Ministro da Economia: “Lidar com os desafios de sustentabilidade é uma necessidade estrutural do nosso turismo”

O ministro da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, esteve ontem na apresentação do Programa Empresas Turismo 360, em Lisboa, e lembrou que o Plano Reativar o Turismo/ Construir o Futuro tem uma dupla missão: recuperar o setor e continuar a trabalhar nos fatores de sustentabilidade.

Assumindo que “estamos hoje num momento diferente do setor”, o governante explicou que os meses de verão foram ilustrativos de “uma recuperação muito significativa da atividade” e que “o outono está a confirmar-se também como um momento de visitação internacional maior do que estimámos há uns meses atrás”. O que significa portanto que Portugal está próximo de concretizar o objetivo quantitativo definido em maio de chegar ao final deste ano com receitas turísticas perto dos nove mil milhões de euros, acrescenta.

Mas, se é verdade que estamos a assistir a uma recuperação da procura e que isso está a permitir às empresas reconstituírem as suas reservas, também é verdade que “não podemos desviar-nos dos desafios do futuro”. E entre eles encontra-se a questão da sustentabilidade, que vai ser crítica para o setor do turismo, frisa Pedro Siza Vieira. Isto porque se trata de um setor que assenta na deslocação de pessoas, que visitam territórios que, por sua vez, sofrem o impacto deste grande número de visitantes. “E no nosso país, que se oferece como um destino turístico de excelência, ao mesmo tempo ocorrem as pressões que decorrem das alterações climáticas que estamos a viver: pressão sobre os nossos recursos hídricos, sobre as nossas paisagens, cidades. Estas pressões vão traduzir-se em impactos nas próprias empresas do setor, ao nível de custos acrescidos”, lembra o responsável.

Por essa razão, não hesita em afirmar que “lidar com os desafios de sustentabilidade é uma necessidade estrutural do nosso turismo”. E se a sustentabilidade e o impacto ambiental desta atividade é crítica, também os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos pela ONU avaliam o impacto social e de governança. Daí o facto de uma componente do Plano Reativar o Turismo / Construir o Futuro dizer respeito à sensibilização e capacitação das empresas da fileira turística para os fatores ESG, aponta o ministro. O que, por sua vez, “implica mudanças substantivas na atividade das empresas, na forma como são capazes de reportar o seu desempenho”, e implica também a capacidade “de darmos formação adequada e equiparmos as empresas com as ferramentas para serem capazes de monitorizar esse desempenho”.

Assim justifica a importância do Programa Empresas Turismo 360 do Turismo de Portugal. “Permite continuar a construir um setor robusto e sustentável ambientalmente, socialmente e economicamente”, alega Pedro Siza Vieira, adicionando que permite ainda “às nossas empresas terem melhores instrumentos de avaliação do seu desempenho”.