O CEO da Nau Hotels & Resorts, Mário Azevedo Ferreira, foi um dos oradores convidados da t-Forum Global Conference – organizada pela Universidade do Algarve (UAlg) – para refletir o tema “Managing Tourism Under Uncertaint” (como gerir o turismo na incerteza).
Mário Azevedo Ferreira afirma que o setor está em “modo de sobrevivência” e que o Grupo NAU tentou “perceber de início como seria o futuro próximo e como iria impactar a nossa atividade e empresa”. Assim, foram preparados um “budget otimista e outro pessimista”, o que é revelador do “nível de incerteza” que se vive, e o primeiro passo foi “cortar custos de operação em termos de staff, utilities e supplies” além de “tirar vantagem de todas as medidas propostas pelo Governo para apoiar as empresas”, avança.
A NAU Hotels & Resorts implementou ainda uma “política de completa flexibilidade”, apesar de tentar ao máximo reagendar estadias e eventos, para os seus clientes: “Reembolsamos qualquer cliente que decida cancelar a sua reserva. Compreendemos perfeitamente que este não é o momento para ser inflexível e tal política não ia compensar no futuro”, argumenta o responsável.
“Diria que o Governo fez muito para apoiar as empresas”
O CEO da NAU defende que “nenhum governo do mundo estava preparado para esta situação” de pandemia, ainda que devessem estar porque “nós tivemos no passado outras pandemias”, contudo “olhando para o que o nosso Governo fez, em termos de apoiar as empresas, diria que fez muito”. O responsável admite que “é necessário continuar a flexibilizar medidas de continuidade” e “implementar novos fundos para o primeiro semestre de 2021” sendo a medida mais urgente a “redução de taxas”, nomeadamente, do “IVA na restauração”.
Por fim, Mário Azevedo Ferreira considera “indispensável” que o trade e as associações do setor “continuem a pressionar o Governo para manter e aumentar as medidas de apoio, que facilitem a vida das empresas, ajudem a manter empregos e para que estejam prontas quando o setor retomar”. No seu entender, o Governo “também cometeu muitos erros” mas enfatiza: “A situação das empresas portuguesas neste setor seria muito diferente se não houvesse discussão nem interatividade entre a indústria e o Governo.”
“O nosso negócio depende da confiança do consumidor”
O responsável considera-se um otimista mas “quando gerimos uma empresa temos de ser realistas” e “o nosso negócio depende da confiança do consumidor” que só será retomada “quando a pandemia estiver controlada, com uma vacina, e a pressão do serviço de saúde diminuir”. Mário Azevedo Ferreira considera, que para a retoma, “o dinheiro público para a promoção deve ser usado para apoiar a aviação” que será chave para trazer os turistas internacionais.