IV Convenção ARAC: Trabalho conjunto é fundamental para “o turismo do futuro”

Foi na sessão de abertura da IV Convenção da Associação Nacional dos Locadores de Veículos (ARAC), que decorreu na passada sexta-feira, dia 31 de março, em Alcobaça, que Nuno Fazenda, secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, salientou a importância de desenvolver um trabalho conjunto entre o Estado e as entidades do turismo, desde as empresas às instituições de promoção nacional e regional.

O secretário de Estado afirmou que definir estratégias e financiar projetos não é suficiente. É preciso uma estreita cooperação para que Portugal possa liderar “o turismo do futuro”, “mais sustentável, inclusivo e digital”.

As declarações do responsável vêm no seguimento de cinco prioridades que o próprio elencou. Desde logo, as medidas financeiras, com vista a apoiar as empresas. O financiamento responde aos constrangimentos passados e presentes, como a pandemia de covid-19 e os impactos socioeconómicos desencadeados pela guerra na Ucrânia, mas não só.

Os fundos de planos como o “Portugal 2030” e o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) permitirão igualmente estimular o setor que é, atualmente, uma das maiores atividades económicas exportadoras do país. Nuno Fazendo enfatizou os 20% de bens e serviços com que o turismo contribui para o total das exportações nacionais.

Referiu, ainda, algumas medidas específicas, criadas no âmbito dos planos financiados pela União Europeia, como o programa “Apoiar Turismo”, a linha “Consolidar + Turismo” ou o programa “Transformar Turismo”.

“As pessoas são o principal ativo do turismo”, disse Nuno Fazenda, apontando para o outro elemento essencial na dinamização do setor. Apresentada a 27 de março, a “Agenda para as Profissões do Turismo” tem, como disse o secretário de Estado, “prioridades muito claras ao nível da qualificação e da valorização, mas também com projetos concretos”. Esta medida pretende, por um lado, colmatar a falta de recursos humanos e, por outro, qualificar os que existem.

O território é de igual importância para promover o turismo nacional. Segundo Nuno Fazenda, “a base da atividade turística são os nossos recursos naturais, histórico-culturais e patrimoniais”. Da parte do Governo, o secretário de Estado garantiu que estão a ser desenvolvidos instrumentos de política pública para preservação do património.

Ainda neste aspeto, e reconhecendo que o Litoral representa uma grande fatia do turismo nacional, Nuno Fazenda avançou que está a ser desenhada uma agenda para “mobilizar meios e linhas de apoio para valorizar turisticamente o Interior”. Esta “diferenciação positiva”, explicou o responsável, contribui para a coesão territorial.

A digitalização e a transição climáticas são também uma prioridade, na ótica do secretário de Estado do Turismo, que voltou a mencionar os apoios alocados pelo PRR nestas duas dimensões. De resto, estas fizeram parte do tema em debate na IV Convenção da ARAC.

Numa ligação clara ao setor do aluguer de automóveis, que esteve na base da discussão, Nuno Fazenda avançou que o Governo está a definir medidas para aumentar a rede de carregamento de veículos elétricos, que é composta atualmente por 6 mil postos. Com mais veículos elétricos e mais postos de carregamento ao longo do país, os turistas, enquanto consumidores essenciais no serviço de ‘rent-a-car’, poderão assim chegar mais longe, “designadamente a territórios onde há menos apetência do mercado e menor densidade turística”.

“Projetar a marca ‘Portugal’ ainda mais”, é o objetivo final das prioridades que o secretário de Estado do Turismo definiu. Para o responsável, a afirmação da marca nacional e das marcas das diferentes regiões está evidente na participação nacional “muito forte” nas feiras de turismo internacionais, bem como na perspetiva do Banco de Portugal para que as receitas do turismo cresçam, este ano, em 8,6%.

Estas prioridades só se concretizam através do contacto próximo com o setor, reiterou o secretário de Estado do Turismo, que concluiu a intervenção com uma nota sobre a questão das portagens a cobrar às empresas alocadoras de veículos. Trata-se de uma resposta ao que Paulo Pinto, presidente da ARAC, tinha afirmado momento antes, no seu discurso.

Por Redação da Ambitur, na IV Convenção da ARAC, em Alcobaça.