INE: Viagens turísticas de residentes caem 64,9% no 2.º trimestre do ano

No 2.º trimestre de 2020, segundo dados avançados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), os residentes em Portugal realizaram dois milhões de viagens, o que correspondeu a um decréscimo de 64,9%. O impacto da pandemia Covid-19 e a declaração do Estado de Emergência no mês de abril e do Estado de Calamidade no mês de maio que impuseram medidas de confinamento contribuíram para o decréscimo observado. Apesar desta redução, verificou-se um aumento muito significativo do número de noites passadas fora do ambiente habitual pelos turistas especialmente em abril e maio: 8 noites e 5,41 noites, respetivamente.

No 2.º trimestre de 2020, 99,4% das deslocações corresponderam a viagens em território nacional, diminuindo 59,1% face a igual período do ano anterior. As viagens turísticas com destino ao estrangeiro foram praticamente nulas (0,6% do total), totalizando 12,4 mil (-98,5%).

O “lazer, recreio ou férias” foi a principal motivação para viajar no 2.º trimestre de 2020 (1,1 milhões de viagens, -61,1%), tendo a sua representatividade aumentado (53,8% do total, face a 48,6% no trimestre homólogo). O motivo “visita a familiares ou amigos” correspondeu a 686,6 mil viagens (34,9% do total, -2,8 p.p.), correspondendo a um decréscimo de 67,5%.

Os “hotéis e similares” concentraram 10,8% das dormidas resultantes das viagens turísticas no 2.º trimestre de 2020, perdendo peso no total (-20,7 p.p.). O “alojamento particular gratuito” manteve-se como a principal opção de alojamento (84,2% das dormidas), sendo o único tipo de alojamento a reforçar a sua representatividade.

Diminuição bastante acentuada do número de viagens

No 2.º trimestre de 2020, os residentes em Portugal realizaram 2,0 milhões de viagens, o que correspondeu a um decréscimo de 64,9% face ao período homólogo (-20,0% no 1.º trimestre de 2020). O impacto da pandemia Covid-19 e a declaração do Estado de Emergência no mês de abril, e do Estado de Calamidade no mês de maio que impuseram medidas de confinamento, fizeram-se sentir no número de viagens realizadas, verificando-se decréscimos de 89,2% e  60,5%, respetivamente, no número de viagens. Em junho, e com a adoção de medidas de desconfinamento pelo governo português, a redução no número de viagens foi acentuada mas menos expressiva que nos meses anteriores, -43,2%.

No 2.º trimestre de 2020, 99,4% das deslocações corresponderam a viagens em território nacional, diminuindo  59,1% face a igual período do ano anterior (variações de -87,4% em abril, -55,2% em maio e -32,8% em junho). As viagens turísticas com destino ao estrangeiro foram praticamente nulas (0,6% do total), totalizando 12,4 mil (-98,5%) com os meses de abril, maio e junho a registarem decréscimos de 99,2%, 99,8% e 97,1%, pela mesma  ordem.

O “lazer, recreio ou férias” foi a principal motivação para viajar no 2.º trimestre de 2020 (1,1 milhões de viagens, -61,1%), tendo a sua representatividade aumentado (53,8% do total, face a 48,6% no trimestre homólogo). O motivo “visita a familiares ou amigos” correspondeu a 686,6 mil viagens (34,9% do total, -2,8 p.p.), correspondendo a um decréscimo de 67,5%. As viagens por motivos “profissionais ou de negócios” (151,3 mil) reduziram-se 71%, diminuindo o seu peso relativo em 1,6 p.p. (representando 7,7% do total).

Viagens ao estrangeiro bastante reduzidas no 2.º trimestre de 2020

O motivo “lazer, recreio ou férias” foi, no 2.º trimestre de 2020, a principal justificação nas viagens nacionais (peso de 54,2%), e registou um aumento de 7,4 p.p. na sua representatividade. Pelo contrário, verificou-se uma diminuição de expressão das viagens por “visita a familiares ou amigos” (-6,6 p.p., 34,9% do total) e das viagens por “outros motivos” (-1,2 p.p., 3,6% do total). Nas viagens realizadas ao estrangeiro, o motivo “profissionais ou de negócios” correspondeu a mais de metade do total (53%), seguindo-se a “visita a familiares ou amigos” (42,2%) e “outros motivos” (4,7%), não tendo sido registadas viagens ao estrangeiro por motivo de “lazer, recreio ou férias”.

Recurso à internet na organização de viagens perdeu expressão em ambos os destinos

A proporção de viagens com marcação prévia de serviços foi 18,4% no 2.º trimestre de 2020 (-18,6 p.p.), proporção que atingiu 79,6% (-14,3 p.p.) no caso de deslocações com destino ao estrangeiro. Nas viagens em território nacional, a marcação antecipada de serviços ocorreu em 18,1% dos casos (-9,2 p.p.). A internet foi utilizada no processo de organização de 11,8% das deslocações (-12,2 p.p.), recurso este que ascendeu a 48,1% das viagens (-15,1 p.p.) com destino ao estrangeiro. A marcação sem recurso à internet (51,9%) foi, neste 2.º trimestre, superior à marcação com recurso à internet no que às viagens ao estrangeiro diz respeito.

“Alojamento particular gratuito” reforça representatividade

Os “hotéis e similares” concentraram 10,8% das dormidas resultantes das viagens turísticas no 2.º trimestre de 2020, registando uma perda na sua representatividade (-20,7 p.p.). O “alojamento particular gratuito”, similarmente ao ocorrido no 1.º trimestre de 2020, foi o único tipo de alojamento que verificou um aumento na representatividade (+26,7 p.p., peso de 84,2% do total).

Número médio de noites por turista registou um aumento no trimestre

No 2.º trimestre de 2020, registou-se uma média de 6,46 dormidas nas viagens de cada turista residente, evidenciando um acréscimo de 57,2% (4,11 no 2.º trimestre de 2019). Para o crescimento observado não deverá ser alheia a situação de pandemia provocada pelo COVID-19, isto porque, apesar do número de turistas se ter reduzido significativamente nos meses do 2.º trimestre, em especial nos meses de abril e maio, o número de noites passadas fora do ambiente habitual por esses mesmos turistas aumentou consideravelmente (8 noites em abril, 5,41 maio e 6,69 em junho face aos 3,47; 3,45 e 5,56 dos mesmos meses em 2019).

Proporção de turistas no trimestre com elevado decréscimo

No 2.º trimestre de 2020, apenas 9,6% da população residente realizou pelo menos uma deslocação turística, evidenciando um decréscimo de 19,1 p.p.. Neste trimestre, todos os meses registaram decréscimos homólogos em termos de peso de residentes que viajaram, tendo sido mais significativo no mês de abril (-17,7 p.p.), muito devido ao Estado de Emergência em vigor nessa altura. Os meses de maio e junho apresentaram decréscimos de 8,4 p.p. e 6,3 p.p., respetivamente.