Les Roches e SPARK apresentam startups inovadoras e disruptivas a potenciais investidores

A escola de hospitalidade Les Roches, com campus em Crans-Montana, Suíça, e em Marbella, Espanha, e o SPARK, centro de inovação dedicado ao setor, apresentaram na passada quinta-feira, 25 de maio, 10 das 15 startups que venceram a 2.ª edição do Awake Tourism Challenge, da Organização Mundial do Turismo.

Estas empresas, em início de projeto, tiveram a oportunidade de fazer um período de incubação na Les Roches, na Suíça, que termina a 30 de maio, depois de apresentarem ideias inovadoras e disruptivas que podem contribuir para o crescimento do setor da hospitalidade e do turismo. O objetivo, desta vez, é arranjar fundos, junto de investidores, para lançar ou continuar a expandir o negócio.

Entre elas está a Noytrall, representada por um dos fundadores e CEO, Miguel Clemente, que agora, junto de potenciais investidores, procura uma ronda intermédia de 200 mil euros para expandir a sua ferramenta, que permite a hotéis e hóspedes acompanhar e gerir os gastos/consumos de água e energia, por quarto, na tentativa de tornar as estadias mais sustentáveis.

A Ambitur.pt esteve à conversa com o CEO da Noytrall para entender as vantagens e oportunidades do programa:

Miguel Clemente

O que este período de incubação trouxe de novo à startup?

Estes programas de incubação permitem-nos reanalisar a empresa, o modelo de negócio, as nossas decisões, com outra perspetiva, a perspetiva dos mentores, e mais importante, com o networking que fazemos com os outros fundadores.

Qual o feedback ao produto que a Noytrall oferece?

O feedback que temos nestes programas internacionais é sempre muito entusiasmante, as pessoas adoram a ideia e têm até interesse em ver como ia funcionar em hotéis que conhecem. Acabam por pensar, numa próxima vez que estarão num hotel, sobre os seus consumos e o que podem fazer para melhorar. Achamos o feedback muito interessante, essencialmente destes agentes do turismo internacional e de organizações como a UNWTO, que consideram o serviço muito importante para a hotelaria neste momento em que a sustentabilidade tem um papel cada vez maior naquilo que será o futuro do turismo.

Qual é o próximo financiamento que estão à procura?

De momento, estamos a procurar uma ronda intermédia de 200 mil euros para nos ajudar a colocar o produto, com força, no mercado, consolidar Portugal e começar a procurar expandir para Espanha. A nossa ideia é aproveitar este momento, de termos vencido este prémio, para atingirmos grandes cadeias hoteleiras e depois conseguirmos lançar uma ronda maior, que nos permita uma internacionalização, já com algumas conversações com o Brasil, mas também consolidar mais o mercado europeu. Temos também muito interesse no mercado nórdico porque acaba por ser uma cultura mais ligada à questão da sustentabilidade.

Há interesse em expandir para outras indústrias, além da hoteleira?

Sim, tudo o que está ligado a residências. Estamos muito atentos aos programas do Governo em relação às residências universitárias. Com a gamificação estamos a educar, então entrar na educação com isto acaba por ser muito interessante para nós, conseguir cativar a população estudantil, onde também vamos recrutar pessoas. Para já, estamos focados na indústria hoteleira, é onde nós nascemos e onde queremos continuar a caminhar.

 

Durante o período de incubação, todas as 10 startups conviveram entre si, também com a comunidade e estudantes Les Roches, e receberam acompanhamento personalizado de mentores da escola, durante todo o mês de maio. Além da empresa portuguesa, estiveram outros projetos ligados à sustentabilidade, como o Coastruction, o Save the Corals e o socialbnb; ao empoderamento da mulher, como o Nomad Her e o Safe You; à valorização cultural, como o Quantum Temple e o S4S; e à inclusão, como o Instituto de Accesibilidad.

 

Por redação Ambitur, a convite da Les Roches, em Crans-Montana, Suíça

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