A Ambitur.pt continua com esta rubrica dedicada à Rota Vicentina que tem como missão convidar os nossos leitores a embarcarem numa viagem pelo Sudoeste e a conhecerem de perto o que é possível ver e viver nesta região. E quem melhor do que os empresários locais para mostrarem o que a Rota Vicentina tem de melhor? Estamos a conversar hoje com Arménio Silva, proprietário e gerente do Restaurante A Barca Tranquitanas.
Quem é Arménio Silva, o proprietário de A Barca Tranquitanas?
Alguém que nasceu no meio da restauração e bebidas. Os meus pais tinham um pequeno negócio ambulante nos anos 60, foi aí que fui crescendo e aprendendo aquilo que viria a ser a minha futura profissão. Estou sempre focado no cliente e no produto que lhe apresentamos diariamente. Ando frequentemente em busca do melhor produto, seja verduras, peixe ou marisco. Nesse sentido desloco-me todos os dias às praças e lotas da região. Mantenho contacto próximo com todos os nossos fornecedores, desde o agricultor ao pescador.
Que tipo de atividade desenvolve?
Sou gerente/ diretor de um restaurante focado em produtos e saberes da região. Estando inserido a poucos metros do Porto de pesca numa povoação piscatória, trabalhamos acima de tudo com Peixe e marisco proveniente da lota da Entrada da Barca junto à Zambujeira do Mar.
Como surgiu o interesse em explorar este negócio? O que esta região tem de tão especial?
Este negócio foi me passado pelas mãos do meu pai. Foi fundado em 1974, sendo que estou a gerir o mesmo desde 1987. Foi sofrendo diversas alterações ao longo do tempo, no entanto, como já tive oportunidade de referir, a génese mantém-se. O processo de ficar a “comandar” o negócio foi algo muito natural.
Esta região é verdadeiramente especial, temos uma qualidade de vida ímpar. Aqui não há longas filas de trânsito e falta de lugares para estacionar, o ar continua a ser muito saudável, temos Lisboa a duas horas e meia, tal como Sevilha… Acesso ao melhor da serra e do mar. Praias que continuam desertas, mesmo em alturas de maior afluência. Clima ameno todo o ano…
Como contribui a Rota Vicentina para o desenvolvimento turístico da região?
A rota vicentina tem sido o pulmão de toda a atividade turística nos últimos 10 anos. Simbiose perfeita entre os empresários e o cliente final. Espero que se mantenha por muitos e bons anos.
Qual a experiência que pretendem proporcionar aos vossos clientes? Que serviços vos distinguem?
A ligação ao mar e à atividade piscatória é algo que está na nossa génese. Desde o primeiro dia, há praticamente meio século, que existe essa proximidade. Os pescadores usavam o nosso espaço como o seu lugar de lazer e descontração. Hoje, apesar de existirem menos pescadores na pequena localidade (Entrada da Barca), isso continua a suceder. Somos como que uma comunidade, ajudamos os pescadores no dia a dia, comprando-lhes peixe e mariscos, e eles ajudam-nos com produtos únicos da região.
Da vossa oferta, se tivesse que eleger uma atividade/ produto qual seria o que melhor reflete a identidade da região?
Temos alguns pratos que nos distinguem. Posso nomear alguns: nas entradas o carpaccio de Polvo tem sido um absoluto sucesso, os perceves são e serão o marisco ícone desta região. Nos principais, o salmonete e linguado grelhado, o Choco à Barca é um clássico com inúmeros adeptos, tal como o Polvo frito com batata doce Lira, de um micro produtor nosso amigo (receita da minha Mãe), o maior destaque vai para os Filetes de Peixe pampo com migas de legumes, são o nosso prato estrela desde há mais de 35 anos. Têm sofrido alguns upgrades ao longo do tempo. O último foi dar mais crocância e sabor aos mesmos.
Para isso contamos com a preciosa ajuda do Ricardo Gomes (Head chef do Four Seasons Fairways na Quinta do Lago), tem-nos acompanhado com alguns trabalhos de consultoria desde 2019. Os cortes de novilho e porco preto são cada vez mais apostas seguras no nosso espaço. Assim como as opções vegan, contamos com cinco opções desde entradas a sobremesa vegan.
As cartas de vinhos e outras bebidas, como cocktails, são constantemente atualizadas pelo meu filho, que é Sommelier e profundo conhecedor de vinhos. A sua passagem por espaços de referencia como o JNcquoi (Lisboa) e o Four Seasons (Quinta do Lago-Algarve) deram-lhe “bagagem” que tem vindo a ser muito útil para o restaurante.