Les Roches oferece uma imersão num “ecossistema de disciplina”

A Ambitur.pt viajou até Crans-Montana, na Suíça, a convite da Les Roches, para conhecer o campus, os estudantes e acompanhar o projeto SPARK, um centro de inovação para o setor da hospitalidade que chamou 10 startups para um período de incubação e, posteriormente, para uma apresentação a potenciais investidores.

À conversa com o CEO global da Les Roches, Carlos Díez de la Lastra, o importante neste momento não é expandir a escola para outros países, mas sim otimizar os atuais campus, o de Crans-Montana e o de Marbella, na Espanha, admitindo que a Les Roches é já internacional. A comunidade conta com mais de 100 nacionalidades, sendo que metade dos estudantes vem da Europa (50%), 27% da Ásia, 12% do Médio Oriente e África, e 11% do continente americano – “há mercados locais fortes onde é mais difícil convencer as pessoas a vir para a Europa e a intenção é ter uma base lá”, esclarece.

Atualmente, com cerca de 2.500 estudantes, 700 deles na Suíça, o fundamental desde o primeiro momento é inserir os mesmos num “ecossistema de disciplina”, havendo regras rigorosas, mas necessárias, e uma aposta em princípios fundamentais como a “humildade”: a função é entender “como se impactam as pessoas”, e essa transformação de mentalidade, a nível profissional e pessoal, é o que a Les Roches pretende fazer.

“O projeto Les Roches é muito específico”

Questionado sobre a possibilidade de inserir novos campus em outras universidades ou institutos, o CEO admite que a Les Roches é uma escola de “elite” e que a cultura aí criada não pode ser replicada por universidades ou escolas externas: “não são campus normais (…) temos uma cultura de família interna, e temos escolas concorrentes que têm campus integrados em outras universidades, mas dilui-se a sensação de interação”.

“Fazemos uma abordagem de transformação pessoal que conta muito para a comunidade internacional, temos uma disciplina muito forte”, vinca o responsável, acrescentando que os pais dos estudantes ficam satisfeitos, não pela formação profissional, mas pela mudança de mentalidade e de comportamento que os filhos passam, a partir do momento em que começam a estudar na Les Roches.

Os estudantes são convidados a viver no campus durante os três primeiros anos e trabalham no mesmo, como na cozinha, no serviço e na limpeza, sendo acompanhados e avaliados por professores. Ademais, são providos de várias atividades extra curriculares como clubes de arte, de marketing e de música, desportos como badminton e basquetebol, e até um ginásio e uma piscina, disponíveis nos períodos livres de aulas: “aqui rompem completamente com a sua vida porque estão a fazer imersão”.

Mas o que a realidade tem mostrado é que este sistema rigoroso de disciplina funciona. Os estudantes da Les Roches saem preparados para trabalhar em áreas além da hotelaria, e Carlos Díez de la Lastra garante que grandes empresas de outros setores (tecnologia, finanças, luxo, marketing) procuram pessoas formadas nesta escola pelo seu mindset. Todavia, a hotelaria continua a ser o setor prioritário no mercado de trabalho dos formandos.

A mudança que a hospitalidade precisa

Para o CEO da Les Roches, é preciso começar a “ensinar a dirigir na incerteza”, ou seja, “treinar os estudantes para todas as mudanças no turismo, na hotelaria e na tecnologia”. Este é o atual problema que, na sua opinião, o setor e a formação especializada enfrentam.

“É uma mudança de mentalidade. Temos que fazer com o que estudante se sinta seguro e dar-lhe as ferramentas para que saiba usar os seus conhecimentos para procurar soluções”, conclui.

Por redação Ambitur, a convite da Les Roches, em Crans-Montana, Suíça

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