Liberalização dos vistos para turistas chineses vai impulsionar economia europeia

Os regimes de vistos na Europa estão entre os mais rigorosos do mundo, segundo a Organização Mundial do Turismo das Nações Unidas, que estima que 74% da população global terão pedido um visto para viajar para a Europa em 2015. Este número corresponde a turistas de mercados emissores de longo curso que estão entre os mais valiosos já que tendem a permanecer durante mais tempo e a gastar mais por dia do que o turista médio.

A European Travel Comission (ETC) publicou um relatório que quantifica os impactos potenciais da simplificação de emissão de vistos a turistas chineses sobre o turismo europeu. Atualmente, a China é um dos mercados emissores de longo curso para os quais o acesso sem visto à UE, incluindo a zona Schengen, não está disponível apesar do significativo aumento da procura de turistas chineses para a Europa nos últimos 10 dias. A China é o maior mercado turístico emissor do mundo, tanto a nível de chegadas geradas como de gastos turísticos globais.

Para avaliar o potencial impacto da simplificação da atribuição de vistos, o relatório analisa os principais benefícios e tipos de políticas de simplificação de vistos e, de seguida, aplica-os a padrões de viagens da China para 27 destinos da UE (excluindo Reino Unido). Os resultados revelam que a liberalização dos vistos aumentaria indubitavelmente a procura de um dos mercados emissores mais lucrativos e contribuiria para o PIB europeu e para o crescimento do emprego. A mesma análise prevê que um cenário de liberalização integral de vistos entre a China e a UE deverá aumentar o crescimento médio de chegadas de chineses de 7% para 18% por ano, entre 2018 e 2023. O que, por sua vez, geraria gastos turísticos de 12,5 mil milhões de euros e aumentaria o nível de emprego total em quase 1%, criando 237 mil postos de trabalho adicionais, incluindo 120 mil diretamente dentro do setor do turismo. Isto contribuiria para um aumento do PIB europeu de 1%, revela a ETC.

Para evitar que se percam mais oportunidades, especialmente de mercados emissores de longo curso como a China, a ETC considera fundamental que as políticas de emissão de vistos na UE sejam atualizadas e melhoradas para facilitar as viagens entre mercados-chave. Robert Andrzejczyk, vice-presidente e coordenador da ETC, refere que “a liberalização dos regimes de vistos da Europa para os turistas chineses é essencial para que o continente maximize a sua quota de benefícios do crescimento do mercado turístico chinês nas décadas que nos esperam. Hoje mais do que nunca a Europa necessita de garantir mais emprego; investir na liberalização de vistos direcionada a mercados-chave pode ajudar a atingir esta meta de uma forma eficiente e eficaz”.