O mercado português atingiu um recorde absoluto, quer a nível de dormidas (representando 44%) como de número de clientes (representando 53% do total) nos hotéis da Vila Galé em Portugal. Gonçalo Rebelo de Almeida, CEO do grupo hoteleiro, fez ontem um balanço do ano de 2022 durante um almoço com a imprensa no Vila Galé Ópera. E admitiu que o ano foi “uma agradável surpresa”, embora o arranque tenha sido fraco, sendo que as previsões anteriores de que o grupo ficasse 10% a 15% abaixo das receitas de 2019 saíram, felizmente, goradas.
A partir de março e abril, o ritmo de crescimento foi superior às expectativas, e a generalidade dos mercados internacionais começaram a retomar os fluxos para números praticamente normais, nomeadamente Europa, Brasil e EUA. A nível europeu, só a Alemanha ainda não chegou aos números de 2019, estando os restantes mercados em linha, ou mesmo acima, do ano pré-pandémico. A surpresa, admitiu o empresário, foi os EUA, e contribuiu mais na operação das principais cidades de Lisboa, Porto, Coimbra, Évora ou região do Douro.
Deste modo, depois do mercado nacional, a nível de dormidas, seguem-se no ranking os mercados emissores do Reino Unido (14%), Alemanha (7%), Espanha (5%), França (4%), Brasil (3%) e EUA (2%).
As receitas da Vila Galé em Portugal, em 2022, situaram-se assim nos 135 milhões de euros, mais 17,5% do que em 2019. Excluindo os três novos hotéis abertos na pandemia e a unidade de Elvas, que não fez o 2019 completo, esse crescimento foi mesmo assim expressivo, na ordem dos 12%.
No ano passado, atingiram-se ainda, nos 27 hotéis da cadeia hoteleira no nosso país, 973 mil quartos ocupados, 1,95 milhões de dormidas e 670 mil clientes.
Gonçalo Rebelo de Almeida dá conta que 42% das reservas se efetuaram através de canais diretos, algo que se pode explicar também pelo peso do mercado português.
Já no Brasil, onde o mercado interno continua a ser responsável por 93% da operação, as receitas situaram-se nos 464 milhões de reais (cerca de 83 milhões de euros) nas 10 unidades em funcionamento, o que corresponde a um aumento de 25% face a 2019. Sem contar com os novos hotéis Vila Galé Alagoas e Vila Galé Paulista, este crescimento foi de 14% em termos homólogos.
Quanto ao lucro do grupo hoteleiro, o CEO da empresa recorda que só será apurado no final de 2019 mas admite ser provável um crescimento também aqui. A taxa de ocupação média manteve-se estável, na ordem dos 58%.
Para 2023, a Vila Galé mantém o seu “otimismo moderado”, esperando um final do ano “mais ou menos em linha com 2022”, diz Gonçalo Rebelo de Almeida. Mas admite que o mercado português dificilmente crescerá muito mais, havendo margem para que outros mercados, como o alemão ou o brasileiro, possam crescer. Até porque, lembra, “prevê-se um impacto tardio da quebra do poder de compra”, algo que irá afetar sobretudo o mercado nacional.
Por Inês Gromicho