Luís Correia da Silva: “O foco deve ser manter a confiança nos stakeholders tradicionais garantindo-lhes que o nosso destino permanece seguro”

O CEO da Dom Pedro Golf, no Algarve, e antigo secretário de Estado do Turismo, Luís Correia da Silva, participou na t-Forum Global Conference – no painel dedicado ao tema “Managing Tourism Under Uncertainty” (“Gerir o Turismo sob Incerteza”). 

Olhando para toda a sua experiência profissional, Luís Correia da Silva admite não ter sido capaz de “encontrar nada que pudesse ser ajustado a como gerir os negócios das viagens e turismo, empresas e destinos, no nível de incerteza que enfrentamos” com a Covid-19. Na sua opinião, não existe “nenhum modelo de negócio, pesquisa académica ou solução inovadora que nos permita lidar mais facilmente com esta crise”.

A questão é que “o risco e a incerteza no turismo sempre estiveram relacionados a um específico mercado ou destino, segmento, evento relevante ou crise económica e financeira, num curto período de tempo, que impactou seriamente a procura mundial”, reflete. Mas a pandemia está a “afetar ao mesmo tempo todas as partes do sistema turístico” o que, para si, constitui uma situação “sem precedentes” que eleva “a incerteza a um novo conceito e nível”, sem qualquer “indicação de como ou quando a crise será invertida”.

Assim, Luís Correia da Silva afirma que se impõem “novos desafios” relacionados com a “sobrevivência económica e financeira das empresas” e que está “claramente entendido” que “todos os destinos, empresas e negócios têm de lidar com restrições” atualmente e “preparar-se para voltar ao mercado assim que possível”.

A experiência manda-o “manter o foco nos problemas reais”, entre os quais, “manter a confiança nos stakeholders tradicionais garantindo-lhes que o nosso destino permanece seguro e que as empresas vão regressar para oferecer os mesmos serviços”.  Além disso, com a quebra na procura, as atividades turísticas vão passar um longo período de tempo “sem receita” pelo que importa “reduzir todos os custos ao mínimo”. É necessário “planear e tomar decisões para ultrapassar problemas diários” e tais medidas devem ser sempre “discutidas com toda a equipa”, criando “condições para preservar os melhores recursos humanos”. Finalmente, “comunicar aos clientes os esforços que estão a ser feitos” para manter o negócio a funcionar.

O antigo secretário de Estado do Turismo considera que o setor vai “começar lentamente a crescer de novo” e que “as pessoas vão voltar a viajar assim que se sentirem seguras”. Apesar de toda a incerteza, e obstáculos, esta é uma “oportunidade para parar, pensar e desenvolver novas e inovadoras propostas para reconquistar clientes e mercados”.