Luís Araújo considera que recursos humanos são “pedra de toque” do turismo português

 A Rede de Instituições Públicas do Ensino Superior Politécnico com Cursos de Turismo (RIPTUR) e o Turismo de Portugal traçaram esta semana, em reunião realizada no Instituto Politécnico de Setúbal (IPS), um programa de trabalho tendo em vista a necessidade de reforçar a investigação e a formação de recursos humanos para o setor.

“Vivemos um momento muito positivo mas continuamos a ter desafios e o principal tem a ver com o facto de termos mais 55 mil novos postos de trabalho criados no setor — 75 mil ao todo, nos últimos dois anos – e, se juntarmos todas as pessoas formadas, pelos politécnicos, Turismo de Portugal, universidades, IEFP, não temos que chegue para cumprir esta quantidade”, alertou Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal, no decorrer de um seminário promovido pela Escola Superior de Ciências Empresariais, no passado dia 4 de junho, onde se refletiu sobre ensino superior e turismo.

Segundo o responsável, os recursos humanos são a “pedra de toque” do que será a “competitividade do turismo português no futuro” e só uma “atuação concertada” entre todos os que têm responsabilidades no setor poderá garantir que Portugal possa subir na lista dos destinos mais competitivos do mundo, onde ocupa atualmente o 14.º lugar.

A RIPTUR deu, entretanto, origem ao Centro de Investigação, Desenvolvimento e Inovação em Turismo (CiTUR). Um “braço armado”, como lhe chamou o seu coordenador, José Sancho Silva, que tem atualmente no terreno cerca de 200 pessoas, distribuídas por seis pólos regionais.

Nesse sentido, concluiu Luís Araújo, “da parte do Turismo de Portugal, temos toda a disponibilidade e, mais do que isso, todo o interesse, em que esta relação com a RIPTUR, bem como com os politécnicos que estão nos territórios, seja o mais proveitosa possível”.

O seminário foi encerrado pelo presidente do IPS, Pedro Dominguinhos, e pela secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Fernanda Rollo, que classificou a RIPTUR como “um caso de sucesso incrível”, que apenas carece de “mais visibilidade”, e apelou a que se olhe com mais atenção para as escolas profissionais e, concretamente, para a formação na área do turismo, aquela que é mais “dramática em matéria de não prossecução de estudos”.

“É o setor onde a transição para o ensino superior é quase inexistente. Precisamos de uma ação muito rápida no combate à ideia de que não vale a pena estudar, sobretudo porque nesta área a procura é muita e as pessoas acham que vão rapidamente começar a ganhar dinheiro sem precisar de estudar”, afirmou, apelando à ajuda de todos neste desígnio da tutela do Ensino Superior.