O IPDT – Turismo e Consultoria analisou o impacto que o setor do turismo teve nas políticas autárquicas no mandato 2017/2021 e identificou algumas das apostas a considerar para o horizonte pós-eleitoral – 2021/2025. O resultado pode agora ser consultado no E-book – 10 prioridades para o turismo no Mandato 2021/2025, que surge numa altura em que o turismo assume um papel determinante no desenvolvimento dos territórios e das comunidades locais.
“Os municípios desempenham um papel fundamental no âmbito do turismo. É através da sua visão e das suas políticas que os destinos – mesmo aqueles com menor população – podem alcançar um papel central e de destaque na oferta turística nacional”, afirma o presidente do IPDT, António Jorge Costa.
Numa análise ao peso do turismo no mandato 2017/2021, pode verificar-se que a maioria possuem departamentos dedicados à gestão turística, priorizando esta área. 58% dos municípios têm estruturas dedicadas à gestão turística, com 27% a afirmarem que o turismo é um setor prioritário na sua atuação, existindo uma direção ou departamento interno exclusivamente dedicado à gestão turística em 25% dos casos.
Por outro lado, 51% dos municípios encararam o turismo como aposta prioritária neste último mandato, e os dados do INE confirmam que o turismo cresceu na maioria dos municípios (até 2019, período pré-pandemia), com 82% dos municípios a aumentarem as dormidas e 75% a aumentarem o RevPar.
Quase metade dos municípios inquiridos pelo IPDT referem ter desenvolvido estratégias para o turismo, e 33% fizeram uma grande aposta na presença em feiras especializadas – nacionais e internacionais, antes da pandemia, como forma de promover os seus destinos nos principais mercados turísticos. Cerca de um em cada três municípios apostou na capacitação da sua presença digital, desenvolvendo websites municipais dedicados ao turismo e de maior dinâmica nas redes sociais.
Além disso, o estudo demonstra que cerca de 20% dos municípios apostaram na estruturação de novos produtos turísticos para tornar a sua oferta mais atrativa para os turistas, focando-se, sobretudo, na valorização dos produtos locais, essencialmente os gastronómicos.
Durante a pandemia, , os municípios apostaram no desenvolvimento e implementação de planos de formação especializada para os seus agentes turísticos.
Quando questionados sobre as áreas onde o turismo mais contribuiu para o desenvolvimento do município, 97% concordam que o turismo aumenta a notoriedade dos territórios, e 87% que valoriza as comunidades e preserva as tradições. Além disso, 94% acreditam que o turismo projeta os produtos locais e 85% dizem que combate a degradação. Já 84% defendem que o turismo preserva a natureza e 77% que melhora a oferta cultural. 71% dos inquiridos confirma que o turismo é um motor económico e 65% não duvidam que gera emprego e fixa população.
O IPDT quis saber como integrar o turismo no mandato 2021/2025 para uma melhor gestão autárquica. E 47% dos inquiridos defendem que o turismo deve ser pelouro de uma vereação. Por outro lado, 53% dos municípios dizem que pelo menos 8% do orçamento municipal anual deve ser afeto a investimento em projetos e iniciativas relacionados com o turismo.
Chegando à grande questão de saber quais as 10 principais prioridades de intervenção para o próximo mandato, aqui ficam as respostas:
1. Comunicação e Promoção – defendida por 62% dos inquiridos – sobretudo através do digital que deve ser combinado com as ações offline.
2. Planeamento Estratégico e Implementação (58%) – Segundo os inquiridos, deve haver uma aposta maior na implementação das medidas previstas no planeamento, visto ser nesta fase que, normalmente, se verificam as maiores lacunas.
3. Melhorar a cultura de serviço (33%) – capacitar os profissionais de turismo e promover formações em áreas emergentes.
4. Estruturar produtos turísticos (31%)
5. Valorizar os recursos endógenos (24%) – os turistas procuram cada vez mais atividades relacionadas com estes elementos.
6. Atrair investimento (18%) para melhorar a qualidade da oferta turística.
7. Organização de eventos (16%) – os eventos captam diversos fluxos turísticos e podem gerar efeitos a longo prazo.
8. Qualificar as infraestruturas de visita (13%) – os destinos devem estar atentos às tendências de mercado e a novas ideias.
9. Fomentar a inovação das empresas (11%)
10. Certificações e Classificações Internacionais (9%) – municípios devem priorizar a participação em projetos e redes internacionais que permitam aumentar a notoriedade dos destinos. As certificações de sustentabilidade são apontadas como uma das opções de atuação que podem ser importantes para que os destinos (1) melhorem o seu posicionamento internacional e (2) promovam uma atuação, ainda mais, sustentável.