Mais de um terço dos empresários imobiliários querem investir no mercado hoteleiro na Europa, revela estudo

Mais de um terço dos investidores imobiliários pretendem comprar hotéis na Europa. Esta é uma das conclusões da última publicação da Cushman & Wakefield, Hotel Investor Beat. Apesar da crise no setor do turismo e das viagens, causada pela Covid-19, “21% dos investidores admite reduzir o investimento no setor hoteleiro e apenas 10% colocaram os seus planos em stand-by”, indica o estudo.

Neste estudo, segundo um comunicado divulgado pela consultora Cushman & Wakefield, participaram mais de 50 grandes investidores ativos no mercado de investimento hoteleiro europeu, que no seu total foram responsáveis pelo investimento de 26 mil milhões de euros nos últimos 5 anos, adquirindo 664 hotéis (127.642 quartos), o que representa aproximadamente um quarto do volume total de transações no setor.

De acordo com Gonçalo Garcia, diretor de Hospitality da Cushman & Wakefield, “os avanços no ritmo da vacinação combinados com a crescente confiança dos consumidores, aumentaram a marcação de férias no estrangeiro, com consequente atratividade de ativos hoteleiros para investimento. A grande vontade mostrada pelos investidores em voltar a adquirir hotéis sugere que estes estão já a pensar em cenários pós-Covid-19 sem restrições a viagens e com toda a indústria de lazer e hotelaria a funcionar em pleno”.

Para a maioria dos entrevistados, os resorts turísticos são o tipo de ativos mais atrativo. Não obstante a complexidade das operações e da sazonalidade, “70% dos investidores consideram-nos mais interessantes agora do que antes da pandemia”.

Também os “serviced apartments” se tornaram mais atrativos, com “60% dos inquiridos a realçar a resiliência, alto rendimento e adaptação à mudança para arrendamentos de médio-longo prazo deste tipo de ativo”, revela o estudo.

Por outro lado, “os hotéis de negócios, orientados para conferências e eventos, e os que se localizam junto a aeroportos, perderam a sua atratividade, pela alteração brusca nos padrões de trabalho e a resistência em  organizar grandes eventos num futuro próximo”, indica o relatório.

Quanto a regiões geográficas, o Reino Unido e Irlanda são os destinos preferenciais para investimento, seguidos da Alemanha, Península Ibérica, França e Benelux. Olhando para cidades, Barcelona lidera o ranking de preferência dos investidores, seguida de Londres, Paris, Amesterdão e Munique. Lisboa aparece no 9º lugar do ranking, à frente de cidades como Dublin, Viena ou Praga.

“A conclusão evidente após consulta do sentimento dos principais players de mercado (investidores, proprietários e operadores) com exposição a múltiplas geografias, é de que Portugal e a Península Ibérica surgem com destaque positivo, consagrando assim a natureza turística destes destinos, e a confiança na retoma turística no curto prazo”, refere Gonçalo Garcia, constatando que “Portugal beneficia de uma boa organização da oferta turística e da visibilidade conquistada no passado recente, limitando-se o interesse apenas pela escala do país e consequentemente das oportunidades geradas e respetivo ritmo do potencial de crescimento”.