Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP) afirmou, esta quinta-feira, dia 1, que 2023 será um bom ano para o turismo em Portugal. Em declarações ao Ambitur.pt, no primeiro dia da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), o responsável falou também sobre a tomada de decisão para construir o novo aeroporto de Lisboa.
Questionado sobre as expectativas para o presente ano, Francisco Calheiros afirma que “vai voltar a ser um grande ano para o turismo”, embora note as “tantas incertezas” que se previam para 2023, nomeadamente devido à guerra que ainda não acabou, e à pandemia que há pouco terminou.
O presidente da CTP refere positivamente os resultados “brutais” de janeiro passado face a 2022 e mesmo ao pré-pandemia, ainda que estes valores não representem a totalidade do ano. “O arranque vai sempre ser bom, na medida em que o primeiro trimestre do ano passado ainda estava sob o efeito da pandemia”, considerou Francisco Calheiros.
Também o aumento da inflação e das taxas de juro é suficiente para relativizar as projeções. Como reduziram em muito o rendimento das famílias, Francisco Calheiros prefere não tirar conclusões prematuras.
Ainda assim, importa enfatizar a palavra “voltar”, nas palavras do responsável, que acredita que os resultados reais já são bons, e que se pode prever “que durante o verão se mantenha o movimento positivo”.
Um contador e o novo aeroporto de Lisboa
O contador que a CTP instalou na Segunda Circular, e que já fazia a contagem do “valor perdido pelo país pela não decisão de um novo aeroporto” mantém-se, enquanto não há avanços concretos sobre a nova infraestrutura.
Francisco Calheiros explica que a fórmula encontrada para conseguir um consenso amplo foi aprovada na Assembleia da República. Da comissão de acompanhamento, da qual a CTP faz parte, “já foram feitas duas reuniões”, afirma o responsável, que alerta o partido do Governo e o PSD sobre a urgência da decisão.
O presidente da CTP refere que a comissão técnica independente que acompanha o projeto apresentará uma solução no final do ano, mas que “também foi dito que a decisão é política”.
Por isso, Francisco Calheiros questiona-se: “Se a decisão é política, porque não decidir já?”.
É que, até lá, o presidente da CTP considera que voltaremos a ver “a bagunça” que vimos em anos anteriores, por altura do verão. “O aeroporto não estica”, afirma, referindo-se às obras na infraestrutura já existente, que “vão melhorar a vida dos passageiros existentes; não vão ampliar a capacidade”.
“Não adianta tratarmos de todos os problemas que há, se no fim do dia, aumentamos para o dobro a capacidade de receber turistas e eles não têm onde aterrar”, conclui, com o imperativo de tomar já a decisão sobre o novo aeroporto.