Mastercard: Um em cada cinco países regressa a níveis pré-pandemia nos voos domésticos. Viagens internacionais ficam para trás

Depois de um período de fortes restrições e corte de voos em resultado da pandemia, o regresso às viagens tornou-se uma das atividades mais aguardadas e incertas de 2021. De acordo o mais recente relatório “Recovery Insights: Ready for Take-off?” da Mastercard, um em cada cinco países regressou a pelo menos 90% dos níveis pré-pandemia para reservas de voos domésticos.

O relatório foi desenvolvido pelo Mastercard Economics Institute e realizado em 32 países, com o intuito de oferecer uma visão abrangente sobre as principais tendências de viagem aéreas e terrestres, em todo o mundo, e baseia-se na análise da evolução da atividade de vendas agregadas e anónimas em toda a rede global Mastercard. O estudo inclui ainda um balanço entre a potencial recuperação nos sectores de lazer e negócios, nos domínios local ou de longa distância, para melhor compreender o que o sector pode esperar num futuro próximo.

“Apesar de observarmos uma recuperação impressionante nas viagens aéreas domésticas em vários mercados, este movimento não acontecerá de um dia para o outro. A pandemia reduziu os níveis de gastos nesta indústria para valores que não se viam há mais de 15 anos”, sublinha Bricklin Dwyer, economista-chefe da Mastercard e diretora do Mastercard Economics Institute. ”

As principais tendências incluem:

• Roadtrips vieram para ficar, com despesas de combustíveis a subirem 13%* face ao pico de 2019. Perspetiva-se, de acordo com o estudo, que as escapadelas de carro – a grande tendência de 2020 –, se mantenham este ano. O relatório mostra uma forte procura dos viajantes por destinos locais menos conhecidos, como Devon e Cornualha, no Reino Unido. Nos Estados Unidos, também se observa um maior interesse das pessoas viajarem no país de carro, 25% através do recurso a alugueres de automóveis.

• Viagens aéreas internacionais mantêm-se em baixa, com algumas excepções. De acordo com a análise, os voos domésticos em um quinto dos países estudados já regressou a pelo menos 90% dos níveis pré-pandemia. Países como os Estados Unidos, Austrália e França têm vindo mesmo a exceder os números das reservas de voos domésticos na pré-pandemia, enquanto outros como o Canadá, a Tailândia e a Nova Zelândia mantém-se ao mesmo nível do período pré-pandemia.

• Poupanças impulsionam vendas em várias categorias. Por exemplo, as vendas em salões de beleza e lojas de artigos de viagem subiram em comparação com o período pré-pandemia. Os gastos em alugueres de barcos (+30%) e lojas de bicicletas (+62%) também cresceram, à medida que a procura reprimida se repercutiu numa maior poupança, devido a estímulos fiscais e poupanças conseguidas em resultado das restrições à mobilidade. O país com maiores poupanças “excedentárias” em percentagem face às despesas anuais foi o Canadá, seguido da Austrália, Reino Unido, Estados Unidos e Bélgica.

• Viagens de negócios apresentam recuperação, com um desfasamento de quatro meses face às viagens de lazer. As viagens de negócios globais estão a dar sinais de recuperação, com as reservas nacionais de viagens de negócio na Austrália a atingirem quase 80% dos níveis pré-Covid e nos Estados Unidos a 50%.

• Reaberturas fronteiriças impulsionam 10 corredores de viagem. As reaberturas limitadas das fronteiras revelaram-se um desafio tanto para os viajantes como para a indústria. Mas os corredores abertos selecionados, por exemplo entre a Austrália e a Nova Zelândia e entre os EUA, a América Latina e as Caraíbas, estão a alcançar e, em alguns casos, a exceder os níveis pré-pandemia.

“O último ano veio demonstrar a importância das viagens — não só por proporcionar-nos uma realização pessoal como também uma ligação com os amigos, a família, as nossas comunidades empresariais e um mundo mais vasto”, afirma Raj Seshadri, presidente de Dados e Serviços da Mastercard. “As implicações económicas do turismo são vastas, não existindo praticamente nenhuma indústria que permaneça intocada quando os viajantes ficam em casa. Através do Recovery Insights, ajudamos as companhias aéreas a redesenhar rotas de viagens, os comerciantes a rever os seus inventários e as cidades a entender as mudanças dos gastos locais. Trata-se de oferecer decisões mais inteligentes para que possamos alcançarmos os melhores resultados – hoje e amanhã.”

A Mastercard lançou um conjunto de Recovery Insights para apoiar as empresas e os governos a gerir e abordar melhor os riscos económicos apresentados pela Covid-19, e a compreender as tendências de gastos dos consumidores em tempo real, através de informação extraída a partir de em dados agregados e anonimizados, análises e outros serviços.

Por exemplo, no início do ano passado, uma das principais companhias aéreas da Ásia-Pacífico utilizou a Mastercard Test & Learn para perceber o que estava a impulsionar o desempenho durante a pandemia. Descobriu-se que a duração de viagens superiores a sete dias cresceram quase dois terços e os bilhetes comprados com meses de antecedência cresceram cerca de metade. Com base nesta informação, a companhia aérea foi capaz de ajustar instantaneamente a sua estratégia em tempo real para optimizar as suas vendas e dar uma melhor resposta à procura.