INE: Viagens dos residentes para o estrangeiro com aumento expressivo no 3º trimestre

No 3º trimestre de 2023, os residentes em Portugal realizaram 8,0 milhões de viagens, o que correspondeu a um acréscimo de 0,7% (+6,1% no 2ºT; -7,5% face ao 3ºT 2019), em resultado do aumento das deslocações para o estrangeiro (+30,3%; +11,3% face ao 3ºT 2019), uma vez que as deslocações em território nacional diminuíram (-3,1%; -10,2% face ao 3ºT de 2019), revela hoje o INE.

O número de viagens diminuiu em julho (-1,6%), tendo aumentado em agosto e setembro (+2,0% e +1,6%, respetivamente). Face a 2019, registaram-se diminuições em todos os meses (-3,2% em julho, -10,6% em agosto, e -6,8% em setembro).

No 3º trimestre de 2023, os residentes realizaram 6,8 milhões de viagens em território nacional, que corresponderam a 85,2% das deslocações (85,6% no trimestre anterior; 87,7% no 3ºT 2019) e 1,2 milhões de deslocações com destino ao estrangeiro, que corresponderam a 14,8% do total (14,4% no trimestre anterior; 12,3% no 3ºT 2019).

O “lazer, recreio ou férias”, foi a principal motivação para viajar no 3º trimestre de 2023, tal como nos períodos homólogos de 2019 e 2022, originando 5,3 milhões de viagens (+0,6%; -6,9% face ao 3ºT 2019), que representaram cerca de 2/3 do total (66,6%, -0,1 p.p. face ao 3ºT 2022; +0,4 p.p. que no 3ºT 2019). O segundo principal motivo para viajar foi a “visita a familiares ou amigos”, que registou uma diminuição de 2,6% (-10,5% face ao 3ºT 2019), totalizando 2,1 milhões (25,7% do total, -0,9 p.p. face ao 3ºT 2022; -0,8 p.p. que no 3ºT 2019).

As viagens por motivos “profissionais ou de negócios” também decresceram (-1,8% face ao 3ºT 2022; -9,5% que no 3ºT 2019), atingindo 315,2 mil deslocações, o que correspondeu a 3,9% do total (-0,1 p.p. face ao 3ºT de 2022 e de 2019).

Viagens motivadas por “lazer, recreio ou férias” representaram 2/3 do total

No 3º trimestre de 2023, o “lazer, recreio ou férias” foi a principal motivação dos residentes para viajar, quer em território nacional, em que representaram 64,0% das deslocações nacionais (4,4 milhões de viagens), quer nas deslocações ao estrangeiro, em que tiveram um peso de 81,6% do total (965,4 mil viagens). O segundo principal motivo das deslocações nacionais foi a “visita a familiares ou amigos” (28,4% do total, 1,9 milhões de viagens), o que também se verificou nas deslocações ao estrangeiro (10,0% do total, 118,5 mil viagens). Os motivos “profissionais ou de negócios” foram a terceira principal razão dos residentes para viajar, quer nas deslocações nacionais (3,4% do total, 235,1 mil viagens) quer nas deslocações ao estrangeiro (6,8%, 80,1 mil
viagens).

Marcação prévia de serviços foi utilizada em mais de 90% das viagens dos residentes ao estrangeiro

A marcação prévia de serviços foi utilizada em 46,0% das viagens dos residentes realizadas no 3º trimestre de 2023 (+1,5 p.p.), sendo dominante nas deslocações com destino ao estrangeiro (92,3%; -1,2 p.p.), ao contrário das viagens nacionais (38,0%; -0,2 p.p.).

No processo de organização das viagens, o recurso à internet foi utilizado em 28,5% das deslocações (-0,5 p.p.), tendo maior representatividade na organização de viagens ao estrangeiro (63,8% do total, -1,8 p.p.) do que nas viagens território nacional, em que a utilização deste recurso representou 22,4% do total (-1,8 p.p.).

“Alojamento particular gratuito” continuou a ser principal opção nas viagens com dormida

No 3º trimestre de 2023, o “alojamento particular gratuito” manteve-se como a principal opção de alojamento (55,4% do total), tendo acolhido 26,2 milhões de dormidas nas viagens de residentes. Este tipo de alojamento teve maior prevalência nas viagens motivadas pela “visita a familiares ou amigos” (92,1% do total), nas deslocações em “lazer, recreio ou férias” (46,4%) e nas deslocações por motivos “profissionais ou de negócios (38,7%). Os “hotéis e similares” foram a segunda principal opção de alojamento, concentrando 24,2% das dormidas (11,4 milhões). Este tipo de alojamento representou 36,4% das dormidas em viagens por “motivos profissionais ou de negócios” e 28,9% das viagens motivadas por “lazer, recreio ou férias”.

Duração média das viagens no 3ºT de 2023 ligeiramente abaixo dos níveis de 2022

No 3º trimestre de 2023, cada viagem teve uma duração média de 5,90 noites (6,00 no 3ºT 2022; 5,76 no 3ºT 2019). A duração média mais longa foi registada em agosto (6,62 noites; 6,76 em agosto de 2022) e a mais baixa em setembro (4,19 noites; 4,00 em setembro de 2022).

Proporção de turistas aumentou face ao período homólogo de 2022, mas ficou aquém dos níveis de 2019

No 3º trimestre de 2023, 40,8% dos residentes fizeram pelo menos uma deslocação turística, +1,6 p.p. face ao mesmo período do ano anterior, mas ainda abaixo dos níveis de 2019 (-1,5 p.p.). Numa análise mensal, a proporção de residentes que realizou pelo menos uma viagem aumentou em agosto e setembro (+0,4 p.p. e +0,3 p.p., respetivamente), tendo diminuído ligeiramente em julho (-0,1 p.p.). Comparando com 2019, registaram-se diminuições na proporção de turistas residentes em todos os meses (-1,1 p.p., -2,1 p.p. e -1,2 p.p., face aos meses de julho a setembro, respetivamente).