A easyJet abriu um novo centro de controlo de operações aéreas em Luton, Reino Unido, onde uma ferramenta generativa de inteligência artificial, Jetstream, é a chave para resolver rapidamente problemas com pilotos e tripulantes em terra.
A Ambitur foi conhecer este espaço na última semana e encontrou uma infraestrutura que funciona 24 horas por dia, durante toda a semana, com mais de 250 especialistas, e que é capaz de gerir cerca de dois mil voos diários da lowcost. No dia da visita, a 24 de abril, quarta-feira, o centro de controlo contava com 600 voos a serem realizados, cerca de três mil passageiros.
A Páscoa foi o “primeiro grande teste” deste centro de operações guiado com a ajuda da IA e “correu muito bem”, tendo contado com o transporte de nove mil passageiros no total, confirmou Gill Baudot, Diretora de Controle de Rede da easyJet.
Neste centro é onde acontece todo o network da companhia aérea e as funções vão desde os planeadores de rotas, equipas de tripulação para garantir que os pilotos e a tripulação são corretamente afetados aos voos, equipas que lidam com a afetação e manutenção de aeronaves, bem como comunicações em direto com os clientes.
E a ferramenta Jetstream dá acesso instantâneo a políticas, procedimentos e informações que permitem resolver problemas operacionais à medida que ocorrem. Por exemplo, no dia da visita ao centro, haviam quatro voos em risco de não operar e a missão era dar a melhor solução a esta eventualidade. Os jornalistas presentes puderam simular, num jogo interativo, a resolução de um problema de operação, semelhante aos desafios reais que aparecem todos os dias no centro de controlo, e perceber que o auxílio da IA poderá tornar este tipo de decisões mais rápidas e assertivas.
Em declarações à Ambitur, José Lopes, country manager da easyJet em Portugal, afirmou que “a utilização da inteligência artificial permite-nos baixar custos, nomeadamente através da prevenção. Por exemplo, ao sabermos que uma peça de uma aeronave vai entrar em colapso e ao substituí-la antes disso acontecer, evita que aquele avião pare e que se percam voos e receita. Os sistemas de inteligência artificial que estamos a aplicar e que nos ajudam a fazer planificação preventiva conseguem fazer-nos uma previsão do impacto de fatores externos que não são controláveis pela empresa naquilo que é a operação”, como por exemplo uma greve de controladores de espaço aéreo.
Assim, com esta tecnologia, “a equipa de controlo operacional pode fazer uma gestão do dia de forma a minimizar impactos e a reduzir custos relativos à irregularidade, que são um peso bastante grande numa empresa”, defendeu o responsável. “Tudo o que pudermos fazer que use uma máquina que pensa mais rápido do que nós ajuda-nos a ter este controle dos custos, que no final do dia faz toda a diferença”, concluiu José Lopes.
Por Diana Fonseca, em Luton, a convite da easyJet
Curiosidade: Sabia que toda a operação global da easyJet é gerida no horário Meridiano De Greenwich?