José Theotónio: “Recuperação vai demorar três a cinco anos”

José Theotónio, presidente executivo do Grupo Pestana, e um dos Conselheiros Ambitur, afirma, em entrevista ao Negócios, que o verão, em termos globais, “está perdido”. Apesar de o mercado português estar a responder, a ausência de turistas internacionais é significativa e “sem esses, o turismo português não funciona”, indica.

Embora as taxas de ocupação nem sempre sejam as desejáveis – sendo que nas pousadas, com cerca de metade da rede operacional em julho, rondam os 50% – José Theotónio frisa que “estamos a tentar não entrar numa guerra e não baixar muito os preços nesta fase porque, depois, o retomar dos preços, quando houver uma retoma da atividade, é muito difícil”. Mas admite que “o preço acaba por baixar” e que se sente “um abaixamento dos preços ao nível da hotelaria”.

Para o responsável, na mesma entrevista, a recuperação aos níveis de 2017 a 2019, demorará no mínimo três a cinco anos.

Relativamente ao lay-off simplificado, o responsável defende que para o setor do turismo este mecanismo deveria ser prolongado até fevereiro ou março de 2021. Neste momento, o grupo Pestana conta com cerca de 1.500 trabalhadores em lay-off quando, no início, foram 2.300.

Já no que se refere à TAP, José Theotónio é perentório: “estamos em agosto e os 100 aviões que a TAP tem estão todos no chão. Isso é que me preocupa, porque não está a servir o turismo e não está a trazer fluxos turísticos para Portugal”.