MTS preocupada com incremento dos preços na hotelaria portuguesa

Numa apresentação do grupo MTS ao trade, que decorreu ontem no espaço Monte Mar, em Lisboa, Raquel Oliveira, general manager da MTS Portugal, partilhou com os presentes as suas preocupações com o futuro do turismo em Portugal. Afirmando que “2016 dificilmente poderia ser melhor” e que as perspetivas para 2017 são igualmente positivas, a responsável chamou a atenção para as previsões menos felizes que estão a ser apontadas para o ano de 2018.

“Estamos com uma procura anormal porque as condicionantes externas ajudaram a que assim fosse. Estamos a beneficiar do problema dos outros”, deu conta a responsável. No entanto, acrescentou, “após a primeira grande bomba que matou os turistas na Turquia a procura pelo destino desceu 50%, neste momento está apenas a -2%”, o que quer dizer que está a procura está voltar. O mesmo acontece com a Grécia que está a registar um crescimento na procura de 133%, ou mesmo com Paris, que regressará ao normal “caso não aconteça nada no Euro 2016”.

Dirigindo-se aos hoteleiros presentes na sala, Raquel Oliveira afirmou que é necessário ter cuidado com o incremento dos preços na hotelaria. “Neste momento as coisas estão mais ou menos equilibradas, uns mais do que outros, mas o que estamos a assistir é a um incremento das tarifas para o próximo ano. O meu receio é que este aumento não seja acompanhado por um aumento no serviço”, afirmou a responsável, acrescentando que Portugal tem “uma taxa de fidelização de clientes muito alta, nomeadamente em destinos como a Madeira, Lisboa ou Porto. Sabemos receber, a qualidade dos hotéis é boa, o destino é bonito, o cliente volta. Mas se não tivermos cuidado no equilíbrio entre a qualidade e o preço, os clientes não vão voltar”.

Para a responsável, “não podemos prejudicar a tour operação porque queremos ganhar dinheiro”. “O que está a acontecer na Tour Operação é que, ainda que existindo disponibilidade aérea, não estão a conseguir vender, ou porque o preço está demasiado alto ou porque já não têm disponibilidade e os hotéis estão cheios”, chamou a atenção a responsável da MTS em Portugal, voltando a frisar que “tem que haver um equilíbrio”. “Por um lado, não podemos penalizar a tour operação porque queremos ganhar um bocadinho mais. Por outro lado, sim aumentar o preço”, mas tendo atenção a algumas situações como: o hotel que foi comprado por preço x não pode ser agora comprado pelo preço x + 10 sem se ter acrescentado valor. “Isto o cliente não vai perceber” e “quando a oferta se reequilibrar lá fora o cliente não vai voltar”, alertou Raquel Oliveira.