INE: Viagens turísticas de residentes para o estrangeiro caíram 89,5% no 1º trimestre

O contexto pandémico continuou a afetar severamente as viagens turísticas de residentes no 1º trimestre de
2021, tendo sidos realizadas 1,6 milhões de viagens, o que correspondeu a uma variação de -57,6% (-57,4% no 4ºT 2020). Esta redução foi muito significativa no que respeita às viagens em território nacional que, embora concentrando 97,0% das deslocações, decresceram 53,3% mas foi ainda mais intensa nas viagens com destino ao estrangeiro, que diminuíram 89,5%, indicam os dados divulgados hoje pelo INE.

Neste trimestre, a “visita a familiares ou amigos” foi a principal motivação (750,7 mil viagens, -48,8%), tendo
a sua representatividade aumentado (47,3% do total, face a 39,3% no trimestre homólogo). O motivo “lazer,
recreio ou férias” correspondeu apenas a 415,8 mil viagens (26,2% do total, -14,6p.p.2), tendo decrescido 72,7%.

Os “hotéis e similares” concentraram 5,5% das dormidas resultantes das viagens turísticas no 1º trimestre de
2021, perdendo peso no total (-15,7 p.p.). O “alojamento particular gratuito” manteve-se como a principal
opção (88,7% das dormidas, +14,8 p.p.).

Diminuição significativa do número de viagens no trimestre
No 1º trimestre de 2021, os residentes em Portugal realizaram 1,6 milhões de viagens, o que correspondeu a
um decréscimo de 57,6% (-57,4% no 4ºT 2020) sentindo-se o impacto da pandemia COVID-19. Os meses de janeiro e fevereiro, em que as variações homólogas incidem sobre um período ainda pré-pandémico,
registaram decréscimos de 67,9% e 71,8%, respetivamente. Em março, em que as variações homólogas já
incidem sobre o primeiro mês de 2020 em que a pandemia se começou a fazer sentir fortemente em Portugal, registou-se o primeiro aumento dos últimos 12 meses, +23,9% (-42,6%, -65,2% e -61,2%, respetivamente, nos meses de outubro, novembro e dezembro) devido exclusivamente às viagens efetuadas em território nacional.

No 1º trimestre de 2021, as viagens em território nacional corresponderam a 97,0% das deslocações efetuadas (97,4% no 4ºT 2020), registando-se um decréscimo de 53,3% (-53,2% no 4ºT 2020) face ao período homólogo (variações de -65,5% em janeiro, -68,5% em fevereiro e +32,9% em março). As viagens turísticas com destino ao estrangeiro representaram 3,0% do total (2,6% no 4ºT 2020), correspondendo a 46,8 mil viagens (-89,5% face ao período homólogo; -90,3% no 4ºT 2020), registando-se decréscimos de 85,6%, 94,5% e 81,8% respetivamente em janeiro, fevereiro e março.

No 1º trimestre de 2021, e similarmente ao verificado no 4º trimestre de 2020, a “visita a familiares ou
amigos” foi a principal motivação para viajar, tendo correspondido a 750,7 mil viagens (-48,8% face a igual
período do ano anterior; -57,7% no 4ºT 2020), passando a sua representatividade para 47,3% do total (+8,1
p.p. face ao 1ºT 2020). O motivo “lazer, recreio ou férias” correspondeu a 415,8 mil viagens realizadas (-72,7%), representando 26,2% do total (-14,6 p.p. face ao 1ºT 2020). As viagens por motivos “profissionais ou
de negócios” (227,3 mil) aumentaram em 1,7 p.p. o seu peso relativo no 1º trimestre de 2021 (14,3% do
total).

Viagens por razões “profissionais ou de negócios” aumentaram a sua preponderância nas viagens ao estrangeiro
Nas deslocações nacionais, a “visita a familiares ou amigos” constituiu o principal motivo para viajar no 1º
trimestre de 2021 concentrando 48,2% do total (741,0 mil viagens), já nas deslocações ao estrangeiro as
viagens por razões “profissionais ou de negócios” estiveram associadas à realização da maioria das viagens (33,8 mil viagens; peso de 72,1%; 29,2% no 1ºT 2020). As viagens por motivos de “lazer, recreio ou férias” perderam preponderância tanto nas deslocações efetuadas internamente (2º principal motivo, com um peso de 26,8%; -12,6 p.p. face ao peso em 2020) como nas deslocações ao estrangeiro (3º principal motivo, peso de 7,0%; -44,3 p.p.).

Recurso à internet com grande perda de expressão na organização de viagens
A proporção de viagens com marcação prévia de serviços foi 9,7% no 1º trimestre de 2021 (-24,3 p.p.),
atingindo 69,5% (-21,9 p.p.) no caso de deslocações com destino ao estrangeiro. Nas viagens em território
nacional, a marcação antecipada de serviços ocorreu em 7,9% dos casos (-18,4 p.p.).

A internet foi utilizada no processo de organização de 4,7% das deslocações (-20,9 p.p.),valor mais baixo dos últimos anos, tendo este recurso sido opção em 38,0% (-38,2 p.p.) das viagens para o estrangeiro e 3,7% (-15,1 p.p.) das viagens em território nacional.

Num contexto de redução do número de dormidas, aumentou o peso relativo do “alojamento particular
gratuito” e diminuiu o peso dos “hotéis e similares”
Nas deslocações realizadas no 1º trimestre de 2021, diminuiu o peso relativo das dormidas em “hotéis e
similares” em 15,7 p.p. para 5,5% do total. O “alojamento particular gratuito” manteve-se como a principal
opção de alojamento (88,7% das dormidas), aumentando o seu peso no total (+14,8 p.p.).

Número médio de noites por turista registou um aumento no trimestre
No 1º trimestre de 2021, cada turista residente dormiu, em média, 7,16 noites nas viagens turísticas realizadas (+53,0%). A duração média mais elevada foi observada nas viagens realizadas em janeiro (9,70 noites).

Proporção de turistas na população diminuiu consideravelmente no trimestre
A proporção de residentes que realizou pelo menos uma deslocação turística no 1º trimestre de 2021 foi de
6,1%, refletindo um decréscimo de 11,4 p.p. face ao mesmo período do ano anterior. No mês de março,
registou-se a maior proporção de residentes que viajaram (3,8%) sendo o único mês que registou uma subida nessa proporção face ao período homólogo. (+0,2 p.p.; -7,4 p.p. em janeiro e -8,3 p.p. em fevereiro).