João Fernandes foi diretor convidado da Ambitur 343

Sabemos que Portugal é um dos Estados europeus que mais depende do Turismo para a criação de riqueza, de emprego e para o equilíbrio da balança comercial. A economia é feita de altos e baixos e não surpreende que as regiões que têm no Turismo a sua base económica, como o Algarve, sejam as mais afetadas numa conjuntura como a que atravessámos.

O que muitos ainda não sabiam é que o Turismo resiste ainda e sempre ao “invasor” (seja ele o Brexit ou um cenário internacional de estagflação, de guerra ou recuperação de uma pandemia), qual irredutível gaulês da banda desenhada de Uderzo e Goscinny. Depois da tormenta, em 2022 o Algarve voltou a ser a região líder de Portugal em receitas de alojamento turístico: fechou o ano com um aumento de proveitos de 15,5% face a 2019.

Começa um novo ano e, uma vez mais, o contexto é desafiante: o aumento generalizado dos custos de produção, a falta de recursos humanos, as taxas de juro elevadas, a subida dos valores do crédito à habitação, as débeis perspetivas económicas dos nossos mercados emissores… Não obstante, os níveis de procura parecem apontar para mais um “ano recorde”. É um otimismo moderado no aparente caos.

Apesar desta conjuntura, não nos esquecemos do essencial. Nesta edição da Ambitur, o foco são as Pessoas. As que fazem do Turismo a sua atividade, as que o usam de forma recreativa para conhecer outros povos e destinos, as que o estudam diariamente, as que contribuem para a valorização dos territórios pela arte, as que vivem nas áreas visitadas. Porque a nossa força enquanto destino turístico é humana, e humanista!

Se nada podemos contra a turbulência do mundo, usemos a prática da hospitalidade e do sorriso para o deixarmos melhor. Não é afinal o Turismo a indústria da paz, do sonho e do entusiasmo partilhado com o outro? Boa leitura.