KLM assinala 100 anos em momento histórico para a companhia

O Hangar 10 do aeroporto de Schiphol, Amesterdão, serviu de pano de fundo à “KLM Experience”, uma apresentação muito especial para celebrar o centenário da KLM Royal Dutch Airlines. A celebração decorreu esta segunda-feira e juntou convidados de todo o mundo.

“O facto de celebrarmos o nosso centésimo aniversário não é apenas o testemunho de um século de empreendimento, inovação e comércio bem-sucedidos, mas também da fé que os clientes e parceiros têm na KLM”, afirma em comunicado o presidente e CEO da KLM, Pieter Elbers, ressaltando que “é igualmente uma homenagem aos pioneiros da aviação da KLM, os quais colocaram a aviação civil literalmente no mapa”.

A KLM é a companhia aérea internacional mais antiga ainda a operar com o nome original. “Fomos a primeira companhia aérea a perseguir com sucesso parcerias e alianças, servindo de exemplo a muitos outros países e companhias – e reunindo, assim, centenas de milhões de pessoas em todo o mundo. Como [o primeiro CEO] Albert Plesman afirmou, ´O oceano do ar une todas as pessoas.’ Podemo-nos orgulhar da nossa longa lista de conquistas e esforços nestes últimos 100 anos”. Para o futuro, as perspetivas são muito positivas: “Estamos enérgicos e confiantes no limiar de um novo século. Carregados com o mesmo espírito pioneiro e empreendedor, esperamos, com otimismo, enfrentar os desafios da sustentabilidade e inovação”.

KLM em Portugal… à beira dos oitenta!

A KLM voa há 79 anos para Portugal, efetivamente desde 2 de abril de 1940, quando foi inaugurada a rota Amesterdão–Porto–Lisboa–Amesterdão, que constituiu um “marco relevante nas relações entre os dois países, num período particularmente difícil na Europa”, pode ler-se no mesmo comunicado. Este primeiro voo foi efetuado num DC-2 (o modelo percursor do célebre Dakota da Douglas) e durou oito horas entre Amesterdão e Espinho, onde fez escala antes de aterrar na Granja do Marquês (Aeródromo de Sintra), local onde as autoridades portuguesas e holandesas aguardavam o avião e onde decorreram as cerimónias da praxe, no âmbito do estreitamento das relações comerciais e culturais entre os dois países.

Foi igualmente um DC-3 da KLM o primeiro avião a abrir o tráfego no Aeroporto da Portela, em Lisboa, a 15 de outubro de 1942 – quando a frota da KLM operava a rota Bristol-Lisboa-Bristol, a única ligação aérea com Inglaterra na época. A KLM convidou, nesse dia, o ministro das Obras Públicas, Duarte Pacheco, o embaixador britânico Balfour, o coronel piloto-aviador Alfredo Sintra, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Rodrigues de Carvalho, o representante da British Imperial Airways, Alexandre Pinto Basto e os redatores do “Diário de Notícias” e do “Diário Popular”, para um voo de demonstração.

A partir de 28 de novembro de 1945, Lisboa passa a receber, uma vez mais, aviões de matricula holandesa, operados pela KLM (o primeiro registo refere-se a um Douglas C54 vindo de Schiphol, tendo seguido para Gibraltar e regressado a Lisboa antes de partir para Amesterdão), ao mesmo tempo que a BOAC (British Overseas Airways Corporation) continuava a ter ao seu serviço aviões e tripulantes holandeses, pelo menos até meados de Janeiro de 1946.

A 8 de outubro de 1946, verifica-se o primeiro registo de um Lockheed Constellation da KLM, utilizado nas seguintes rotas: Amesterdão-Lisboa-Dacar; Amesterdão-Lisboa-Madrid; Amesterdão-Lisboa-Curaçao; Amesterdão-Lisboa-Prestwick; Amesterdão-Lisboa-Santa Maria; Amesterdão-Lisboa-Vila Cisneros; Amesterdão-Lisboa-Genebra. Nessa altura, a KLM transforma Lisboa numa plataforma da sua rede da Europa para África e as Antilhas.