Injeção na TAP deverá rondar os mil milhões de euros

Tudo aponta para que a injeção de dinheiro na TAP ronde os mil milhões de euros, segundo avança uma notícia da TSF, que cita uma fonte próxima das negociações. A mesma fonte indica que “o espírito é agora mais positivo”, isto depois de duas semanas de reuniões entre o Estado e os acionistas privados da companhia aérea. As reuniões desta semana entre o Estado e a Comissão Executiva da TAP parecem ter decorrido agora num tom mais pacífico.

Mas, diz a TSF, a pergunta mantém-se: de quanto precisa a TAP? A rádio apurou que a métrica não deverá ser muito diferente da que tem sido aplicada por outros países europeus que já apoiaram as suas companhias aéreas: um rácio entre o número de aviões e o número de passageiros transportados em 2019.

A Swiss Air, por exemplo, que tem 107 aviões e transportou mais de 21,5 milhões de passageiros o ano passado, recebeu ajudas públicas no valor de 1400 milhões de euros. A Ibéria, que tem a mesma frota (107 aviões) e transportou quase 22.5 milhões de passageiros em 2019, teve uma injeção de capital no valor de 750 milhões de euros. Segundo a TSF, tendo em conta que a TAP tem uma frota de 105 aviões e transportou o ano passado 17,1 milhões de passageiros, o número que paira na cabeça de ambos os lados da negociação rondará os mil milhões de euros, podendo até ser ligeiramente superior.

Por outro lado, há que ver de que forma este capital será injetado na TAP. Ao que a TSF apurou, nem David Neeleman nem Humberto Pedrosa demonstraram até ao momento qualquer disponibilidade para um aumento de capital em parcelas iguais entre os acionistas privados e o Estado, sendo que esta seria a única solução que não teria de ter a aprovação de Bruxelas. Restam pois três opções: um apoio temporário, essencialmente dívida privada com garantias do Estado até 90%; compensação de danos com garantia de até 100% do Estado; ou apoio de emergência que implica uma reestruturação da empresa.

Ao que a TSF apurou o cenário que mais agrada aos acionistas privados é o da compensação de danos.

Independentemente da opção escolhida, no caso de incumprimento por parte da TAP, esses empréstimos devem converter-se em ações do Estado.

Para já, diz a TSF, estarão afastados os cenários de uma nacionalização ou da insolvência.