MSC Cruzeiros: “Estou em crer que o mercado português vai continuar nesta aceleração, mesmo que mais suave, dentro do setor dos cruzeiros”

A MSC Cruzeiros está a levar a cabo o seu habitual roadshow anual pelo país, com algumas sessões a bordo de navios da companhia. Ontem foi a vez de Lisboa, mais concretamente o Vandelli Botanical Garden, receber parceiros e agentes de viagens, depois do roadshow ter já estado no Funchal e também na capital, ambas as vezes a bordo do MSC Virtuosa. Foram entre 250 e 300 os agentes de viagens presentes na noite de ontem, que puderam ouvir as novidades da MSC Cruzeiros, bem como dos parceiros TAP e Emirates.

Eduardo Cabrita, diretor geral da MSC Cruzeiros, falou com a imprensa e aproveitou para fazer um balanço de 2024, garantindo que “o ano está a correr muito simpaticamente positivo”. Reconheceu que ainda restam dois meses pela frente, que vão fazer a diferença por dois motivos: o primeiro, porque os cruzeiros com saída/chegada ao Dubai são feitos no inverno e os meses de novembro e dezembro “fazem a grande diferença”; o segundo motivo prende-se com o facto de, este ano, e pela primeira vez, a companhia apresentar o MSC Opera em novembro e dezembro a fazer cruzeiros com partida e chegada ao Funchal. Mas o responsável não hesita em dizer que “estamos muito positivos em relação ao ano, comparando com 2023”, acrescentando que já havia a expectativa de que este crescimento se verificasse mas “sentimos que, a partir de setembro, houve uma subida ainda maior do que esperávamos”.

O itinerário Lisboa-Lisboa tem sido um grande sucesso com um aumento da operação nos últimos dois anos, refere o gestor, afirmando que este ano, pela primeira vez, a companhia conta com 21 cruzeiros entre abril e outubro. No próximo ano, a ideia é manter a operação mas com um novo navio, o MSC Musica que, quando terminar esta rota, seguirá para o Funchal.

“Até agora, Lisboa-Lisboa correu como tínhamos planeado, mas não somos o único mercado emissor, há vários; mas, felizmente para Portugal, estamos muito contentes com o que fizemos até agora”, aponta Eduardo Cabrita.

Quanto a expectativas, o diretor geral da MSC Cruzeiros recorda que o facto de existirem apenas 16 estaleiros fabricantes de navios faz com que hoje a oferta comece a ser menor do que a procura neste setor, pelo que o setor não consegue crescer a uma velocidade estonteante. Algo que até considera positivo “para manter um determinado nível e existir uma estratégia de pensamento sobre onde colocar os navios”. O responsável prevê que “o mercado português vai continuar nesta aceleração, mesmo que mais suave, dentro do setor dos cruzeiros”.

Para 2025, Eduardo Cabrita garante que o objetivo é “abrir o maior número de portos ou cidades para os quais haja voos”, no sentido de aumentar o leque disponível de opções para que as pessoas possam escolher mais facilmente.

A grande novidade é que a MSC Cruzeiros terá um novo destino a partir de 2026. Trata-se do Alasca, que contará com cruzeiros a bordo do MSC Poesia todas as semanas, à partida de Seattle (EUA). As vendas serão disponibilizadas a partir de 28 de outubro, para viagens entre maio e setembro.

Parcerias com TAP e Emirates

David Quito, Emirates;; Melanie Oliveira da Silva, TAP; e Eduardo Cabrita, MSC Cruzeiros

Importantes para o sucesso dos programas da MSC Cruzeiros têm sido as parcerias com a TAP e a Emirates, que “são para manter”, frisa Eduardo Cabrita, até porque “ninguém faz um cruzeiro sem voo”. Neste momento, se tudo correr conforme planeado, a companhia espera ter pelo menos 20% a 30% dos cruzeiros com voos comprados e a tendência é continuar a aumentar a percentagem “a uma velocidade simpática”.

E sublinha o contributo da TAP, com voos diretos para os locais onde a companhia tem os seus navios, como Veneza, Copenhaga, Hamburgo e, no próximo ano, também Miami. “Tem sido muito profícuo porque a TAP percebeu o negócio dos cruzeiros, que tem que ser visto com muito mais antecipação”, refere.

Também Melanie Oliveira da Silva, Global Sales Manager Leisure da TAP, se mostrou satisfeita com o evoluir desta parceria, sobretudo nos últimos dois anos, destacando que se tornou mais global e em “constante dinâmica de crescimento”.

Quanto à Emirates, a parceria tem funcionado aos navios da MSC Cruzeiros posicionados nos Emirados Árabes Unidos, quer no Dubai quer em Abu Dhabi. Eduardo Cabrita não nega que estes pacotes acabam por ser “a grande vantagem competitiva que temos em relação aos concorrentes”, permitindo atingir “uma velocidade mais acelerada nas vendas”. Uma opinião compartilhada por David Quito, diretor da companhia aérea em Portugal, que esclarece que “o Dubai é a nossa casa e quer-se mostrar ao mundo como um destino global, e os cruzeiros são uma vertente deste destino global, que acabam por nos aproximar de outro segmento”.

Por Inês Gromicho