No passado mês de fevereiro, a Ambitur viajou até à Jamaica, integrada numa Fam Trip organizada pelo operador turístico Newblue, do grupo W2M (World2Meet), que a partir de 4 junho e até 15 de outubro, irá realizar voos diretos semanais para este destino desde Lisboa. Durante toda a nossa estada na Jamaica, contámos com a constante presença de Paula Pawell (que desenhou o nosso itinerário) e de Remeka McIntosh, ambas do Turismo da Jamaica, bem como de Duarte Correia, diretor geral da Newblue e da W2M, e Carolina Margarido, também da W2M, que nos acompanharam desde Lisboa. A experiência não podia ter sido mais incrível.
À semelhança das outras ilhas caribenhas, a Jamaica apresenta praias paradisíacas, desertas, com águas de um azul turquesa cristalino, mornas e calmas, uma vegetação exuberante de cortar a respiração, resorts de luxo e um clima fantástico (tropical húmido), em que mesmo na época das chuvas (maio, junho, outubro e novembro) o sol aparece sempre e as temperaturas são muito agradáveis. Mas o que torna esta ilha diferente e única é a sua vibe, a sua energia vibrante, a sua cultura, as cores fortes, os sabores picantes, a música e a forma de estar descontraída dos seus habitantes, em que as palavras de ordem são “no problem” e “yaaman”, ou não fosse este o país oficial do reggae.
A Jamaica é a terceira maior ilha das Caraíbas e a quarta com mais população. Está dividida em 14 distritos, agrupados por três grandes regiões (Cornwall a oeste, Middlesex ao centro e Surrey na zona este). A capital é Kingston e esta é também a maior cidade da ilha. A língua oficial é o Inglês e o dialeto falado por muitos jamaicanos é o Patois, uma mistura de inglês com africano e outras línguas. Na gastronomia destacam-se os sabores picantes do Jerk, um estilo de cozinha no qual predominam o frango e o porco, que são cozidos lentamente depois de terem marinado numa mistura altamente picante. A época alta ocorre entre dezembro e abril, que corresponde também à estação seca. A ilha oferece mais de 150 atrações para todos os gostos, desde as que permitem explorar a beleza natural até às que revelam a riquíssima herança cultural jamaicana. Com isto, é fácil de depreender que a economia do país depende fortemente do turismo. E sim, a Jamaica é um destino seguro. A prova disso é que mais de 75% dos visitantes voltam!
O nosso percurso pela ilha permitiu-nos contactar e conhecer as principais cidades turísticas: Negril, Ocho Rios e Runaway Bay, Montego Bay e Falmouth, bem como Kingston. Aterrámos no aeroporto de Montego Bay (Sir Donald Sangster International Airport, um dos três aeroportos internacionais da Jamaica, e o maior e mais movimentado, depois do de Kingston), e dali viajámos de autocarro até Negril, num percurso de aproximadamente duas horas.
Negril
Negril fica na ponta oeste da ilha e é uma das zonas mais seguras e tranquilas da Jamaica, daí ser conhecida como a «capital da descontração», ótima para relaxar e para fugir ao turismo de massa. É também a mais procurada pelos turistas europeus e aqui podemos encontrar um dos maiores areais – a Praia das 7 Milhas.
É em Negril que se realiza, todos os anos no primeiro fim de semana de dezembro, a Maratona do Reggae. É também aqui que fica o bar de praia número um de todo o mundo, o Rick’s Café. Consta que foi o bar mais visitado em todo o mundo em 2024 e nele podemos assistir a um maravilhoso pôr do sol ou a um salto impressionante para a água feito por mergulhadores jamaicanos (os turistas também podem fazê-lo, mas de uma plataforma bem mais baixa). O trajeto até este bar pode ser feito por terra ou por mar. A nós calhou-nos experimentar percorrê-lo por mar, num catamarã, com direito a muita música, sol, descontração e a uma pausa para fazer snorkelling.
Outra experiência que Negril oferece é um passeio num floating bar. O Tiki Pon da Sea Party Bar foi o que, ao som do reggae e com bebidas a bordo, nos levou, por águas transparentes incrivelmente azuis, a almoçar uma lagosta grelhada numa ilha deserta (www.tikipondasea.com). Certamente, uma das experiências mais relaxantes e inesquecíveis que fizemos em Negril.
Onde ficar em Negril? Tem várias opções, desde logo os hotéis da cadeia RIU. O que nos recebeu foi o Hotel Riu Negril, um cinco estrelas all inclusive completamente renovado em 2024, uma excelente opção, com 600 quartos (alguns com piscina privativa e com vista para o mar), a 80 km do aeroporto de Montego Bay. Esta cadeia apresenta mais outro hotel em Negril, o Riu Palace Tropical Bay, outro cinco estrelas all inclusive, este com mais de 400 quartos. Mas há mais alternativas, o charmoso Couples Swept Away (jamaicano) é uma delas e fica em pleno areal da Praia das 7 Milhas. Em todos, o ambiente convida a relaxar, confirmando que estamos na zona mais tranquila da Jamaica.
Ocho Rios
De Negril partimos à descoberta de Ocho Rios (Ochi, diminutivo adotado pelos locais), também na costa norte da ilha, mas em plena região central e, como tal, a meia distância das duas pontas. É a zona ideal para famílias e é líder número um no que toca a oferta de atividades, a pouca distância dos hotéis. O nosso – o Sandals Ochi Beach Resort (jamaicano), composto por inúmeras moradias, todas com piscina privativa, espalhadas pelas colinas, em perfeita harmonia com a abundante vegetação, com uma forte envolvência tropical – não deixa ninguém indiferente, ou não estivéssemos no «coração verde» da Jamaica, onde as colinas se pintam de um verde exuberante e descem até às praias de areia branca.
A cidade de Ocho Rios é famosa pelas suas cascatas, como as do Rio Dunn, nas quais se pode aventurar a uma escalada por entre rochas e água que formam pequenas lagoas, devidamente calçado e sempre com a presença de vários ajudantes. Merece o esforço! Mas há outras e algumas tornaram-se famosas por serem protagonistas em filmes como «Cocktail», de 1988 com Tom Cruise. Em matéria de filmes, Ocho Rios não fica por aqui. A famosa propriedade Goldeneye, hoje um resort de luxo (um dos mais procurados na Jamaica), a leste de Ocho Rios, foi onde Ian Flemming viveu e escreveu os romances que deram origem aos filmes de James Bond (que dá também nome a uma praia em Oracabessa). A homenagem ao escritor é também visível no nome do aeroporto que fica a apenas 10 km de Ocho Rios, o Aeroporto Internacional Ian Fleming.
Durante a nossa estada em Ocho Rios, a visita à comunidade rastafári «Rastafari Indigenous Village» (www.rastavillage.com), fundada em 2007 e que fica em Montego River Valley, foi, sem dúvida, a experiência mais inesquecível. Depois de percorrermos um sinuoso caminho que nos levou bem dentro da floresta, fomos recebidos por dois habitantes da comunidade (ambos com o sonho no olhar) – a Queen Charlotte, que fabrica sabonetes artesanais, e o King Suga Free, que constrói tambores (rastaman drums) há mais de 30 anos e conhece detalhadamente todas as plantas que cultiva e para que servem. Amavelmente, explicaram-nos o seu modo de vida, mostrando tudo o que a comunidade tem para oferecer a quem os visita, quer nos tours diários (com número limitado de visitantes) quer nos retiros que proporcionam a quem pretende passar cinco dias na comunidade e experienciar o estilo de vida rastafári ou tratar o stress através de massagens, prática de yoga, chás, comida vegana e cannabis. Esta comunidade preserva, conserva, protege e promove as tradições jamaicanas, a sustentabilidade e o meio ambiente, e pratica uma alimentação plant based (a dieta Ital, aprovada pelo movimento rastafári). O objetivo é preservar, proteger e promover o tradicional modo de vida rastafári. As famílias que aqui vivem (cerca de 10) são as guardiãs destas tradições. Visitá-los não pode ser encarado como uma atração turística, uma vez que aqui os visitantes são recebidos e integrados no seio da comunidade e das suas práticas. A paz e a tranquilidade estão presentes em todos os gestos. O respeito é a palavra de ordem. Os abraços à despedida deixaram-nos, seguramente, mais ricos.
Ocho Rios é também a zona que viu nascer Bob Marley, e que, passados 36 anos, recebeu a sua sepultura.
Uma vez que Ocho Rios se encontra em plena zona central da ilha, o nosso próximo destino foi Kingston, a apenas 1h30 de viagem por autoestrada.
Kingston
É a capital da Jamaica e fica na na costa sudeste da ilha, rodeada pelas místicas Montanhas Azuis (onde as plantações de café dão origem a um dos cafés mais procurados do mundo e que são Património Mundial da UNESCO desde 2015) e por um dos maiores portos do mundo. Ir à Jamaica e não visitar Kingston é como ir a Roma e não ver o Papa. Aqui respira-se música e toda a herança cultural da ilha. Por isso, torna-se um imperativo visitar o Museu Bob Marley, que se encontra naquela que foi a residência oficial e estúdio de gravações do maior ícone da música reggae de todo o mundo, impregnado de recordações e vivências tão reais que fazem desta experiência uma das mais surpreendentes e emocionantes de todas. Tivemos o enorme privilégio de fazer esta visita precisamente no dia em que Bob Marley faria 80 anos, caso fosse vivo, dia 6 de fevereiro. Talvez também por isso tenha sido ainda mais marcante.
Para conhecer a herança cultural do país, é também obrigatória uma paragem na National Gallery of Jamaica. Mais uma vez, o privilégio bateu-nos à porta e fomos brindados com uma visita guiada feita pela própria diretora do Museu. As obras aqui expostas pertencem a artistas jamaicanos que vão desde os anos 20 do século XX até aos nossos dias e permitem, ainda, conhecer e perceber uma parte significativa da História da Jamaica. À saída do museu, e uma vez que se está em plena zona centro, é de aproveitar para caminhar e apreciar as inúmeras pinturas de arte urbana espalhadas pelas ruas circundantes, onde a cor é rainha. Entre uma coisa e outra, uma pausa obrigatória para comer no Kamila’s Kitchen – F&B Green.
Outra atração que poderá visitar em Kingston são os restos da cidade pirata mais importante das Caraíbas – Port Royal – que data do século XVII, altura em que era também a capital da Jamaica. Em 1692, devido a um grande terramoto seguido de um tsunami, dois terços da cidade ficaram submersos. Todas as tentativas de reconstrução da cidade foram sendo boicotadas por sucessivas catástrofes, tendo sido o terramoto de 1907 a gota de água final.
Montego Bay & Falmouth
A poucos dias de regressar a Lisboa, voltámos a Montego Bay, mas desta vez para conhecer um pouco melhor a animada e movimentada cidade (a segunda maior da Jamaica), que fica na zona noroeste da ilha, contudo, já muito perto da zona central de Ocho Rios. Devido a esta proximidade, muitas das atividades e experiências que aqui fizemos podem também ser feitas a partir de Ocho Rios e vice-versa.
Montego Bay é onde se encontra um dos aeroportos internacionais da Jamaica. Também devido a esta proximidade, é a zona mais procurada pelos turistas, sendo considerada a «capital do turismo» da Jamaica, com uma vasta oferta de atividades, de hotéis, de restaurantes e bares acessíveis quer por terra quer por mar. É uma zona muito rica, com grandes propriedades privadas de luxo, campos de golfe, parques aventura, etc. Aqui há excelentes praias públicas, umas gratuitas, outras pagas. Mas as mais bonitas pertencem aos complexos hoteleiros, como é o caso da mais famosa desta zona – a Doctor’s Cave Beach, na qual se situa o bar-restaurante Pier One, a experimentar.
O alojamento em que ficámos foi o Iberostar Selection Rose Hall, um magnífico all inclusive cinco estrelas, com todas as mais valias em matéria de conforto e sustentabilidade que esta cadeia apresenta e com as quais já fidelizou milhares de clientes em todo o mundo. Mas caso não pretenda ficar o dia inteiro no resort, opções não faltam, sejam elas em terra ou no mar. Visitar um mercado de artesanato na cidade de Falmouth, como o Artisan Village, por exemplo, é uma delas. Aqui poderá encontrar um pouco de tudo o que é feito na Jamaica.
Os amantes da música podem assistir em Montego Bay ao Reggae Sumfest em meados de julho, um dos mais famosos do mundo. Mas se prefere aventura, e o contacto com a natureza, há inúmeras ofertas a não perder. Uma é desfrutar de um relaxante passeio de jangada de bambu no rio Martha Brae – Martha Brae Rafting. Outra é visitar o Chukka Cove Adventure Zipline & Tubing, que vale bem o esforço da viagem. Aqui, participámos em três atividades: o zip-line (composto por 6 etapas/descidas, sempre acompanhadas pela equipa de guias que garantem a segurança e a boa-disposição em todo o percurso); o tubing, um percurso de barcos ligados uns aos outros, puxados a reboque por um guia através do rio Martha Brea; e por fim uma prova de rum, o afamado Appleton Estate, com direito a almoço!
Para fechar com chave de ouro, despedimo-nos da Jamaica com uma experiência incrível: um mergulho noturno na Luminous Lagoon, que se estende ao longo dos pântanos de Trelaway, na confluência do rio Martha Brea com o mar das Caraíbas. A lagoa está repleta de milhões de micro-organismos chamados dinoflagelados que se desenvolvem nas camadas onde o sal e a água fresca se misturam. Quando esta água é agitada, estes micro-organismos microscópicos produzem um brilho intenso de tonalidade azul. A Luminous Lagoon é considerada a maior e mais brilhante do mundo, e pode visitar-se à noite partindo de barco da Glistening Waters Marina, em Falmouth.
IMPORTANTE: antes de viajar para a Jamaica é obrigatório preencher o formulário de imigração e alfândega, que está disponível on-line em http://enterjamaica.com
Duarte Correia, da W2M, em discurso direto
O que motivou a W2M a lançar esta operação para a Jamaica a partir de Lisboa?
Primeiro do que tudo, tínhamos um dia disponível no nosso aparelho que estará baseado em Lisboa – o A330 que está a chegar, com capacidade para 342 passageiros – no sétimo dia de operação. Temos dois (dias) para Cuba, dois (dias) para o México, dois (dias) para a República Dominicana e decidimos ocupar o outro para a Jamaica, pela diferenciação. Portugal já teve programação para a Jamaica, há 10 anos, e achámos que estava na altura de aparecer com um produto diferente. Foi essa a ideia. E atendendo a que o mercado procura muito o Caribe, porque não estender a operação no Caribe com um produto diferente, é um produto caribenho, mas com outra alma.
Como é que vê o potencial deste destino para o mercado português?
Vamos experienciar nas próximas semanas o que é que o mercado português nos diz acerca deste destino. Até à data, com a grande antecipação que tem havido no mercado, a Jamaica está-se a vender bem, no entanto, ainda temos muitos lugares disponíveis. Temos agora dois próximos momentos, um muito forte que é o Mundo Abreu, de 1 a 10 de março, e logo de seguida a BTL, que é muito forte porque temos 600 metros quadrados com cerca de 70 agentes de viagens a vender o nosso produto e estamos a apostar forte para que, passada a feira, mais de 50% ou 60% de toda a capacidade esteja vendida. E digo para o Caribe, porque temos outros produtos de médio curso, mas o Caribe é o nosso grande core (forte). Nós estamos no Caribe, mas estamos noutros destinos também.
O destino Jamaica vai ser operado pela Newblue, a companhia aérea é a World2Fly, a rota será semanal, Lisboa-Montego Bay.
Quais são as expectativas dos agentes de viagens que participaram nesta Fam Trip em relação ao destino?
Acho que todas as pessoas que vieram nesta viagem (algumas delas já conheciam o destino), mas definitivamente estão surpreendidas com o país em si, porque tem uns add-on’s (adicionais) em termos culturais e tem a garantia das cadeias de hotéis sobejamente conhecidas de outros países, nomeadamente a Iberostar e outras, de que os nossos turistas portugueses vão estar bem instalados e ter bom serviço e boa comida. Além, obviamente, da boa praia que oferece a Jamaica.
Os preços destes pacotes são competitivos com os dos outros destinos do Caribe?
São competitivos apesar de a Jamaica ser ligeiramente, ligeiramente, mais caro que Punta Cana, por exemplo. Mas a diferença não é substancial. Se pesarmos na balança, obviamente que a Jamaica é mais caro, mas não é uma diferença que se possa considerar que os clientes não vão comprar Jamaica pelo preço.
Por Anabela Mourato, que viajou a convite da W2M e do Turismo da Jamaica.