representatividade (+1,7 p.p.; +3,7 p.p. face ao 3ºT 2019). O “alojamento particular gratuito” manteve-se como a principal opção de alojamento, 54,5% do total, embora tenha diminuído o seu peso no total (-2,2 p.p. face ao 3ºT 2021 e também ao 3ºT 2019).

No 3º trimestre de 2022, cada viagem teve uma duração média de 6,05 noites (6,17 no 3ºT 2021; 5,76 no 3ºT 2019). A duração média mais baixa foi registada no mês de setembro (4,04 noites), enquanto a mais elevada ocorreu em agosto (6,68 noites).

No 3º trimestre de 2022, 40,0% dos residentes realizaram pelo menos uma deslocação turística, +0,7 p.p. face ao 3ºT 2021 (-2,3 p.p. comparando com o 3ºT 2019). Numa análise mensal, registaram se aumentos na proporção de residentes que viajou em julho e agosto (+2,2 p.p. e +0,7 p.p., respetivamente, face aos mesmos meses de 2021), tendo diminuído ligeiramente em setembro (-0,1 p.p.). Em comparação com os mesmos meses de 2019, as variações observadas foram de -0,6 p.p., -1,6 p.p. e 1,3 p.p., respetivamente.