Lisbon Marriott Hotel: “A hotelaria na vertente ambiental caminha para os sistemas de economia circular”

A sustentabilidade ambiental é, cada vez mais, uma preocupação a nível de qualquer empresa, e a hotelaria não foge à regra. No Lisbon Marriott Hotel, já existe uma grande plataforma de controlo e apoio às medidas de sustentabilidade, “obrigando” as unidades hoteleiras a monitorizarem todas as métricas ao nível de consumo energético como base para as operações diárias. Paula Lino, diretora de Operações do hotel, explica à Ambitur.pt que além disso, o Lisbon Marriott Hotel tem objetivos ainda mais exigentes, nomeadamente a nível da certificação internacional anual Green Key, algo que está comprometido em manter e “alargar o nosso vínculo”.

E admite que o tema da sustentabilidade está, este ano, mais vivo do que nunca. Por essa razão, a ambição do Lisbon Marriott Hotel é, não só, tomar decisões ao mais alto nível da gestão da unidade, como também “envolver envolver todos os nossos associados, criando embaixadores em todos os departamentos que visem o cumprimento destes objetivos e ideias que buscam a inovação na vertente da sustentabilidade na hotelaria, um mundo com ainda muito por explorar”. Assim, foi criada uma “green team” liderada pelo diretor de Engenharia e pela diretora de Vendas e Marketing do hotel mas que envolve todas as posições e departamentos através de embaixadores que, voluntariamente, demonstraram esta preocupação e vontade de participar e influenciar os outros neste projeto.

Para Paula Lino, uma atuação visando a sustentabilidade traz, garantidamente, competitividade a dois níveis. Por um lado, a otimização de recursos e a eficiência energética, além de resultados ambientais, também se reflete em poupanças financeiras; por outro lado, no que diz respeito ao posicionamento no mercado já que cada vez mais os clientes, especialmente no corporate e na realização de grandes eventos, procuram fornecedores de serviços com requisitos cada vez mais exigentes a nível de sustentabilidade, sendo mesmo um fator eliminatório ou decisivo na escolha final. Sustentabilidade também anda de mãos dadas com reputação e a responsável justifica que, neste momento, se assiste a uma “busca acesa” na hotelaria por certificações verdes, planificação de ações de sustentabilidade e ações que sejam benéficas à comunidade, “exatamente pela reputação que queremos construir, posicionamento das marcas e visibilidade nos mercados”. E acrescenta: “São valores que antes talvez fossem um acrescento à imagem, mas que agora começam a ser o mínimo.”

Falando em termos concretos, a gestora garante que, a nível do consumo energético, o hotel já é bastante eficiente, embora tenha ainda “uma boa margem de potencial de progressão”. E aponta como maior desafio a questão comportamental pois é difícil, “numa empresa tão grande e em constante evolução, criar um envolvimento conjunto, um compromisso comum em torno da preocupação ambiental genuína”.

Relativamente à cadeia de fornecedores, Paula Lino esclarece que é verdade que “somos um país de tradição” e que “ainda existe muito espaço para inovar”, de todas as partes. Mas ter fornecedores que consigam dar resposta às preocupações de sustentabilidade é “cada vez mais um requisito nosso como clientes”, assegura, adiantando que “a nossa força negocial é grande devido aos grandes volumes de compras que temos”.

Por fim, o cliente final é também “o grande incentivador das nossas ações” neste sentido, já que é um requisito para muitos dos clientes do Lisbon Marriott Hotel que este se assuma como unidade sustentável. ” As grandes marcas não se querem aliar a parceiros, nem sequer para um pequeno evento de empresa, que não representem os seus valores e imagem ambiental”, aponta a diretora de Operações. E acredita que “é um fator decisivo na escolha final e nós, na hotelaria em geral, temos que estar à altura”.
Mas Paula Lino está convicta de que “a hotelaria, na vertente ambiental, caminha para os sistemas de economia circular, isto é, o perfeito enquadramento entre fornecedor, prestador de serviços, cliente, associado e de volta ao fornecedor”. O desafio, resume, é que “todos cresçamos de igual forma, com o mesmo compromisso e à mesma velocidade, para isto ser possível em perfeita harmonia”.

Por Inês Gromicho