
A Ambitur tem uma nova rubrica com o Clan, empresa com mais de 30 anos de experiência no setor dos Recursos Humanos. O Clan irá partilhar, ao longo deste ano, uma série de entrevistas a profissionais da hotelaria. Ana Pignatelli, coordenadora de Hotelaria do Clan, entrevista Afonso Figueiredo e Lemos, Maître d’hotel do Eurostars Universal Lisboa.
Poderia descrever o início do seu percurso profissional na Hotelaria, partilhando um pouco sobre si e os passos que o levaram à sua posição atual?
O meu percurso profissional na Hotelaria começou em 2017, quando tinha apenas 14 anos, num estabelecimento que, infelizmente, já se encontra encerrado. Era um espaço modesto, mas com grande movimento, o que me permitiu, ao lado da velha guarda da restauração e da hotelaria, ganhar experiência e uma série de mais-valias, tanto a nível profissional como pessoal.
O que começou por ser um trabalho de fim de semana, feriados e férias, revelou-se ser a minha vocação e tornou-se a minha vida. Diria que o meu grande amor é o serviço de sala. Uma paixão que apenas em oito anos me conduziu ao cargo de Maître d’ Hôtel no Eurostars Universal Lisboa, com apenas 22 de vida.
No início, procurei recorrer e aprender com os mais experientes, seguindo os bons exemplos e aplicando as suas indicações. Recolhi o melhor de todos aqueles com quem trabalhei, construindo assim a minha própria abordagem.

Quais os pontos chave que considera importantes, para que os colaboradores se possam destacar e conseguirem construir uma carreira nesta área?
Para que os colaboradores construam uma carreira sólida na hotelaria, considero que é necessário ter espírito de sacrifício, resiliência e prontidão. Aliado a essas características, é essencial existir uma genuína vontade de aprender e de procurar fazer sempre mais, melhor e mais rápido.
O amor à profissão é, sem dúvida, um motor essencial, impulsionando a dedicação e o brio no desempenho das tarefas. O trabalho de equipa é naturalmente indispensável, fomentando a colaboração e a partilha de conhecimentos, mas também a entreajuda perante os desafios inerentes à Hotelaria.
Por fim, a humildade e o zelo. Ambos incentivam a uma postura de constante aprendizagem e a um cuidado extremo com o detalhe. Todos estes atributos contribuem não só para os colaboradores se destacarem, mas também para construírem uma carreira gratificante neste exigente, mas apaixonante, setor.
Que mensagem pretende passar aos colaboradores de F&B, em termos de estratégia profissional?
É importante os colaboradores de F&B traçarem objetivos claros para o futuro e perceberem o que querem e o que a profissão exige.
Dentro do departamento de comidas e bebidas, podemos considerar três caminhos diferentes: a sala, o bar e a cozinha. Quem, como eu, se dedica ao serviço de sala, deve entender que o objetivo principal é proporcionar experiências aos clientes. Mesmo num serviço simples como o pequeno-almoço, em que marcamos o início do dia de alguém, estamos a mexer com emoções e podemos usar essa oportunidade para vender.
Ser um profissional de sala envolve muito mais do que um simples serviço. Requer um conjunto de conhecimentos teórico-práticos, desde os mais óbvios até ao conhecimento de bebidas e composições, histórias, alimentos, técnicas de confeção, técnicas de venda, psicologia e cultura geral.
Para conseguir determinados cargos e responsabilidades é crucial ter em mente que são necessários anos de serviço duro e, sobretudo, uma grande capacidade para superar frustrações. Apesar de tudo isso, é crucial manter a cabeça erguida, preservar o caráter, cimentar princípios e valores, e nunca perder o foco, mesmo quando tudo parece desabar.
O melhor conselho que posso dar é que se esteja perto de pessoas que já conseguiram subir na carreira, mantendo sempre a humildade. A cada nova descoberta, percebemos que há inúmeros detalhes por descobrir. Não podemos saber tudo sobre tudo, mas talvez um pouco de muitas coisas.
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