Luís Araújo: “O verão é vital porque a Europa depende desta época e porque significa regressar à normalidade no turismo”

Esta foi uma das mensagens que Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal e da European Travel Comission, quis frisar no evento “Saving Europe’s Summer: Mission Impossible?”, que teve lugar ontem. Salientando que este é o momento ideal para debater o que é necessário fazer para salvar o verão e retomar o setor do turismo, Luís Araújo recordou que este foi um dos setores mais atingidos pela pandemia, sendo que gera quase 10% do PIB da União Europeia.

“Depois de um ano muito negro para o turismo na Europa estamos agora num momento decisivo, de adotar uma abordagem baseada nos riscos e reabrir”, sublinhou, na abertura do evento organizado pela ETC, e que contou com a participação como oradores de Andrea Ammon, diretor do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças; Dimitrios Gerogiannis, CEO da Aegean Airlines; Salla Saastamoinen, diretora geral interina da Comissão Europeia dos departamentos de Justiça e Consumidores; e Océane Thieriot, delegada conselheira Anticie, Representação Permanente de França na UE.

No qualidade de presidente da ETC, o responsável recordou que “temos de salvar o verão”, justificando que “o verão é vital não só porque a Europa depende desta época mas porque significa regressar à normalidade no turismo”.

Luís Araújo partilhou alguns dados do mais recente relatório da ETC, que apontam para uma forte procura no turismo europeu, com 56% dos europeus inquiridos a desejarem viajar até agosto, e desses, quase metade, a querer viajar para outro país europeu. “Depois de mais de um ano, a situação melhorou claramente. Os dados mais recentes do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças indicam que a terceira vaga está a abrandar em toda a Europa. A vacinação decorre em todos os países, com resultados excelentes”, frisou.

Embora o Certificado Covid-19 da UE já seja praticamente uma realidade, o orador alertou que este acordo ainda deixa espaço para implementações fragmentadas, apelando por isso aos Governos da UE para garantirem que o certificado é introduzido em todo o bloco até 1 de julho. “Qualquer atraso vai comprometer as hipóteses de uma recuperação bem sucedida e, como dizemos no turismo, uma dia que passa é um dia perdido”, sublinhou.

Para que o turismo retome em força, Luís Araújo salienta que é necessária maior coordenação, “construir pontes entre o turismo e a saúde e ganhar confiança entre estes setores”. O representante da ETC diz ainda que este é “o momento de repensar, com base no que sabemos até agora mas também naquilo que atingimos, e ajustar o foco”. E realça que “é o momento de mudar a perceção de países de risco para pessoas de risco, de mudar os princípios e os critérios usados para impedir a mobilidade, de nos abstermos de impor restrições adicionais às viagens a quem tiver o certificado”. A mensagem de Luís Araújo é clara: “É o momento de ter respostas rápidas e coordenadas, e é crucial que evitemos a repetição de 27 regras diferentes para os viajantes”. Termina afirmando que “a Europa deve desenvolver soluções em conjunto sem deixar espaço para a fragmentação e ações unilaterais”.