Posicionar Portugal como um dos destinos mais sustentáveis do mundo é um dos objetivos da Estratégia Turismo 2027 (ET27). Quem o disse foi o presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo, durante o “WATER World Forum For Life”, que decorreu entre 3 e 6 de junho no Centro Náutico de Monsaraz, em Reguengos de Monsaraz. O responsável sublinhou que se trata de uma estratégia “muito focada no território, centrada nas pessoas – turistas, residentes e colaboradores – e com ativos capazes de enriquecer a experiência turística”. Destes ativos, Luís Araújo destacou o “Mar” e “Água” como “diferenciadores” e, ao mesmo tempo, capazes de “colocar Portugal num patamar de destino mais sustentável do mundo”.
Mesmo com as metas ambiciosas de crescimento, a ET27 dá grande foco à vertente social e ambiental. E nesta última, o presidente do Turismo de Portugal destaca o objetivo de “90% das empresas do setor de turismo terem de integrar medidas de gestão eficiente de energia, água e resíduos”. Também em 2020, ano de pandemia, houve a necessidade de acelerar a estratégia, tendo surgido o “Plano Turismo + Sustentável 20-23”, que será lançado em breve. As razões que estiveram na origem deste plano centraram-se precisamente na necessidade e urgência de “colocar a sustentabilidade no centro da discussão” e de “acelerar a transição” porque “precisamos e queremos Portugal na liderança dos destinos turísticos mais sustentáveis do mundo”, enfatizou.
Composto por quatro eixos, o “Plano Turismo + Sustentável 20-23” foca-se, segundo Luís Araújo, na “estruturação de uma oferta mais sustentável”, na “qualificação das pessoas”, na “colocação de Portugal enquanto destino sustentável, captando eventos que toquem nesta tónica” e na “monitorização das métricas”. Relativamente a desafios , o presidente do Turismo de Portugal destaca o digital com a “chave” de um futuro promissor: “A tecnologia ajuda a melhorar a eficiência de cada empresa e de cada pessoa e a conhecer mais e a planear o futuro”. Nestas matérias, Luís Araújo atenta na necessidade de se “escalar projetos-pilotos” para que sejam implementados a nível nacional: “Temos de encontrar também soluções a nível económico para que haja mais agilidade destas plataformas e para que possam ser implementadas”. Tão importante são as parcerias com as academias ou observatórios de sustentabilidade, no sentido de se “monitorizar mais e aproveitar os dados que temos e aqueles que poderemos vir a ter” e, assim, contribuir para que a vertente da sustentabilidade seja mais acelerada: “Se não conseguimos levar adiante este trabalho conjunto, dificilmente vamos posicionar Portugal como um destino sustentável e, principalmente, poderemos dar o nosso contributo para proteção do planeta e do recurso água”, atenta.
Apesar de o turismo ser um dos setores mais afetados pela pandemia, Luís Araújo deixou uma mensagem de otimismo: “Temos um futuro brilhante para o nosso turismo. E hoje, é preciso repeti-lo mais do que nunca”.