Luis Veira trouxe a Lisboa o melhor de Espanha no Dia Mundial da Tapa

Lisboa recebeu ontem, no Palácio de Palhavá, residência do embaixador espanhol, o melhor da gastronomia espanhola, com uma degustação de sete tapas, no âmbito da celebração do Dia Mundial da Tapa.

O chefe galego Luis Veira, galardoado com uma estrela Michelin, trouxe a sua equipa até Portugal, e, num breve showcooking, mostrou três pratos bem diferentes do convencional, destacando-se a “Infusão de bacalhau com laranja à Pedro Ximénez”, no qual utilizou um dos produtos estrela do nosso país, “numa homenagem a Portugal”, explicou ao Ambitur.pt Luis Veira.

prato2 Esta tapa, que provamos depois, é apresentada dentro de um copo pequeno e estreito, só se detetando a presença de alguns dos seus ingredientes, que surgem envolvidos numa espuma branca, através de um sabor muito suave e com muito paladar. Os ingredientes, que não são visíveis, é-nos depois explicado, são o bacalhau, o pão, a trufa, a macadâmia, a laranja e o Pedro Ximénez, um vinho doce de Andaluzia. Ainda neste showcooking, foi confecionada a “Tosta de Anchoa” e o “Ovo roto”.

LA CEREZA QUE CAYÓ DEL ARBOLA “azeitona esférica” e a “cereja que caiu da árvore” são as primeiras tapas que experimentamos. Ambas são diferentes formas de confecionar a azeitona e a cereja. Por exemplo, a cereja surge associada a uma combinação muito improvável: é elaborada com “foie”, considerado uma das maiores iguarias da culinária francesa. Seguem-se o “bacalhau com raleja”, “frito de cigala” e “zamburina com batata trufada”. Todos estes pratos têm um elemento em comum: um ingrediente do mar. A cozinha de Luís Veira está sempre ligada ao mar, devido à zona onde o chefe nasceu e cresceu, Catalunha, e “por ter tido sempre muito contacto com o mar”. Como sobremesa, Luís Veira apresenta-nos um “macarròn” com morango e chocolate e uma bola de ouro de chocolate branco com maracujá e cocô, que tem mesmo uma cor dourada fazendo lembrar ouro.

A Tapa está intrinsecamente associada à imagem de Espanha, formando parte da sua cultura e identidade. Recentemente, tem-se vindo a popularizar pelo mundo inteiro, inclusive Portugal. O chefe do restaurante corunhês “Arbore da Veira”, disse que acredita que “Portugal, além de ter uma gastronomia muito boa, está com cozinheiros muito bons e as tapas podem crescer muito aqui”. “Também porque as pessoas estão com muita vontade de sair, há muito bom ambiente, tanto de dia como de noite, e isso faz com que os cozinheiros sejam mais criativos e apostem mais nas tapas que sugerem uma forma de estar na vida”, referiu, ainda.

BOLA DE ORO

Lisboa é só uma das cidades que celebram a primeira edição internacional do Dia Mundial da Tapa, na qual estão previstas 127 ações de comunicação, apresentações e degustações com a parceria de 300 restaurantes em 17 países. O objetivo é criar um evento a nível mundial que sirva para comunicar e dar destaque a este símbolo de identidade espanhola.